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Relações Transpacíficas
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Relações Transpacíficas
Cátia Miriam Costa, investigadora no Centro de Estudos Internacionais, analisa o crescimento mundial numa altura em que o foco se desloca para o Pacífico, ligando dois gigantes continentais: América e Ásia.
Não é novidade que os grandes desafios do crescimento mundial se deslocaram para o Pacífico, ligando esses dois gigantes continentais: América e Ásia. Não é por isso de estranhar que, recentemente no Congresso do Conselho Europeu das Investigações Sociais da América Latina (CEISAL) tenha existido um enorme painel dedicado apenas às relações entre a China e a América Latina. A par deste dinamismo económico, muitas mudanças políticas têm ocorrido nas duas margens do Pacífico.
Aliás, mudanças de extrema importância e que alteraram decerto não só as relações bilaterais, como os quadros regionais de atuação e as perceções geopolíticas de novos equilíbrios de força. No caso da Ásia, podemos assinalar o investimento norte-americano nas relações com os países asiáticos que bordejam a China, que de antigos inimigos passam a convenientes amigos, como é o caso do Vietnam, as transformações políticas em países como as Filipinas, com um novo governo e as querelas sobre o Mar da China.
Já no caso da América Latina, assistimos à derrocada dos regimes alinhados mais à esquerda, aos acordos de paz da Colômbia e ao reatar de relações entre Cuba e Estados Unidos. Este novo enquadramento regional e as dinâmicas políticas internas, encetam novos desafios aos entendimentos dentro da diversidade que a América Latina representa.
No entanto, não deixa de ser evidente que estes dois continentes continuam numa rota de crescimento económico, apesar de terem abrandado o ritmo a que estavam a crescer. As transformações políticas auguram alguma turbulência, mas também fazem antever quadros de maior competitividade e de procura de novas alianças, sobretudo e quando possível, de pendor bilateral.
Numa Europa em crise e sob ameaça permanente de instabilidade interna de que fazem parte as possíveis sanções, decai o poder negocial e também a capacidade de competir por estes mercados de uma forma tão eficaz quanto outros países conseguem. O alargamento da União Europeia sem o aprofundamento da democracia interna e do consenso interestadual coloca em sério risco o projeto europeu que nem nos países a que historicamente esteve ligado consegue criar uma imagem positiva.
O argumento histórico está gasto e novas parcerias procuram-se. A desigualdade nas relações entre a Europa e estes Estados e o suposto benefício de uma cooperação Sul-Sul ou o alinhamento em novas alianças como as sugeridas pelo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contribuíram para o alargamento das relações económicas e políticas que não passam pelo Oceano Atlântico. À medida que as alternativas se diversificavam, a Europa saía cada vez mais descredibilizada.
Contudo e este é um novo desafio para os Estados da América Latina, em raros casos houve paridade no tratamento destes países pelos novos gigantes do crescimento económico. Aliás, a retórica das relações sul/sul ou o suposto anti-imperialismo dos BRIC não mudou muito a experiência real. No entanto, a verdade é que o eixo dinâmico de investimento económico e de firmação de novos equilíbrios externos se deslocou para o Oceano Pacífico e, caso se queria manter competitiva, a Europa terá de reagir muito rapidamente e com base em relações paritárias voltadas para o presente e não para um passado histórico, algumas vezes, de má memória.
Por Cátia Miriam Costa,
Centro de Estudos Internacionais
Publicado em: 08/07/2016 - 8:56:32
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