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A montra de um país lindo
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A montra de um país lindo
Agosto é para mim o mês de matar saudades, de rever a família e o país, a França, onde nasci há 43 anos. É o tempo de comer ostras, de ler diariamente o jornal l´Équipe numa esplanada e de passear nos lindos mercados da minha região, a Bretanha!
Mas não consigo desligar de Portugal, o país que tanto amo e no qual vivo há 20 anos. É através dos jornais franceses e da Internet que vejo as imagens da Volta a Portugal, uma vez que a competição decorre sempre no momento das minhas férias.
E há um sinal que não engana: no jornal l´Équipe, uma referência do jornalismo internacional, cada etapa da Volta a Portugal resume- se apenas aos resultados. Ou seja, é uma prova que caiu no anonimato, pelo menos “lá fora”.
Os vencedores das etapas e até da própria classificação geral não fazem parte dos ciclistas conhecidos do chamado grande público. O que não tira o mérito deles, como é óbvio, mas o que impede a Volta a Portugal de ter o brilho internacional que tinha antigamente.
Mas há que ver o outro lado da moeda: a organização não tem a capacidade financeira de atrair os melhores ciclistas do mundo. Também reparei que “lá dentro” há uma crítica recorrente e que diz respeito ao traçado da prova.
Tantas vezes ouvi: “uma vez que passa poucas vezes no Sul, porque é que não se chama a Volta ao Norte de Portugal?”. Também sei da dificuldade que é organizar uma competição como esta. Mas é triste que regiões como o Alentejo ou o Algarve sejam colocadas de fora de uma prova que faz parte do património nacional.
E a Madeira, e os Açores ??? Após ter falado com tanta gente sobre o ciclismo, também me apercebi que a Volta a Portugal vive muito e sobretudo do passado. Falam-me sempre do grande Agostinho. Hoje em dia, tirando os especialistas do ciclismo, o povo esquece-se rapidamente do nome do ciclista que ganhou a Volta a Portugal.
É pena, por várias razões. Primeiro, porque desde o título de campeão do Mundo de Rui Costa, Portugal voltou a “namorar” com o ciclismo. Não é por acaso que há cada vez mais canais de televisão a transmitir esta modalidade.
E há cada vez mais conhecedores do ciclismo, sobretudo entre os jovens. Também é pena porque Portugal é um país lindo de morrer e a Volta deveria ser uma montra, para dentro e para fora. Sempre pensei que Portugal não sabe valorizar o seu património, como outros países o sabem fazer. Em França ou em Espanha passa-se o contrário: valorizam tudo até à exaustão.
Portugal não pode ficar na sombra. Não é por acaso que é um país que está na moda, concorrido por cada vez mais turistas. Porque é que o Turismo de Portugal não investe milhões na Volta? Confesso que não entendo.
Porque já todos sabemos que o país não se resume à praia e ao mar. Os francófonos que visitam o país, e são cada vez mais, prezam a autenticidade de Portugal e dos portugueses. A Volta a Portugal deveria ser uma montra do país, com destaque para as suas três riquezas: as paisagens, a gastronomia e o povo.
Porque não criar em paralelo à Volta a Portugal, uma Volta à gastronomia nacional? Tenho a sensação que é uma prova que precisa de um novo impulso. O ciclismo evoluiu muito e o perfil dos aficionados também.
Os jovens veem ciclismo na TV e ao mesmo tempo passam horas nas redes sociais. O nosso jogo das apostas na Eurosport mostra que o público quer interagir connosco. O público já não quer ser um mero espetador, mas sim um ator da corrida.
Não é por acaso que para o futuro traçado da Volta à Alemanha, a organização irá solicitar as sugestões do público via plataforma na Internet. Portugal tem tudo para ser um grande país de ciclismo: tem cada vez mais atletas de grande nível e tem um público cada vez mais recetivo à modalidade.
Falta apenas um passo: acreditar no grande potencial do país, e isso não vale apenas para o ciclismo. Eu pelo menos, acredito e desta vez irei ganhar a minha aposta…
1 Agosto, 2016
Jornal do Centro
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