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Sr. primeiro-ministro, a sua estratégia económica está a falhar
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Sr. primeiro-ministro, a sua estratégia económica está a falhar
Apesar de ser positivo que Portugal (ainda) continue a crescer economicamente, por outro lado, o ritmo é desapontante. Para termos noção, a média da zona euro está a crescer o dobro da nossa economia. Não era suposto tal estar a suceder.
O INE revelou que no 2º trimestre deste ano, a variação do PIB português foi de 0,2% em cadeia e de 0,8% em termos homólogos. O consumo privado evoluiu de forma "menos intensa", o investimento registou uma "redução mais expressiva" e a procura externa líquida passou a ter um "contributo ligeiramente positivo", devido ao facto de as importações terem desacelerado de forma "mais acentuada" do que as exportações. Apesar de ser positivo que Portugal (ainda) continue a crescer economicamente, por outro lado, o ritmo é desapontante. Para termos noção, a média da zona euro está a crescer o dobro da nossa economia. Não era suposto tal estar a suceder.
Mesmo que no final do mês os dados venham a ser revistos ligeiramente, só por milagre Portugal crescerá 1,8% em 2016, como espera o Governo. Para alcançar este valor, o desempenho económico no segundo semestre terá de ser três vezes melhor do que aquele que se verificou no primeiro. De acordo com as estatísticas, constata-se que uma diferença tão significativa na variação do PIB de um primeiro semestre para um segundo, só encontra paralelo nas recessões de 1983 (ano da chegada do FMI para a sua 2ª intervenção) e de 2011 (ano da entrada da troika, CE, BCE e FMI).
Recordo que, em época eleitoral, o PS apresentou uma projecção de 2,4% para o crescimento económico de 2016, sob o lema "contas feitas". Em Janeiro deste ano, o Governo socialista alterou esse valor para 2,1%. Um mês depois, o mesmo voltou a ser revisto, diminuindo para 1,8%.
Agora, tudo aponta para que na melhor das hipóteses, o nosso país só consiga registar 1,5% de crescimento em 2016 - o mesmo que no ano passado. O que ontem "era poucochinho", amanhã já será muito bom.
Num cenário em que a economia portuguesa cresce 1,5%, a Comissão Europeia estima que o défice público se situe em 2,7% do PIB. Como o objectivo acordado é o valor máximo de 2,5%, então Bruxelas exige a Portugal medidas extra, que segundo os meus cálculos, valem 461 milhões de euros. No caso de as mesmas não serem adoptadas, então poderá haver congelamento de fundos estruturais, o que seria péssimo.
Sr. primeiro-ministro, a realidade é que a sua estratégia económica está a falhar, o que inevitavelmente tem consequências orçamentais. Tendo em conta que o Governo tem reduzida margem de manobra para actuar, uma vez que politicamente está amarrado a um aglomerado de diferentes forças, então infelizmente podemos perspectivar complicações num futuro próximo.
00:05
Ricardo Ferraz, Economista
Económico
O INE revelou que no 2º trimestre deste ano, a variação do PIB português foi de 0,2% em cadeia e de 0,8% em termos homólogos. O consumo privado evoluiu de forma "menos intensa", o investimento registou uma "redução mais expressiva" e a procura externa líquida passou a ter um "contributo ligeiramente positivo", devido ao facto de as importações terem desacelerado de forma "mais acentuada" do que as exportações. Apesar de ser positivo que Portugal (ainda) continue a crescer economicamente, por outro lado, o ritmo é desapontante. Para termos noção, a média da zona euro está a crescer o dobro da nossa economia. Não era suposto tal estar a suceder.
Mesmo que no final do mês os dados venham a ser revistos ligeiramente, só por milagre Portugal crescerá 1,8% em 2016, como espera o Governo. Para alcançar este valor, o desempenho económico no segundo semestre terá de ser três vezes melhor do que aquele que se verificou no primeiro. De acordo com as estatísticas, constata-se que uma diferença tão significativa na variação do PIB de um primeiro semestre para um segundo, só encontra paralelo nas recessões de 1983 (ano da chegada do FMI para a sua 2ª intervenção) e de 2011 (ano da entrada da troika, CE, BCE e FMI).
Recordo que, em época eleitoral, o PS apresentou uma projecção de 2,4% para o crescimento económico de 2016, sob o lema "contas feitas". Em Janeiro deste ano, o Governo socialista alterou esse valor para 2,1%. Um mês depois, o mesmo voltou a ser revisto, diminuindo para 1,8%.
Agora, tudo aponta para que na melhor das hipóteses, o nosso país só consiga registar 1,5% de crescimento em 2016 - o mesmo que no ano passado. O que ontem "era poucochinho", amanhã já será muito bom.
Num cenário em que a economia portuguesa cresce 1,5%, a Comissão Europeia estima que o défice público se situe em 2,7% do PIB. Como o objectivo acordado é o valor máximo de 2,5%, então Bruxelas exige a Portugal medidas extra, que segundo os meus cálculos, valem 461 milhões de euros. No caso de as mesmas não serem adoptadas, então poderá haver congelamento de fundos estruturais, o que seria péssimo.
Sr. primeiro-ministro, a realidade é que a sua estratégia económica está a falhar, o que inevitavelmente tem consequências orçamentais. Tendo em conta que o Governo tem reduzida margem de manobra para actuar, uma vez que politicamente está amarrado a um aglomerado de diferentes forças, então infelizmente podemos perspectivar complicações num futuro próximo.
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Ricardo Ferraz, Economista
Económico
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