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Cultura e economia
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Cultura e economia
A importância da cultura como fator de desenvolvimento de uma economia raramente é tido em conta. Ainda recentemente, tive a oportunidade de visitar os centros históricos de várias cidades da Croácia, nomeadamente, os de Sibenik, Slipt e Dubrovnik.
É impressionante constatar, nomeadamente nessas urbes, como um país, cujas populações e cujos recursos foram vitimados por uma guerra recente, foi capaz de dar aos centros históricos das suas cidades uma capacidade atrativa invulgar. Juntaram a força própria desse património histórico com um notável aproveitamento de espaços para várias finalidades, mesmo em diferentes áreas, lojas, restaurantes, bares, juntando-se a devida iluminação e a adequada animação.
São muitos milhares de pessoas de todas as zonas do mundo que ali vão todos os dias e que ali aplicam muitas das suas poupanças, ou ali fazem vários tipos de investimentos. Ao fim e ao cabo, é a velha receita de juntar cultura e turismo que Portugal nalgumas partes do seu território já utilizou com sucesso.
A força económica da cultura coloca-se também muito a propósito do património móvel. Por exemplo, a atratividade das coleções de arte mais significativas é sobejamente conhecida. Em Portugal colocam-se atualmente várias questões neste domínio que requerem decisões também adequadas. Por exemplo, alguns quadros da Vieira da Silva que têm estado expostos na respetiva fundação, nas Amoreiras em Lisboa, terminaram o seu período de cedência pelos herdeiros do colecionador originário. A administração da fundação tem-se desdobrado em iniciativas para conseguir encontrar os mecenas, de maior ou de menor dimensão, que possam fazer com que os quadros fiquem em Portugal e em concreto no espaço da fundação. Por outro lado, sabe-se como a coleção Berardo que está no Cento Cultural de Belém tem suscitado, também ela, questões várias ao longo dos anos e o futuro da sua relação com o Estado continua por definir. Por outro lado, ainda temos os Mirós com os quais o Estado poderá receber algumas dezenas de milhares de euros e cujo destino também tem estado mais ou menos incerto, entre o norte e centro do país. Por outro lado, também a coleção da Fundação Ricardo Espírito Santo foi objeto de uma "intervenção" por parte do governo que a declarou em vias de classificação procurando protegê-la de uma eventual desagregação ou de uma possível ida para o estrangeiro, pelo menos de algumas das suas componentes.
Gerir todos estes ativos e tomar as decisões adequadas pode levar a que mais uma vez os valores da cultura sejam preservados e seja dado um bom contributo à economia nacional.
Advogado
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
PEDRO SANTANA LOPES | 24 Agosto 2016, 20:05
Negócios
É impressionante constatar, nomeadamente nessas urbes, como um país, cujas populações e cujos recursos foram vitimados por uma guerra recente, foi capaz de dar aos centros históricos das suas cidades uma capacidade atrativa invulgar. Juntaram a força própria desse património histórico com um notável aproveitamento de espaços para várias finalidades, mesmo em diferentes áreas, lojas, restaurantes, bares, juntando-se a devida iluminação e a adequada animação.
São muitos milhares de pessoas de todas as zonas do mundo que ali vão todos os dias e que ali aplicam muitas das suas poupanças, ou ali fazem vários tipos de investimentos. Ao fim e ao cabo, é a velha receita de juntar cultura e turismo que Portugal nalgumas partes do seu território já utilizou com sucesso.
A força económica da cultura coloca-se também muito a propósito do património móvel. Por exemplo, a atratividade das coleções de arte mais significativas é sobejamente conhecida. Em Portugal colocam-se atualmente várias questões neste domínio que requerem decisões também adequadas. Por exemplo, alguns quadros da Vieira da Silva que têm estado expostos na respetiva fundação, nas Amoreiras em Lisboa, terminaram o seu período de cedência pelos herdeiros do colecionador originário. A administração da fundação tem-se desdobrado em iniciativas para conseguir encontrar os mecenas, de maior ou de menor dimensão, que possam fazer com que os quadros fiquem em Portugal e em concreto no espaço da fundação. Por outro lado, sabe-se como a coleção Berardo que está no Cento Cultural de Belém tem suscitado, também ela, questões várias ao longo dos anos e o futuro da sua relação com o Estado continua por definir. Por outro lado, ainda temos os Mirós com os quais o Estado poderá receber algumas dezenas de milhares de euros e cujo destino também tem estado mais ou menos incerto, entre o norte e centro do país. Por outro lado, também a coleção da Fundação Ricardo Espírito Santo foi objeto de uma "intervenção" por parte do governo que a declarou em vias de classificação procurando protegê-la de uma eventual desagregação ou de uma possível ida para o estrangeiro, pelo menos de algumas das suas componentes.
Gerir todos estes ativos e tomar as decisões adequadas pode levar a que mais uma vez os valores da cultura sejam preservados e seja dado um bom contributo à economia nacional.
Advogado
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
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