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IDENTIDADE E CULTURA EM TEMPOS DE MUDANÇA e atual suporte à cultura

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Mensagem por Admin Qua Mar 19, 2014 12:56 pm

Quando falamos em Cultura Portuguesa não deixamos de pensar na enorme diversidade de testemunhos que, de Norte a Sul do Continente e da Madeira aos Açores, marcam as nossas especificidades de caráter, reflexão e ação enquanto membros de um único País. 

Mas se falarmos em Produção Cultural, imprimimos uma dimensão bem mais dinâmica a esse património existente, reconhecendo-se que é através de uma atividade cultural constante, abrangente, participativa e não-seletiva que as sociedades conseguem atingir níveis de desenvolvimento de qualidade superior e mais igualitários.


Em termos de uma ‘cultura posta em prática’, não são necessárias as estatísticas para que facilmente se perceba que, em Portugal, também se fazem sentir grandes disparidades no setor da produção cultural. Esta realidade pode ser atribuída a fatores tão diversos como: 

— os profundos atrasos no campo da educação e que a ainda recente democracia nem sempre parece conseguir recuperar; 
— a centralização dos bens culturais nas principais cidades do País (sobretudo no litoral), não só devida às maiores concentrações de público mas também por causas que se prendem com as políticas públicas de desenvolvimento regional que contemplam o dinamismo cultural;
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— os parcos investimentos que as administrações locais fazem, de uma maneira geral, no setor da Cultura;
— a crescente tendência para a privatização da atividade cultural e respetiva sujeição às regras de um mercado cada vez mais massificado;
— as dificuldades económicas de uma boa parte da população e a sua incapacidade de aceder a bens culturais cujos preços ditados pelas entidades privadas continuam a fazer da cultura algo de muito erudito, seletivo e discriminatório;
— uma certa inércia, descrédito ou até mesmo ausência de um prazer quotidiano pela Cultura nas suas múltiplas modalidades que parece existir numa parte da população portuguesa, independentemente da sua localização, nível de instrução e grupo económico.

É obvio que esta tentativa de interpretação da realidade cultural em Portugal não esgota as razões que explicam o porquê da hegemonia (quase ditadura) da televisão enquanto meio privilegiado de informação e elemento cultural massificador. Tão pouco explicam os elevados níveis de iliteracia na população jovem e os baixos níveis de leitura e compra de livros pela população em geral, quando até se verifica o aumento do número de bibliotecas disponíveis em todo o território nacional.

Apesar do destaque dos jornais desportivos, a imprensa diária também se pauta na generalidade do País por tiragens insignificantes se comparadas num contexto internacional. A imprensa especializada dirige-se a segmentos sociais específicos, definidos em função do género, geração, instrução ou categoria socioprofissional, reconhecendo-se o sucesso que a chamada ‘imprensa cor-de-rosa’ parece ter junto de um público económica e socialmente tão distinto daquele que retrata. 

Face a estes breves exemplos, não será de estranhar a ‘capacidade de absorção’ que uma boa parte das população urbana portuguesa parece ter em relação aos modelos, modas e estilos culturais massificados. Os recentes desenvolvimentos dos meios de informação e comunicação têm tido um papel determinante na criação e divulgação de uma cultura que tende cada vez mais para a globalização e descaracterização local, embora deixando nichos que favorecem o fortalecimento dos seus laços identitários. 

Contudo, não se podem dissociar estas tendências do suporte consumista que lhe está associado e tão pouco se pode ignorar o crescimento e a transformação urbanística que as cidades do litoral, de um modo geral, têm demonstrado.

Neste cenário é também importante a referência ao surgimento de mais 33 museus em Portugal em apenas um ano, dos quais 30 no Continente, 2 na Madeira e 1 nos Açores, a somar aos 201 que já existiam; e também ao acréscimo de mais um milhão de visitantes registados na totalidade dos museus nacionais no mesmo período (2000/2001).

Para esta realidade contribuirão fatores como a crescente procura do turismo e de visitas escolares, mas também o evidente esforço de modernização que estes espaços de cultura têm vindo a desenvolver, oferecendo cada vez mais conforto e serviços complementares aos seus visitantes.

Apesar de ser significativo o investimento que algumas vilas e cidades de menor dimensão estão a fazer no setor da cultura, o protagonismo continua a pertencer às duas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que parecem apostar cada vez mais num modelo de consumo cultural em espaços multifuncionais, onde as novas temporalidades das sociedades urbanizadas fazem conjugar o consumo e o lazer no espaço do shopping. A proliferação dos centros comerciais – que reúnem num mesmo espaço o hipermercado, as lojas de vestuário, calçado, eletrodomésticos, eletrónica, decoração e restauração das grandes cadeias internacionais, espaços de divertimento e várias salas de cinema de projeção contínua e simultânea – é um claro exemplo de um modelo de cultura de consumo que poderá ser adjetivada como volátil, efémera, inconsistente ou superficial, mas que não deixa de espelhar a sociedade urbana que, de uma forma geral, a põe em prática.

Se na área metropolitana do Porto existem 7 espaços comerciais que correspondem a esta descrição (e entre os quais se encontram 70 salas de cinema) na área metropolitana de Lisboa o número de centros comerciais com idênticas características é de 25, com o total de 175 salas de cinema, estendendo-se desde as áreas mais centrais da capital até às novas urbanizações dos concelhos periféricos. 

Distribuição do Património Classificado, 2004


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Estas novas pequenas salas de projeção em centros comerciais estão na origem do desaparecimento de algumas das grandes salas de cinema e teatro, sobretudo nas grandes cidades, ou ainda de umas quantas reconversões sob a forma de auditórios ou centros culturais. Mas também existem casos de novos espaços culturais, alguns de natureza privada, que têm feito um reconhecido trabalho ao nível da promoção e divulgação de programas culturais bem diversificados, tal como é merecedor de destaque o trabalho de conquista de novos palcos para as diversas artes do espetáculo, como palácios, jardins, conventos, igrejas, praças de touros, armazéns, fábricas...
Mas as duas grandes cidades de Lisboa e Porto continuam a liderar em termos de frequência de espetáculos e na existência de grandes espaços para esse efeito quando o ritmo da adesão da população aos eventos parece cada vez mais marcado por uma sazonalidade estival e pela moda dos festivais de música em espaços públicos.

A típica silly season televisiva de verão parece ser, simultaneamente, uma das causas/efeitos da crescente onda de festivais musicais, que do Rock ao Jazz, passando pelos clássicos e pela dança, vão acontecendo um pouco por todo o País, ajudando a descentralizar a cultura e a divulgar sítios e culturas locais mais esquecidas. Importará não esquecer que o verão português há muito que se divide entre o Litoral que vai a banhos e o Interior que renova a sua fé nas romarias e festas religiosas, as quais não dispensam espetáculos públicos variados – como touradas, concursos, bailes, concertos musicais de cantores com sucesso no momento. 

Mais recentemente, parece haver uma tendência para conciliar tudo isto num modelo de férias ‘vá para fora cá dentro’ através dos Festivais de verão, privilegiadamente dirigidos a grupos mais jovens. Será esta uma nova forma de descentralizar a cultura portuguesa, levando a população urbana a descobrir ‘velhos’ territórios; mas para as populações locais, também representa a oportunidade de contacto com uma realidade extraquotidiana, cuja promoção identitária poderá vir a ser aproveitada de diferentes formas.

Fazendo nossas as palavras de Augusto Santos Silva, “A aposta em eventos marcantes, crescentemente aceites nos círculos críticos, com eco na imprensa de referência e atraindo consumidores culturais tidos por regulares e esclarecidos, é também uma aposta em ‘pôr no mapa’ – pôr em vários mapas várias coisas. No mapa dos sistemas culturais, nalguns casos internacionalizados, e também no mapa do território português e na competição política e simbólica entre cidades e regiões, ou no mapa dos circuitos turísticos e patrimoniais, ou no mapa dos investimentos públicos e privados.” 

Parece cada vez mais frequente a procura de projeção internacional do país através de realizações culturais, patrimonialização de conjuntos urbanos e promoção turística. Nesta situação podem-se incluir as referidas candidaturas à realização de Exposições Internacionais ou Mundiais e a eventos desportivos, as candidaturas a Capitais Europeias da Cultura (Lisboa 94, Porto 2001, Coimbra 2003, Faro 2005), a elevação a património mundial de conjuntos urbanos significativos (como os centros históricos de Évora, Angra do Heroísmo, Guimarães ou Sintra) e múltiplos festivais – gastronomia, folclore, fumeiro, vinho, fotografia, teatro, cinema, etc. – que um pouco por toda a parte vão enriquecendo a agenda cultural do território português e promovendo os sítios onde se realizam.


Património mundial, 2004


 
A enorme quantidade e variedade de património classificado na totalidade do território português, do qual se destaca o Património Mundial, não só permite a representação do passado e a evocação de uma memória coletiva, levando-nos a recordar que muitas terras do interior já tiveram uma dinâmica cultural bem mais significativa do que atualmente, como também não nos deixa esquecer os variados testemunhos originais da história do País e património arquitetónico, cultural e identitário da sua gente.

Mas para além de tudo isto, importará referir igualmente os dividendos turístico-económicos que se retiram da patrimonialização reconhecida internacionalmente, o incremento nas ofertas culturais e a procura da preservação das paisagens dos lugares classificados que, simbolicamente, pertencem ao globalizado mundo contemporâneo.
 

A tendência observada em algumas povoações com características patrimoniais mais emblemáticas mas, que apresentam sérios riscos de abandono e destruição, tem sido a sua musealização e, em complementaridade desta tendência mas a uma escala diferente, também se tem assistido, um pouco por toda a parte, ao sucesso do turismo rural e de habitação, que não deixa de ser uma espécie de ‘museu vivo’ de modos de viver que caíram em desuso nas rotinas urbanas.


Exemplos de locais classificados como património mundial


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Será precisamente a necessidade de fuga a estas rotinas que também tem contribuído para reavivar o interesse pela preservação das ‘aldeias’ e ‘vilas’ históricas portuguesas que, de um modo geral se veem cada vez mais divulgadas nos roteiros turísticos internos. Atualmente, Monsanto continua a ser uma referência bem portuguesa, mas não o é mais do que Penha Garcia, Idanha-a-Velha, Marvão, Óbidos, Monsaraz, Mértola ou Barrancos... Entretanto e porque a expressão cultural de um País não se resume a alguns eventos marcantes, serão necessárias políticas culturais bem mais efetivas, descentralizadas, mobilizadoras e menos elitistas para alterar, um pouco que seja, o sentir e o viver da cultura em Portugal.
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