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A cultura, estúpido
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A cultura, estúpido
O sopapo é cultural, já foi costume - no sentido jurídico do termo, isto é, uma prática social reiterada com convicção de obrigatoriedade. Em tempos idos não havia como evitar um duelo, era imperativo, era o que tinha de ser. Mas o mundo... muda e os políticos à moda antiga, como João Soares, feitos de improviso e irritação, estão sempre a um passo do dilúvio. Resistem mal à contrariedade, pior ainda à provocação. Sentem-se facilmente insultados, têm a pele fina, o coração a saltar na boca. São hoje, por isso, uma raridade, um anacronismo, uma lufada de ar fresco, um perigo, depende da perspetiva. O Facebook é a sua válvula de escape e também a sua fatalidade. Não há nada a fazer, como se costuma dizer, é apenas assim. O problema agora é de António Costa. Por um lado não pode aceitar a lei da selva no governo, tem de haver algum comedimento; por outro, tem de ser solidário para manter o espírito de corpo. Não é uma gestão fácil: os primeiros-ministros tentam sempre até ao limite da razoabilidade segurar os seus ministros. Por cada um que sai, fica a impressão de que é o governo que se desconjunta, e como ainda nem meio ano de vida este tem, os cuidados de Costa são compreensíveis. No Ministério da Cultura, a gestão atropelada do dossiê Centro Cultural de Belém, embora não totalmente sem fundamento, era o prenúncio do jeito particular de João Soares para irromper sobre os assuntos. Agora o mal está feito, as porcelanas estilhaçaram, resta ao ministro que se segue colar os cacos e mostrar que faz sentido haver um Ministério da Cultura. Porque agora como antes a questão está por resolver. A área importa, ajuda o PIB, conta para o turismo, mas portugueses e cultura ainda são termos por conciliar. É por isso que, fazendo sentido em tese a existência de um ministério que puxe o país para cima, ele não pode ficar nas mãos de uns poucos para agradar a outros tantos, novamente poucos, em regra amigos. Há aqui um meio-termo difícil. Para isso é preciso algum dinheiro, mais do que há hoje. É preciso um ministro com visão de conjunto, não espalha-brasas, não afunilado numa área de interesse, que compense o que não fazem os privados e os compreenda. E é preciso que a cultura não seja apenas uma flor para usar na lapela quando dá jeito, mas a expressão de qualquer coisa que nos toca, melhora e faz pensar. A saída de João Soares pode, afinal, ser uma boa notícia.
Editorial
09 DE ABRIL DE 2016
00:01
André Macedo
Diário de Notícias
Editorial
09 DE ABRIL DE 2016
00:01
André Macedo
Diário de Notícias
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