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Sobre a Liberdade
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Sobre a Liberdade
A Liberdade pode ser definida como livre escolha, livre vontade de decidir o que se quer fazer.
Mas o que é o princípio da vontade? O que é querer fazer ou escolher isto ou aquilo?
Pode dizer-se que é um desejo acentuado, reforçado, intensificado de atingir um objectivo. Quero isto. Quero aquilo. Para tal, estou disposto a fazer um esforço. E esse percurso do esforço contém em si o significado de Desejo. O desejo não é sempre igual e varia conforme o objectivo a atingir. Logo, o desejo está sempre preso e em conformidade com o objectivo final do nosso querer. Posso escolher um objecto - este ou aquele trabalho, esta ou aquela pessoa como companheira, esta camisola de lã ou uma em flanela, ir pela direita ou pela esquerda...
Todas as escolhas implicam à partida um conflito, uma dúvida, daí a necessidade de escolher. Mais ainda, a escolha existe apenas quando a nossa mente não está certa do que quer, porque quando tudo está claro o problema de escolher e o conflito nem se coloca. É isto que quero e está bem presente e assente em mim o porquê de quere-lo e pronto.
Daí que todos os conflitos nas nossas mentes, resultem duma falta de segurança, falta de certezas, de auto-confiança, de conhecimentos. De nós e do mundo que nos rodeia. Será assim correcto afirmar que, quanto maior for o conhecimento, menores serão as dúvidas e consequente, menores serão os nosso conflitos internos e que logo hesitaremos menos e estaremos mais confiantes de quem somos e do que queremos, funcionaremos melhor enquanto entidades singulares e enquanto pertencentes a um qualquer grupo, povoação, cidade, país, continente e por fim, enquanto Humanidade.
Será pertinente constatar que todos os conflitos, quer internos quer em escalas maiores, resultam desta falta de conhecimento de nós próprios e de todos os que nos rodeiam. Das culturas, das etnias, dos costumes, das opções políticas, sexuais, das raças...
Todas as nossas acções, enquanto seres Humanos, resultam desse caminho para um objectivo, conduzidos pelo desejo e é essa força que chamamos de força de vontade, de livre escolha e a que chamamos também Liberdade. Nada de mau nisto. Mas interessa relevar o que desejamos cada um de nós, de que maneira nos preencherá enquanto pessoa, quais as implicações do caminho até esse objectivo, as consequências inerentes. Convém também relevar e avaliar se esse objecto de desejo tem um impacto negativo na nossa vida, na do nosso núcleo social mais próximo e mesmo, se tem influência negativa num maior número de pessoas. É essa capacidade de avaliar que define o nosso nível de egoísmo, a nossa capacidade de respeitar o próximo, a humildade, a responsabilidade e também, se optarmos pelo contrário, os seus opostos.
Pois bem sabemos, como sabem os peixes mais pequenos, que, em cardume, são mais fortes e que, cada um por si é um alvo mais frágil e fácil de atingir.
Transportando este raciocínio para a Política, conseguimos perceber melhor como a vontade de todo um povo se torna obsoleta perante a escolha em sentido contrário de poucas dezenas de pessoas, escolhidas por partidos, colonizados por grupos de interesses, por lobbies, por grupos de pressão, por condenados impunes, por líderes sem coragem, por interesses mesquinhos... Quanto mais vaidosos, quanto mais egoístas, quanto mais irresponsáveis forem, menos penosa lhes é a tarefa de controlar e de anular, de subverter, assim também quanto maior for a falta de conhecimento de quem os escolhe e elege, sentindo que realmente escolhe em Liberdade e sem nunca conhecer o sistema, sem o questionar e sem se questionar a si próprio da própria razão pela qual não se questiona.
O futuro é cinzento, incerto e traz consigo todos os perigos filhos da incerteza.
Por onde começamos?
Conhecer mais, saber mais, perguntar mais, ser mais responsável, ser mais consequente, ter mais sentido de comunidade, mais objectividade... só assim seremos melhores e construiremos um futuro melhor. Mais Educação, mais Educação, mais Educação. Porque o conhecimento limita o pensamento. Porque é por não pensarmos e por entregarmos essa tarefa a alguns poucos, que o mundo está como está.
Nuno Drummond
Diário de Notícias da Madeira
Segunda, 29 de Agosto de 2016
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