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Criar trabalho é prioritário
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Criar trabalho é prioritário
Entre nós foi muito bom trazer o investimento da Autoeuropa, há já muitos anos. Haveria que atrair, com imaginação, outros de boa dimensão. Não seria de pensar numa operação de uma grande empresa de software, por exemplo indiana, que como norma emprega muitos, pondo-se aqui no epicentro dos mercados ricos? Ou uma multinacional farmacêutica para fazer investigação, aproveitando a qualidade dos nossos especialistas, muitos dos quais trabalham noutros países europeus? Tem de ser um esforço inteligente, paciente e perseverante...
Lia há poucos dias uns números muito expressivos. Desde o começo da programa Make in India, seguido do Skill India, com continuação no Start-up India, aquele demorou um tanto a arrancar e a ganhar raízes. Por fim, fê-lo e há esperanças de continuar com rapidez e eficácia.
Nos tempos do "socialismo indiano", o empreendedor era visto quase como um escroque; os tempos mudaram, felizmente, e hoje louva-se quem empreende e cria riqueza, pois também cria trabalho. Mas a verdade é que a estrutura da legislação e da regulamentação, acompanhada da burocracia do tipo soviético, precisavam de ser desmanteladas, para se arejar o ambiente e torná-lo realmente amigo do empreendedor, para ele começar a desenvolver ideias de fazer e pô-las em prática com rapidez, sem paralisações dos burocratas.
Que números expressivos são aqueles? Referidos unicamente à montagem de smatphones na Índia, que eram zero, alcançaram os valores seguintes: em menos de três anos, há fábricas em dez estados da Índia, 25 fabricantes com 35 linhas de montagem. Criaram-se no conjunto 37 500 empregos diretos (e mais 120 mil indiretos), montando-se atualmente 20 milhões de aparelhos por mês, com uma receita prevista de vendas de $14 400 milhões em 2016-17. Espera-se montar 500 milhões em 2019-20.
Algo parecido está a dar-se no setor têxtil, no do automóvel, no farmacêutico, no da saúde, da construção civil, da energia solar e eólica, etc.
A batalha de produção é acompanhada pela da capacitação (skilling). No ano passado foram 10,4 milhões as pessoas treinadas, cerca de dois a três meses cada uma, para desenvolverem uma tarefa prática, na construção civil, na mecânica, nas montagens eletrónicas e outros trabalhos técnicos ou de informática. E quer-se ampliar o processo de treino para aumentar o número dos que a cada ano têm acesso a ele.
As startups estão a tomar balanço. A Índia é o 3.º país em startups tecnológicas, a seguir aos EUA (com 47 mil) e ao Reino Unido (4500) está a Índia, com 4200. Considerando o conjunto das startups, tecnológicas e não, a Índia ocupa o 5.º lugar, com cerca de dez mil (ano 2015-16). São números animadores para um país destruído pelo colonialismo e com 43 anos pós-independência de estagnação económica até 1991. Esta tendência parece acelerar-se, dado o grande ímpeto empreendedor indiano e a vontade de alcançar níveis de rendimento mais altos e comparáveis com os dos países desenvolvidos.
Com disse, a montagem dos smartphones criou 37 mil postos diretos, que é algo importante para qualquer país; mas é-o também para as empresas que fabricavam noutros países: agora, têm custos mais baixos, pelos salários inferiores pagos e terão outros benefícios fiscais e uma atenção muito focada das entidades governamentais para não se emperrarem em armadilhas burocráticas.
Há novas políticas e correção da legislação para atrair fabricantes, criando-lhes condições ajustadas. Poder-se-ia pensar se tais condições, nomeadamente de tipo fiscal, não seriam uma distorção do funcionamento do mercado. A fiscalidade está ao alcance de todos os países e não é a única condição de atração; os salários mais baixos não são simples de se conseguir e a Índia é o maior mercado para aqueles produtos, que têm uma taxa de 10,5% sobre os importados, e isso é vantagem de peso para os fabricar localmente.
Professor da AESE Business School e Dirigente da AAPI - Associação de Amizade Portugal-Índia
04 DE SETEMBRO DE 2016
00:03
Eugénio Viassa Monteiro
Diário de Notícias
Lia há poucos dias uns números muito expressivos. Desde o começo da programa Make in India, seguido do Skill India, com continuação no Start-up India, aquele demorou um tanto a arrancar e a ganhar raízes. Por fim, fê-lo e há esperanças de continuar com rapidez e eficácia.
Nos tempos do "socialismo indiano", o empreendedor era visto quase como um escroque; os tempos mudaram, felizmente, e hoje louva-se quem empreende e cria riqueza, pois também cria trabalho. Mas a verdade é que a estrutura da legislação e da regulamentação, acompanhada da burocracia do tipo soviético, precisavam de ser desmanteladas, para se arejar o ambiente e torná-lo realmente amigo do empreendedor, para ele começar a desenvolver ideias de fazer e pô-las em prática com rapidez, sem paralisações dos burocratas.
Que números expressivos são aqueles? Referidos unicamente à montagem de smatphones na Índia, que eram zero, alcançaram os valores seguintes: em menos de três anos, há fábricas em dez estados da Índia, 25 fabricantes com 35 linhas de montagem. Criaram-se no conjunto 37 500 empregos diretos (e mais 120 mil indiretos), montando-se atualmente 20 milhões de aparelhos por mês, com uma receita prevista de vendas de $14 400 milhões em 2016-17. Espera-se montar 500 milhões em 2019-20.
Algo parecido está a dar-se no setor têxtil, no do automóvel, no farmacêutico, no da saúde, da construção civil, da energia solar e eólica, etc.
A batalha de produção é acompanhada pela da capacitação (skilling). No ano passado foram 10,4 milhões as pessoas treinadas, cerca de dois a três meses cada uma, para desenvolverem uma tarefa prática, na construção civil, na mecânica, nas montagens eletrónicas e outros trabalhos técnicos ou de informática. E quer-se ampliar o processo de treino para aumentar o número dos que a cada ano têm acesso a ele.
As startups estão a tomar balanço. A Índia é o 3.º país em startups tecnológicas, a seguir aos EUA (com 47 mil) e ao Reino Unido (4500) está a Índia, com 4200. Considerando o conjunto das startups, tecnológicas e não, a Índia ocupa o 5.º lugar, com cerca de dez mil (ano 2015-16). São números animadores para um país destruído pelo colonialismo e com 43 anos pós-independência de estagnação económica até 1991. Esta tendência parece acelerar-se, dado o grande ímpeto empreendedor indiano e a vontade de alcançar níveis de rendimento mais altos e comparáveis com os dos países desenvolvidos.
Com disse, a montagem dos smartphones criou 37 mil postos diretos, que é algo importante para qualquer país; mas é-o também para as empresas que fabricavam noutros países: agora, têm custos mais baixos, pelos salários inferiores pagos e terão outros benefícios fiscais e uma atenção muito focada das entidades governamentais para não se emperrarem em armadilhas burocráticas.
Há novas políticas e correção da legislação para atrair fabricantes, criando-lhes condições ajustadas. Poder-se-ia pensar se tais condições, nomeadamente de tipo fiscal, não seriam uma distorção do funcionamento do mercado. A fiscalidade está ao alcance de todos os países e não é a única condição de atração; os salários mais baixos não são simples de se conseguir e a Índia é o maior mercado para aqueles produtos, que têm uma taxa de 10,5% sobre os importados, e isso é vantagem de peso para os fabricar localmente.
Professor da AESE Business School e Dirigente da AAPI - Associação de Amizade Portugal-Índia
04 DE SETEMBRO DE 2016
00:03
Eugénio Viassa Monteiro
Diário de Notícias
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