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Espanha, a maioria dos portugueses “te quiere mucho”
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Espanha, a maioria dos portugueses “te quiere mucho”
Um estudo do Instituto Elcano mostra que os portugueses invejam Espanha, que consideram um país rico e tecnologicamente avançado. Não surpreende, pois, que 68% concordem que Espanha e Portugal deveriam avançar para alguma forma de união política ibérica.
O correspondente em Portugal de um jornal espanhol disse ao jornal Expresso que “Portugal faz inveja” aos espanhóis ou, pelo menos, faz-lhe inveja a ele. Mas os resultados agora divulgados de um estudo de opinião realizado pelo Real Instituto Elcano, um ‘think-tank’ de estudos internacionais e estratégicos que analisa o mundo numa perspetiva espanhola, europeia e global, revelam precisamente o contrário: os portugueses invejam Espanha, que consideram um país rico e tecnologicamente avançado. Não surpreende, pois, que 68% revelem estar de acordo que a Espanha e Portugal deveriam avançar para alguma forma de união política ibérica.
Há razões objetivas. Enquanto o PIB da Espanha “desgovernada” aumentou 0,8% até junho de 2016, o PIB de Portugal, tão bem governado que causa inveja ao correspondente espanhol, expandiu-se apenas 0,3% no mesmo período (ele não refere este aspeto “menor” no seu artigo sobre personalidades).
O objetivo principal do estudo do Instituto Elcano é conhecer a evolução da valorização da imagem de Espanha na opinião pública de vários países. Foi realizado num universo representando a população entre os 18 e os 70 anos residente na Alemanha, Reino Unido, França, Portugal, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Marrocos, China e Índia. As amostras oscilaram entre 400 e 473 entrevistas, num total de 4.105, realizadas entre 26 de maio e 9 de junho de 2016, com as mesmas perguntas em todos os países. É a sexta vez que este estudo se realiza, mas a primeira em que foi feito em Portugal.
Os resultados destacam que a palavra “crise” deixou de estar associada, de forma espontânea, a Espanha, o que coincide com a mudança de tom verificada nos media internacionais desde 2015. O estudo realça que nos cinco países onde têm sido feitos inquéritos sistemáticos, a imagem de Espanha aparece agora mais vezes identificada como país moderno, fiável, honesto, rico e forte.
Na imagem de Espanha persistem os estereótipos do costume: 42% dos chineses associam espontaneamente ‘top of mind’ Espanha à palavra touros e 23% a futebol. Na América Latina, futebol é também a primeira coisa que vem à cabeça quando se ouve a palavra Espanha. Em Portugal, touros é também a primeira palavra (13%), seguida de fiesta e cidades (11%), gastronomia (8%), flamenco (6%). Mais curioso, dez em cada cem portugueses associam Espanha à expressão a minha família, uma impressionante percentagem sem paralelo nos outros países. Não se percebe se significa que muitos portugueses têm família de origem espanhola ou se consideram Espanha a sua família.
A percepção de Portugal sobre Espanha, assim como a da Índia, Colômbia e Peru, é muito positiva. Enquanto estes países consideram que Espanha é um país rico, em França, Alemanha e Reino Unido a Espanha é ainda considerada um país pobre.
O estudo destaca que em Portugal existe uma base social importante, mais de dois terços, para avançar para uma maior cooperação política e económica entre os dois países; 62% dos portugueses considera que Espanha é o melhor aliado de Portugal, mas um número ainda superior, 74%, considera que Espanha deveria ser ainda melhor aliado. Como comparação, em França ambos os valores são apenas 38%.
Mas este amor não é correspondido. Ela, a Espanha, não se interessa suficientemente por ele, o Portugal. De facto, embora uma enorme maioria de portugueses (83%) considere que Portugal e Espanha têm interesses comuns, apenas cerca de dois terços (63%) considera que os dois se põem de acordo para os defender. Cerca de metade dos portugueses (51%) perceciona os investimentos espanhóis como positivos para Portugal, mas 47% identifica aspetos positivos e negativos, e 2% afirma que são apenas negativos. De entre os aspetos negativos, 31,5% considera haver uma colonização ou perda de identidade portuguesa. No entanto, apenas 5,6% considera que a espanholização da banca portuguesa é negativa. Eles lá saberão porquê.
Na semana em que a Catalunha abre uma representação em Portugal, a oitava internacionalização da política externa da Comunidade Autónoma, é interessante conhecer a opinião dos 85,6% de portugueses (o mais elevado de todos os inquiridos) que conhecem a questão independentista catalã. Desde logo, o que pensam sobre o impacto para os catalães. No Reino Unido, 31,3% considera que será positivo e 29,7% negativo. Porém, quase metade dos portugueses (48,6%) considera negativo, enquanto para 22,3% seria positivo. Como comparação, 41% dos franceses considera negativo e 12,6% positivo. Os portugueses são os europeus que, de longe, consideram que a independência da Catalunha seria negativa para a União Europeia (45,7%). Os britânicos são os que veem um impacto menos negativo (27,6%).
Este estudo espanhol sobre a imagem de Espanha revela bastante sobre os portugueses. Desde logo, Portugal deveria procurar fortalecer os laços com Espanha e ir além do estereótipo português de nuestros hermanos. Provavelmente, nuestros sócios seria mais adequado e responderia à opinião maioritariamente expressa pela amostra representativa dos portugueses, mas seria preciso que eles tivessem mais interesse por nós e aceitassem a sociedade. Talvez por troca com a Catalunha. Es solo una broma, hombre!
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico
00:05 h
Nuno Cintra Torres, Investigador e Professor Universitário
Económico
O correspondente em Portugal de um jornal espanhol disse ao jornal Expresso que “Portugal faz inveja” aos espanhóis ou, pelo menos, faz-lhe inveja a ele. Mas os resultados agora divulgados de um estudo de opinião realizado pelo Real Instituto Elcano, um ‘think-tank’ de estudos internacionais e estratégicos que analisa o mundo numa perspetiva espanhola, europeia e global, revelam precisamente o contrário: os portugueses invejam Espanha, que consideram um país rico e tecnologicamente avançado. Não surpreende, pois, que 68% revelem estar de acordo que a Espanha e Portugal deveriam avançar para alguma forma de união política ibérica.
Há razões objetivas. Enquanto o PIB da Espanha “desgovernada” aumentou 0,8% até junho de 2016, o PIB de Portugal, tão bem governado que causa inveja ao correspondente espanhol, expandiu-se apenas 0,3% no mesmo período (ele não refere este aspeto “menor” no seu artigo sobre personalidades).
O objetivo principal do estudo do Instituto Elcano é conhecer a evolução da valorização da imagem de Espanha na opinião pública de vários países. Foi realizado num universo representando a população entre os 18 e os 70 anos residente na Alemanha, Reino Unido, França, Portugal, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Marrocos, China e Índia. As amostras oscilaram entre 400 e 473 entrevistas, num total de 4.105, realizadas entre 26 de maio e 9 de junho de 2016, com as mesmas perguntas em todos os países. É a sexta vez que este estudo se realiza, mas a primeira em que foi feito em Portugal.
Os resultados destacam que a palavra “crise” deixou de estar associada, de forma espontânea, a Espanha, o que coincide com a mudança de tom verificada nos media internacionais desde 2015. O estudo realça que nos cinco países onde têm sido feitos inquéritos sistemáticos, a imagem de Espanha aparece agora mais vezes identificada como país moderno, fiável, honesto, rico e forte.
Na imagem de Espanha persistem os estereótipos do costume: 42% dos chineses associam espontaneamente ‘top of mind’ Espanha à palavra touros e 23% a futebol. Na América Latina, futebol é também a primeira coisa que vem à cabeça quando se ouve a palavra Espanha. Em Portugal, touros é também a primeira palavra (13%), seguida de fiesta e cidades (11%), gastronomia (8%), flamenco (6%). Mais curioso, dez em cada cem portugueses associam Espanha à expressão a minha família, uma impressionante percentagem sem paralelo nos outros países. Não se percebe se significa que muitos portugueses têm família de origem espanhola ou se consideram Espanha a sua família.
A percepção de Portugal sobre Espanha, assim como a da Índia, Colômbia e Peru, é muito positiva. Enquanto estes países consideram que Espanha é um país rico, em França, Alemanha e Reino Unido a Espanha é ainda considerada um país pobre.
O estudo destaca que em Portugal existe uma base social importante, mais de dois terços, para avançar para uma maior cooperação política e económica entre os dois países; 62% dos portugueses considera que Espanha é o melhor aliado de Portugal, mas um número ainda superior, 74%, considera que Espanha deveria ser ainda melhor aliado. Como comparação, em França ambos os valores são apenas 38%.
Mas este amor não é correspondido. Ela, a Espanha, não se interessa suficientemente por ele, o Portugal. De facto, embora uma enorme maioria de portugueses (83%) considere que Portugal e Espanha têm interesses comuns, apenas cerca de dois terços (63%) considera que os dois se põem de acordo para os defender. Cerca de metade dos portugueses (51%) perceciona os investimentos espanhóis como positivos para Portugal, mas 47% identifica aspetos positivos e negativos, e 2% afirma que são apenas negativos. De entre os aspetos negativos, 31,5% considera haver uma colonização ou perda de identidade portuguesa. No entanto, apenas 5,6% considera que a espanholização da banca portuguesa é negativa. Eles lá saberão porquê.
Na semana em que a Catalunha abre uma representação em Portugal, a oitava internacionalização da política externa da Comunidade Autónoma, é interessante conhecer a opinião dos 85,6% de portugueses (o mais elevado de todos os inquiridos) que conhecem a questão independentista catalã. Desde logo, o que pensam sobre o impacto para os catalães. No Reino Unido, 31,3% considera que será positivo e 29,7% negativo. Porém, quase metade dos portugueses (48,6%) considera negativo, enquanto para 22,3% seria positivo. Como comparação, 41% dos franceses considera negativo e 12,6% positivo. Os portugueses são os europeus que, de longe, consideram que a independência da Catalunha seria negativa para a União Europeia (45,7%). Os britânicos são os que veem um impacto menos negativo (27,6%).
Este estudo espanhol sobre a imagem de Espanha revela bastante sobre os portugueses. Desde logo, Portugal deveria procurar fortalecer os laços com Espanha e ir além do estereótipo português de nuestros hermanos. Provavelmente, nuestros sócios seria mais adequado e responderia à opinião maioritariamente expressa pela amostra representativa dos portugueses, mas seria preciso que eles tivessem mais interesse por nós e aceitassem a sociedade. Talvez por troca com a Catalunha. Es solo una broma, hombre!
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