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Um grande português
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Um grande português
A maior fundação americana (e do mundo) é a Bill e Melinda Gates, criada pelo génio da Microsoft. No Reino Unido, destaca-se o Wellcome Trust, legado de um industrial farmacêutico americano que fez fortuna nas Ilhas Britânicas e se naturalizou. Na Alemanha, a gigante é a Robert Bosch Stiftung, criada pelos herdeiros do famoso inventor e industrial. Já em Portugal, a maior das fundações é a Calouste Gulbenkian, dádiva ao país de um magnata que encontrou refúgio em Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial e nunca mais se foi embora.
Nascido no Império Otomano, na atual Istambul, Gulbenkian era um arménio que se naturalizou britânico. No final da Primeira Guerra Mundial soube aliar o saber de engenheiro, os dotes negociais e o conhecimento do Médio Oriente para garantir para si 5% dos lucros petrolíferos da região. Amante da arte, tornou-se colecionador. Vivia em França quando a guerra voltou à Europa e decidiu partir para os Estados Unidos com Portugal como escala. Chegou cá em 1942, deixou-se prender pelo país, ficou depois do fim do conflito e morreu em 1955 deixando no testamento a vontade de criar uma fundação sediada em Portugal. Nem o filho nem o seu advogado britânico concordaram.
Gostou das pessoas e da luz de Lisboa, de certeza. Mas se temos a Fundação Calouste Gulbenkian hoje em Portugal é mérito de José de Azeredo Perdigão, o advogado do magnata arménio. Tornou-se imprescindível em vida, influenciou a vontade testamentária, convenceu Salazar de que Portugal estava a beneficiar de uma oferta única. Azeredo Perdigão, homem de cultura e democrata com provas dadas, conseguiu que mesmo durante a ditadura a Gulbenkian se afirmasse como um espaço de liberdade e de apoio ao desenvolvimento do país. E com a chegada da democracia em 1974 manteve o rumo da instituição, apoiando a educação, as artes e as ciências.
Azeredo Perdigão marcou o século XX português. Nasceu em 1896 e morreu em 1993. Amanhã passam 120 anos exatos sobre o nascimento e a fundação que ajudou a criar homenageia-o. É também uma homenagem que lhe é devida por todos os portugueses, sem dúvida.
Editorial
18 DE SETEMBRO DE 2016
00:01
Leonídio Paulo Ferreira
Diário de Notícias
Nascido no Império Otomano, na atual Istambul, Gulbenkian era um arménio que se naturalizou britânico. No final da Primeira Guerra Mundial soube aliar o saber de engenheiro, os dotes negociais e o conhecimento do Médio Oriente para garantir para si 5% dos lucros petrolíferos da região. Amante da arte, tornou-se colecionador. Vivia em França quando a guerra voltou à Europa e decidiu partir para os Estados Unidos com Portugal como escala. Chegou cá em 1942, deixou-se prender pelo país, ficou depois do fim do conflito e morreu em 1955 deixando no testamento a vontade de criar uma fundação sediada em Portugal. Nem o filho nem o seu advogado britânico concordaram.
Gostou das pessoas e da luz de Lisboa, de certeza. Mas se temos a Fundação Calouste Gulbenkian hoje em Portugal é mérito de José de Azeredo Perdigão, o advogado do magnata arménio. Tornou-se imprescindível em vida, influenciou a vontade testamentária, convenceu Salazar de que Portugal estava a beneficiar de uma oferta única. Azeredo Perdigão, homem de cultura e democrata com provas dadas, conseguiu que mesmo durante a ditadura a Gulbenkian se afirmasse como um espaço de liberdade e de apoio ao desenvolvimento do país. E com a chegada da democracia em 1974 manteve o rumo da instituição, apoiando a educação, as artes e as ciências.
Azeredo Perdigão marcou o século XX português. Nasceu em 1896 e morreu em 1993. Amanhã passam 120 anos exatos sobre o nascimento e a fundação que ajudou a criar homenageia-o. É também uma homenagem que lhe é devida por todos os portugueses, sem dúvida.
Editorial
18 DE SETEMBRO DE 2016
00:01
Leonídio Paulo Ferreira
Diário de Notícias
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