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Renato Leite, opinião Jornal Económico Turismo de compras: agir agora para não ser tarde demais
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Renato Leite, opinião Jornal Económico Turismo de compras: agir agora para não ser tarde demais
É essencial partilhar ideias e soluções que contribuam para a prossecução de um caminho comum que nos assegure o lugar preferencial que merecemos nas opções de viagem dos ‘globe shoppers’.
Diz um antigo provérbio chinês que não importa quantos passos se deram para trás, mas sim quantos passos ainda podemos dar para a frente. Transposto para o tema deste artigo, podemos dizer que não merece a pena aqui declinar queixas e lamúrias sobre o que se desperdiçou e ficou por fazer no passado de modo a tornar Portugal um destino de compras preferencial para os turistas como os chineses. Importa, isso sim, partilhar ideias e soluções que, conjugadas, possam contribuir para a prossecução de um caminho comum que nos assegure o lugar preferencial que merecemos nas opções de viagem dos ‘globe shoppers’, incluindo os chineses, o maior mercado emissor desta categoria.
No momento atual, em que se discute a estratégia para o turismo em Portugal num horizonte a 10 anos, destacaria, em primeiro lugar, a necessidade de olharmos todos, decisores e operadores, para a vizinha Espanha e compreendermos a urgência de um ‘benchmark’ do qual resulte a elaboração de um plano nacional específico para o turismo de compras. Não um documento teórico, mas de ação, que de forma pragmática e integradora contribua para o reforço das nossas vantagens competitivas e para minorar as nossas fraquezas. Sublinho que o Plano Nacional para o Turismo de Compras Espanhol, elaborado em 2015, permitiu tanto a Madrid como a Barcelona aumentarem significativamente o número de turistas oriundos da Ásia e da China em particular.
No caso português, partilhamos com os espanhóis – entre vários outros exemplos que poderiam ser citados – a necessidade de reforço das ligações aéreas com os mercados emissores asiáticos. Como é sabido, existem já voos como os promovidos pela companhia Hainan Airlines que ligam Lisboa a Pequim via Bruxelas. Mas é essencial e urgente que surjam voos diretos, tal como os anunciados publicamente a lançar até final deste ano pela Capital Airlines, detida pelo grupo HNA, acionista do consórcio Atlantic Gateway, presente no capital da TAP. Faltará apenas – de acordo com o divulgado – o acordo quanto ao valor dos incentivos a atribuir pelo Turismo de Portugal para que, após duas décadas de promessas por cumprir, existam finalmente dois voos directos por semana a unir os dois países, encurtando assim significativamente o tempo e o preço das viagens.
Não são, no entanto, apenas os decisores públicos que têm um papel crucial na captação de um maior número de turistas chineses. O setor privado, operadores turísticos, agências de viagens e retalhistas são agentes fundamentais nesta estratégia de captação integradora. Recentemente, foram identificadas transformações que apontam para um crescimento do mercado emissor chinês na categoria semi-FIT. Ou seja, um aumento significativo das viagens em conjunto associadas a grupos familiares, de amigos, colegas ou membros de um mesmo clube, na sua maior parte viagens customizadas em que são pré-decididas as opções de alojamento, transporte e itinerários. Ao mesmo tempo, por outro lado, cresce a procura de “experiências” e de imersão nas realidades locais.
As ações de formação que habitualmente fazemos visam auxiliar os retalhistas a organizar-se e a aplicar as medidas adequadas não apenas na promoção como no contacto direto com os seus clientes. É importante reforçar estas ações – cujos resultados positivos têm sido visíveis e mensuráveis – para que todos os agentes que contactam diretamente com os turistas comprovem, na sua atividade diária, as razões pelas quais cidades como Lisboa e Porto têm tudo para ser competitivas face a destinos similares noutros países.
De acordo com dados que temos referentes às compras em regime de Tax Free em Portugal, no primeiro semestre de 2016, a China ocupa ainda o segundo lugar com um peso de mercado de 17%, posicionando-se entre os 36% que ainda representam os turistas angolanos e os 16% dos brasileiros. Mas, apesar do valor médio das compras ser entre todos o mais elevado no caso dos chineses, atingindo os 633 euros, a verdade é que o número de compras baixou 8% relativamente a 2015, uma variação que atinge um significativo decréscimo de 25% no que toca ao total de compras também face ao ano anterior.
Mais do que inverter esta tendência de quebra, urge através das decisões e medidas já anunciadas transformá-la numa tendência de subida. Haja vontade e rapidez na ação, Portugal tem todas as condições para o fazer e nós estaremos sempre ao lado dos agentes públicos e privados do setor, contribuindo com o nosso ‘know how’ internacional e conhecimento do terreno e da realidade portuguesa, onde operamos há vários anos como líderes na área do Tax Free.
Citando, para terminar como comecei, um outro provérbio fruto da sabedoria milenar chinesa: “Devemos lembrar-nos de cavar o poço antes de sentirmos sede”. Se não agirmos agora, em conjunto e com uma visão estratégica concertada e eficaz, corremos o risco de mais tarde ser tarde demais.
Renato Leite, Managing Director Global Blue
Ontem 10:45
Jornal Económico
Diz um antigo provérbio chinês que não importa quantos passos se deram para trás, mas sim quantos passos ainda podemos dar para a frente. Transposto para o tema deste artigo, podemos dizer que não merece a pena aqui declinar queixas e lamúrias sobre o que se desperdiçou e ficou por fazer no passado de modo a tornar Portugal um destino de compras preferencial para os turistas como os chineses. Importa, isso sim, partilhar ideias e soluções que, conjugadas, possam contribuir para a prossecução de um caminho comum que nos assegure o lugar preferencial que merecemos nas opções de viagem dos ‘globe shoppers’, incluindo os chineses, o maior mercado emissor desta categoria.
No momento atual, em que se discute a estratégia para o turismo em Portugal num horizonte a 10 anos, destacaria, em primeiro lugar, a necessidade de olharmos todos, decisores e operadores, para a vizinha Espanha e compreendermos a urgência de um ‘benchmark’ do qual resulte a elaboração de um plano nacional específico para o turismo de compras. Não um documento teórico, mas de ação, que de forma pragmática e integradora contribua para o reforço das nossas vantagens competitivas e para minorar as nossas fraquezas. Sublinho que o Plano Nacional para o Turismo de Compras Espanhol, elaborado em 2015, permitiu tanto a Madrid como a Barcelona aumentarem significativamente o número de turistas oriundos da Ásia e da China em particular.
No caso português, partilhamos com os espanhóis – entre vários outros exemplos que poderiam ser citados – a necessidade de reforço das ligações aéreas com os mercados emissores asiáticos. Como é sabido, existem já voos como os promovidos pela companhia Hainan Airlines que ligam Lisboa a Pequim via Bruxelas. Mas é essencial e urgente que surjam voos diretos, tal como os anunciados publicamente a lançar até final deste ano pela Capital Airlines, detida pelo grupo HNA, acionista do consórcio Atlantic Gateway, presente no capital da TAP. Faltará apenas – de acordo com o divulgado – o acordo quanto ao valor dos incentivos a atribuir pelo Turismo de Portugal para que, após duas décadas de promessas por cumprir, existam finalmente dois voos directos por semana a unir os dois países, encurtando assim significativamente o tempo e o preço das viagens.
Não são, no entanto, apenas os decisores públicos que têm um papel crucial na captação de um maior número de turistas chineses. O setor privado, operadores turísticos, agências de viagens e retalhistas são agentes fundamentais nesta estratégia de captação integradora. Recentemente, foram identificadas transformações que apontam para um crescimento do mercado emissor chinês na categoria semi-FIT. Ou seja, um aumento significativo das viagens em conjunto associadas a grupos familiares, de amigos, colegas ou membros de um mesmo clube, na sua maior parte viagens customizadas em que são pré-decididas as opções de alojamento, transporte e itinerários. Ao mesmo tempo, por outro lado, cresce a procura de “experiências” e de imersão nas realidades locais.
As ações de formação que habitualmente fazemos visam auxiliar os retalhistas a organizar-se e a aplicar as medidas adequadas não apenas na promoção como no contacto direto com os seus clientes. É importante reforçar estas ações – cujos resultados positivos têm sido visíveis e mensuráveis – para que todos os agentes que contactam diretamente com os turistas comprovem, na sua atividade diária, as razões pelas quais cidades como Lisboa e Porto têm tudo para ser competitivas face a destinos similares noutros países.
De acordo com dados que temos referentes às compras em regime de Tax Free em Portugal, no primeiro semestre de 2016, a China ocupa ainda o segundo lugar com um peso de mercado de 17%, posicionando-se entre os 36% que ainda representam os turistas angolanos e os 16% dos brasileiros. Mas, apesar do valor médio das compras ser entre todos o mais elevado no caso dos chineses, atingindo os 633 euros, a verdade é que o número de compras baixou 8% relativamente a 2015, uma variação que atinge um significativo decréscimo de 25% no que toca ao total de compras também face ao ano anterior.
Mais do que inverter esta tendência de quebra, urge através das decisões e medidas já anunciadas transformá-la numa tendência de subida. Haja vontade e rapidez na ação, Portugal tem todas as condições para o fazer e nós estaremos sempre ao lado dos agentes públicos e privados do setor, contribuindo com o nosso ‘know how’ internacional e conhecimento do terreno e da realidade portuguesa, onde operamos há vários anos como líderes na área do Tax Free.
Citando, para terminar como comecei, um outro provérbio fruto da sabedoria milenar chinesa: “Devemos lembrar-nos de cavar o poço antes de sentirmos sede”. Se não agirmos agora, em conjunto e com uma visão estratégica concertada e eficaz, corremos o risco de mais tarde ser tarde demais.
Renato Leite, Managing Director Global Blue
Ontem 10:45
Jornal Económico
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