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Porque é que o depósito a prazo rende tão pouco e pago tanto pelo crédito?
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Porque é que o depósito a prazo rende tão pouco e pago tanto pelo crédito?
Hoje em dia é impossível encontrar em Portugal um banco capaz de oferecer um produto seguro e interessante para as nossas poupanças. Para além da crescente debilidade e falta de confiança no sector, a banca nacional está cada vez menos generosa no que se refere a remunerar os depósitos dos seus clientes. Desde 2008, altura em que o Banco Central Europeu (BCE) começou a cruzada da redução das taxas de juro, ficou quase impossível encontrar um banco a remunerar depósitos como até então. No entanto, segundo dados do BCE, o mesmo não acontece da mesma forma em todos os países da zona euro, uma vez que podemos encontrar grandes diferenças tanto nas remunerações dos depósitos como no custo do financiamento nos bancos que têm a Euribor como denominador comum.
Em Julho, a remuneração média para depósitos de particulares até 1 ano era de 0,37%, enquanto que na Zona Euro a média andava pelos 0,51%. A diferença parece pouca, mas em média os outros países da Zona Euro estão a pagar mais 40% do que se paga em Portugal. Analisando país por país, as desigualdades são ainda maiores. Em França, por exemplo, esses mesmos depósitos são remunerados a 1,31% e em Itália a 0,86%. Pior que Portugal temos a Alemanha com 0,27%, Espanha com 0,18% e a Lituânia com 0,11%. Esta quebra tão acentuada da remuneração dos depósitos a prazo são reflexo da menor aposta dos Bancos neste tipo de produtos, já que não têm necessidades de liquidez que os levem a querer captar novos depósitos. Para além disso, a concorrência com os certificados de aforro está cada vez menor desde que estes também sofreram cortes nas remunerações.
Se somos menos remunerados nos depósitos, poderíamos esperar que o custo de financiamento também fosse menor do que a média europeia. Mas não. De facto, recebemos menos e pagamos mais que a média da união europeia. Realmente, o custo dos empréstimos ao consumo e habitação não têm sofrido grandes alterações, mas também neste campo, Portugal registou uma taxa de juro média no crédito ao consumo com prazos de 1 a 5 anos (6,11%), bem acima da média da Zona Euro (5,16%) e de França que tem uma taxa de juro média de 3,71%.
Este desequilíbrio nas taxas de juro deve-se a diferentes variáveis que determinam a taxa de intermediação financeira dos nossos bancos. Tradicionalmente, o negocio de um banco consiste em captar recursos através de depósitos para depois canalizá-los para agentes económicos que necessitem deles. É daqui que resulta a margem financeira dos bancos, que no caso de Portugal e de outros países da Zona Euro, é necessariamente superior para compensar o crescente número de empréstimos em incumprimento. O Banco de Portugal (BdP) vem defendendo a criação de um veículo de resolução para poder livrar os bancos do crédito mal parado, porque esse é, segundo o BdP, um dos problemas que está a dificultar o financiamento da economia. Longe dos 120 mil milhões de euros de crédito mal parado que tem Espanha, os 20 mil milhões de Portugal são uma barreira real para a obtenção de crédito. Por um lado, como os bancos têm de provisionar o crédito mal parado, precisam aumentar a margem de exploração para esse fim, o que os obriga a aumentar o spread nas novas operações de financiamento, tornando os empréstimos mais caros, ou a ser mais seletivos nos projetos que aprovam. Por outro lado, com a intensidade da concorrência, com os aumentos dos custos médios operacionais, e com a maior aversão ao risco de crédito do sector bancário nos países com maior incumprimento, é normal que haja uma grande heterogeneidade na banca comercial dos nossos parceiros europeus.
Luís Pedro Branco
Diário de Notícias da Madeira
Terça, 27 de Setembro de 2016
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