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Cacofonia política
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Cacofonia política
O programa do Governo para a economia é obsoleto e estruturalmente ineficiente. Até porque Portugal continua com necessidades de financiamento anuais superiores a 18% do PIB.
Mais um ano de cacofonia política e Portugal continua no mesmo sentido descendente na escada do desenvolvimento económico – não pelo que fez, mas essencialmente pelo que não fez. Após três anos de uma estratégia de destruição do tecido produtivo e de terrorismo fiscal encetada pelo anterior governo, a estabilização do sentimento económico em 2015 abriu caminho a uma nova estratégia, desta feita focada no crescimento económico.
Contudo, em quase um ano de mandato fica apenas a opção da Geringonça em não pactuar com a ocultação danosa dos problemas da banca perpetrada pela PàF. No resto, e no meio de um chorrilho de iniciativas banais de índole económica, Portugal continua sem uma estratégia credível.
Tal como referi logo no início do ano, a meta dos 2,1% na expansão do PIB para 2016 era uma fábula apenas para os mais distraídos ou cegos. Agora, 1% já é considerado como “nada mau”. De acordo com o FMI, até 2021 Portugal será o país com menor crescimento económico da zona euro e o défice público rondará os 3%, ano após ano. Isto depois de:
Nos últimos 20 anos, Portugal ter sido o país na Europa com o maior aumento de impostos em relação ao PIB;
A “consolidação” das contas públicas de 2011 a 2015 ter sido feita, exclusivamente, a custo das receitas: as despesas correntes aumentaram de 78,4 para 79,2 mil milhões de euros, enquanto as receitas correntes passaram de 67,1 para 77,3 mil milhões de euros, reduzindo drasticamente o desequilíbrio (criminoso) deixado por Sócrates.
Aqui chegados, prefere-se a mediocridade salgada com meia dúzia de impostos encapotados e de discriminação dúbia, a pretexto de uma suposta resolução das desigualdades sociais. Os dados pouco importam para a xenofobia eleitoralista reinante na esquerda menos ponderada, onde impera a destruição em vez da construção.
Os 1% que mais ganham (famílias) pagam 28,3% dos impostos de rendimento. Um agregado que tenha 500 mil euros investidos à taxa de juro da dívida pública portuguesa gera um rendimento colectável igual ou superior a cerca de 80% (!) das famílias. Isto não quer dizer que os “ricos” ganham muito, mas que as classes de rendimentos mais baixos recebem excessivamente pouco, logo, é “fácil” um constante aumento da disparidade de rendimentos.
Tal como Confucius afirmou há mais de 2.000 anos, “Num país bem governado, a pobreza deve-nos envergonhar, num país mal governado, a riqueza é algo que envergonha”. Importa, pois, resolver o problema de base, os baixos salários, desenvolvendo uma estratégia que se foque exclusivamente no fomento das empresas que produzam produtos de maior valor acrescentado (as que podem pagar melhor), no mercado de capitais que as financiam (não a banca) e na literacia financeira.
O tempo não espera por ninguém. O programa do Governo para a economia é obsoleto e estruturalmente ineficiente. Os perigos na economia mundial abundam e uma fase negativa dos inevitáveis ciclos económicos em breve estará aí, e quanto mais cedo tal ocorrer mais elevadas serão as hipóteses de um novo resgate. Até porque Portugal continua com necessidades de financiamento anuais superiores a 18% do PIB, um valor exorbitante e insustentável, e que, se o BCE levar avante a intenção de terminar o seu programa de compras de dívida nacional, é razão suficiente para um novo resgate.
arco Silva, Financeiro
00:06
Jornal Económico
Mais um ano de cacofonia política e Portugal continua no mesmo sentido descendente na escada do desenvolvimento económico – não pelo que fez, mas essencialmente pelo que não fez. Após três anos de uma estratégia de destruição do tecido produtivo e de terrorismo fiscal encetada pelo anterior governo, a estabilização do sentimento económico em 2015 abriu caminho a uma nova estratégia, desta feita focada no crescimento económico.
Contudo, em quase um ano de mandato fica apenas a opção da Geringonça em não pactuar com a ocultação danosa dos problemas da banca perpetrada pela PàF. No resto, e no meio de um chorrilho de iniciativas banais de índole económica, Portugal continua sem uma estratégia credível.
Tal como referi logo no início do ano, a meta dos 2,1% na expansão do PIB para 2016 era uma fábula apenas para os mais distraídos ou cegos. Agora, 1% já é considerado como “nada mau”. De acordo com o FMI, até 2021 Portugal será o país com menor crescimento económico da zona euro e o défice público rondará os 3%, ano após ano. Isto depois de:
Nos últimos 20 anos, Portugal ter sido o país na Europa com o maior aumento de impostos em relação ao PIB;
A “consolidação” das contas públicas de 2011 a 2015 ter sido feita, exclusivamente, a custo das receitas: as despesas correntes aumentaram de 78,4 para 79,2 mil milhões de euros, enquanto as receitas correntes passaram de 67,1 para 77,3 mil milhões de euros, reduzindo drasticamente o desequilíbrio (criminoso) deixado por Sócrates.
Aqui chegados, prefere-se a mediocridade salgada com meia dúzia de impostos encapotados e de discriminação dúbia, a pretexto de uma suposta resolução das desigualdades sociais. Os dados pouco importam para a xenofobia eleitoralista reinante na esquerda menos ponderada, onde impera a destruição em vez da construção.
Os 1% que mais ganham (famílias) pagam 28,3% dos impostos de rendimento. Um agregado que tenha 500 mil euros investidos à taxa de juro da dívida pública portuguesa gera um rendimento colectável igual ou superior a cerca de 80% (!) das famílias. Isto não quer dizer que os “ricos” ganham muito, mas que as classes de rendimentos mais baixos recebem excessivamente pouco, logo, é “fácil” um constante aumento da disparidade de rendimentos.
Tal como Confucius afirmou há mais de 2.000 anos, “Num país bem governado, a pobreza deve-nos envergonhar, num país mal governado, a riqueza é algo que envergonha”. Importa, pois, resolver o problema de base, os baixos salários, desenvolvendo uma estratégia que se foque exclusivamente no fomento das empresas que produzam produtos de maior valor acrescentado (as que podem pagar melhor), no mercado de capitais que as financiam (não a banca) e na literacia financeira.
O tempo não espera por ninguém. O programa do Governo para a economia é obsoleto e estruturalmente ineficiente. Os perigos na economia mundial abundam e uma fase negativa dos inevitáveis ciclos económicos em breve estará aí, e quanto mais cedo tal ocorrer mais elevadas serão as hipóteses de um novo resgate. Até porque Portugal continua com necessidades de financiamento anuais superiores a 18% do PIB, um valor exorbitante e insustentável, e que, se o BCE levar avante a intenção de terminar o seu programa de compras de dívida nacional, é razão suficiente para um novo resgate.
arco Silva, Financeiro
00:06
Jornal Económico
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