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Os ventos e os políticos
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Os ventos e os políticos
Quanto ao sucesso da “coisa pública”, o último a sair que feche a porta!
- Barcos à vela para cima e barcos à vela para baixo, o diabo é que entende isto! – dizia a minha mãe quando constatava barcos à vela em sentido contrário e, como é mais frequente, o vento soprando apenas numa direcção.
A discussão à volta do orçamento é uma conversa de surdos. Todos estão de acordo, uma vez que os discursos têm o mesmo conteúdo, mas os intervenientes neste diálogo de surdos alteraram os papéis e, em certos casos, até são actores “novos”. Melhor dizendo, os que ontem fizeram o discurso contra, invocando argumentos de combate e bota-abaixo estão hoje no palco do poder e apresentam os mesmos argumentos dos seus antecessores, por outras palavras. Os que ontem, estando do lado, do poder, argumentaram favoravelmente o aumento de impostos e os cortes salariais, hoje, veementemente e com uma forte convicção fingida, acham que o orçamento deveria consagrar aumentos de regalias e diminuição de impostos.
O diabo é que entende, estes argumentos que vão sendo disparados ao vento, no sentido de servir-se do povo e da nação, para objectivos que Deus saberá quais são!
Bem que brada o Presidente da República para consensos nas áreas estruturantes da nossa sociedade. De facto, se houvesse boa vontade e sentido de Estado, a maioria dos nossos políticos seria capaz de, nos momentos difíceis, como os que conhecemos nestes últimos tempos, conjugar esforços para discutir e encontrar soluções, insisto, em matérias estruturantes da nossa sociedade, por forma a que, durante um médio e longo prazo, a estabilidade essencial fosse capaz de persistir.
Seria uma estabilidade que, no tal médio e longo prazo, permitiria atrair investimento, e consolidar os objectivos entretanto alcançados.
Mas parece que a natureza desta gente é como a do escorpião: mesmo que lhe custe a vida, a meio da travessia do rio e às costas do sapo benemérito, a natureza do escorpião leva-o a morder e envenenar o seu anfitrião transportador.
O problema é que, como afirmei de início, todos estão de acordo, mas não é com o orçamento, nem em servir a nação. Demasiados deles estão de acordo em servir-se da “res publica” a favor de interesses e objectivos que serão mais privados que públicos.
Quanto ao sucesso da “coisa pública”, o último a sair que feche a porta!
É esta a sensação que tenho com os “filmes” que se me oferecem dos poucos areópagos políticos a que vou assistindo. E parece que os 60% de açorianos que ficaram em casa também pensam parecido! O povo vai-se alheando cada vez mais da participação política. No entanto, tal como o sapo desconfiado que a mortífera natureza envenenadora do escorpião se sobrepusesse ao bom senso de garantir o transporte até à outra margem, o povo vai “dando boleia”, por acção e omissão. Isto é, uns vão continuando a cumprir o seu dever cívico, apresentando-se às urnas. Outros, porventura desiludidos, desinteressados, frustrados, cansados, etc etc,, deixam-se ficar alheados e recusam-se participar no acto eleitoral, garantindo a continuidade do sistema.
Entretanto, o espectáculo continua:
- Barcos à vela para cima, barcos à vela para baixo...
MANUEL VIEIRA / 26 OUT 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
- Barcos à vela para cima e barcos à vela para baixo, o diabo é que entende isto! – dizia a minha mãe quando constatava barcos à vela em sentido contrário e, como é mais frequente, o vento soprando apenas numa direcção.
A discussão à volta do orçamento é uma conversa de surdos. Todos estão de acordo, uma vez que os discursos têm o mesmo conteúdo, mas os intervenientes neste diálogo de surdos alteraram os papéis e, em certos casos, até são actores “novos”. Melhor dizendo, os que ontem fizeram o discurso contra, invocando argumentos de combate e bota-abaixo estão hoje no palco do poder e apresentam os mesmos argumentos dos seus antecessores, por outras palavras. Os que ontem, estando do lado, do poder, argumentaram favoravelmente o aumento de impostos e os cortes salariais, hoje, veementemente e com uma forte convicção fingida, acham que o orçamento deveria consagrar aumentos de regalias e diminuição de impostos.
O diabo é que entende, estes argumentos que vão sendo disparados ao vento, no sentido de servir-se do povo e da nação, para objectivos que Deus saberá quais são!
Bem que brada o Presidente da República para consensos nas áreas estruturantes da nossa sociedade. De facto, se houvesse boa vontade e sentido de Estado, a maioria dos nossos políticos seria capaz de, nos momentos difíceis, como os que conhecemos nestes últimos tempos, conjugar esforços para discutir e encontrar soluções, insisto, em matérias estruturantes da nossa sociedade, por forma a que, durante um médio e longo prazo, a estabilidade essencial fosse capaz de persistir.
Seria uma estabilidade que, no tal médio e longo prazo, permitiria atrair investimento, e consolidar os objectivos entretanto alcançados.
Mas parece que a natureza desta gente é como a do escorpião: mesmo que lhe custe a vida, a meio da travessia do rio e às costas do sapo benemérito, a natureza do escorpião leva-o a morder e envenenar o seu anfitrião transportador.
O problema é que, como afirmei de início, todos estão de acordo, mas não é com o orçamento, nem em servir a nação. Demasiados deles estão de acordo em servir-se da “res publica” a favor de interesses e objectivos que serão mais privados que públicos.
Quanto ao sucesso da “coisa pública”, o último a sair que feche a porta!
É esta a sensação que tenho com os “filmes” que se me oferecem dos poucos areópagos políticos a que vou assistindo. E parece que os 60% de açorianos que ficaram em casa também pensam parecido! O povo vai-se alheando cada vez mais da participação política. No entanto, tal como o sapo desconfiado que a mortífera natureza envenenadora do escorpião se sobrepusesse ao bom senso de garantir o transporte até à outra margem, o povo vai “dando boleia”, por acção e omissão. Isto é, uns vão continuando a cumprir o seu dever cívico, apresentando-se às urnas. Outros, porventura desiludidos, desinteressados, frustrados, cansados, etc etc,, deixam-se ficar alheados e recusam-se participar no acto eleitoral, garantindo a continuidade do sistema.
Entretanto, o espectáculo continua:
- Barcos à vela para cima, barcos à vela para baixo...
MANUEL VIEIRA / 26 OUT 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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