Taxa coca-cola

A qualidade de vida não pode ser imposta por decreto ou por uma qualquer taxa aplicada em desespero financeiro. Taxar ’salgados e doces alegando que faz mal à saúde é cercear o direito de escolha que se quer livre, de cada um de nós. O Estado falid o não pode olhar para a coca-cola como a salvadora de um fundo de caixa mal gerido. O dever do Estado é proporcionar condições aos cidadãos para que livremente, façam as suas escolhas também na área da alimentação. Dispenso esta preocupação pela minha saúde. Exijo é que esses cuidados “maternais” vão no sentido de melhorar as condições de acesso à saúde. Melhores hospitais. Médicos e enfermeiros suficientes. Medicamentos mais baratos. É isto que eu quero do Estado. Um Estado que se propõe a ter menos cidadãos “doces e salgados”, obrigando-os a desistir de comer um apetitoso bolo de chocolate ou amendoins com sal, fazendo encarecer estes produtos com impostos, não é um Estado de bem. Mas se não é esse o entendimento da geringonça, então e a outra face da moeda? E para quem vai ao ginásio, pratica desporto, come produtos biológicos ou tofus, não será recompensado? Não haverá um desagravamento na taxa cobrada a estes produtos? Não, nada disso! O objectivo é claro. A preocupação no fundo, não é com a minha saúde. A preocupação é arrecadar mais uns milhares para ter o suficiente para pagar o salário milionário ao presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos. Qualquer coisa como seiscentos mil euros por ano, entre salário e mordomias! Um escândalo num País falido mas que obriga os seus contribuintes a suportar estes maus exemplos de gestão da coisa pública. Todos nós nos devemos indignar e censurar este mau procedimento.

MÁRIO GOUVEIA / 27 OUT 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira