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Palavras do vento que passa...
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Palavras do vento que passa...
Chegou o Outono. Trouxe o vento que passa, a quem perguntamos notícias do nosso país, mas o vento cala a desgraça, o vento nada nos diz, dizemos nós...
O vento então, suavemente sopra uma candeia, e alguém semeia canções no vento que passa!
E o vento diz-nos!
Diz-nos que há refugiados que fogem dos seus países à procura de outros mundos onde a segurança não seja uma palavra vã, onde possam ver os filhos crescerem e os pais decrescerem com dignidade e conforto.
Quantos mares tem de voar uma pomba branca antes de adormecer na areia, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há guerra em quase todos os cantos do mundo, espalhando a destruição e o terror.
Quantas vezes têm de voar as balas dos canhões antes de serem banidas para sempre, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há montanhas, florestas e praias que se desfazem por incúria do homem, que ataca o ambiente onde vive com fúria destruidora comparável às guerras que promove, provocando fugas em massa de pessoas que se tornam refugiados.
Quantos anos tem de ter uma montanha antes de escorrer para o mar, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há cada vez mais pessoas a quem a liberdade é retirada só porque a sua opinião é diferente da dos que momentaneamente mandam nos seus países.
Quantos anos serão necessários antes que possam ser livres, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há muitos de nós que, mesmo sabendo o que se vai passando, olhamos para o lado, fingindo que nada vemos.
Quantas vezes temos de olhar para o lado antes de enfrentarmos o que sabemos ser errado, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que são muitas as vezes que olhamos sem ver, que ouvimos sem escutar o sofrimento e o choro das crianças, adultos e idosos que por esse mundo fora imploram por um pouco de respeito e consideração.
Quantas são as vezes que temos de olhar para cima antes de ver o céu e quantos ouvidos são necessárias ter para podermos começar a escutar, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que são mortas demasiadas pessoas vítimas de atrocidades sem nome qualificável, só porque nasceram no sítio errado, na hora errada.
Quantas mais mortes têm de haver antes de concluirmos que já morreram demasiadas pessoas, pergunta o vento que passa.
As respostas, meus amigos, estão no vento que sopra, no vento que passa e, para tê-las precisamos de ver, ouvir, sentir, olhando e escutando as emoções que o vento nos traz!
Ah!, Bob Dylan foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, que ficaria bem também em Manuel Alegre. A ambos agradeço o empréstimo das suas poesias.
Bem hajam.
PEDRO MELVILL ARAÚJO , MÉDICO / 28 OUT 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
O vento então, suavemente sopra uma candeia, e alguém semeia canções no vento que passa!
E o vento diz-nos!
Diz-nos que há refugiados que fogem dos seus países à procura de outros mundos onde a segurança não seja uma palavra vã, onde possam ver os filhos crescerem e os pais decrescerem com dignidade e conforto.
Quantos mares tem de voar uma pomba branca antes de adormecer na areia, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há guerra em quase todos os cantos do mundo, espalhando a destruição e o terror.
Quantas vezes têm de voar as balas dos canhões antes de serem banidas para sempre, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há montanhas, florestas e praias que se desfazem por incúria do homem, que ataca o ambiente onde vive com fúria destruidora comparável às guerras que promove, provocando fugas em massa de pessoas que se tornam refugiados.
Quantos anos tem de ter uma montanha antes de escorrer para o mar, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há cada vez mais pessoas a quem a liberdade é retirada só porque a sua opinião é diferente da dos que momentaneamente mandam nos seus países.
Quantos anos serão necessários antes que possam ser livres, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que há muitos de nós que, mesmo sabendo o que se vai passando, olhamos para o lado, fingindo que nada vemos.
Quantas vezes temos de olhar para o lado antes de enfrentarmos o que sabemos ser errado, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que são muitas as vezes que olhamos sem ver, que ouvimos sem escutar o sofrimento e o choro das crianças, adultos e idosos que por esse mundo fora imploram por um pouco de respeito e consideração.
Quantas são as vezes que temos de olhar para cima antes de ver o céu e quantos ouvidos são necessárias ter para podermos começar a escutar, pergunta o vento que passa.
Diz-nos que são mortas demasiadas pessoas vítimas de atrocidades sem nome qualificável, só porque nasceram no sítio errado, na hora errada.
Quantas mais mortes têm de haver antes de concluirmos que já morreram demasiadas pessoas, pergunta o vento que passa.
As respostas, meus amigos, estão no vento que sopra, no vento que passa e, para tê-las precisamos de ver, ouvir, sentir, olhando e escutando as emoções que o vento nos traz!
Ah!, Bob Dylan foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, que ficaria bem também em Manuel Alegre. A ambos agradeço o empréstimo das suas poesias.
Bem hajam.
PEDRO MELVILL ARAÚJO , MÉDICO / 28 OUT 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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