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Mensagem por Admin Qua Nov 02, 2016 4:37 pm

PERIGO – Danger in ou PERIGO – Danger out PerigoPerigo

Um sistema de transporte eficiente tem de melhorar a utilização das capacidades instaladas e das infraestruturas, melhorando simultaneamente a eficiência global do sistema e contribuir para a sua sustentabilidade. Atualmente aconselha-se que se encare o transporte intermodal como mais um modo de transporte, daí a necessidade e objectivo de comboios com 750m.

Atente-se no Livro Branco dos Transportes 2050. 

Sendo os objectivos para o desenvolvimento sustentável, claros, concretos e muito precisos, já hoje marcam, a agenda da competição do crescimento, sucedendo que estes objetivos são sustentáveis e comuns, constam igualmente do Acordo de Paris. Só podem ser atingidos com políticas assertivas e coerentes, acautelando a harmonia e simetria, que, neste contexto, se analise também a competitividade e eficiência destas soluções.

Nesta óptica, o transporte intermodal não é apenas uma simples justaposição de atividades modais. É, em si mesmo, uma solução alternativa, completa, para a satisfação das necessidades do mercado.

É certo que o “Terminal” não tem autonomia do negócio de transporte de mercadorias, mas integra a sua cadeia logística e de valor, contribuindo para a afirmação e crescimento suportado do Negócio. Nesse contexto e de forma a responder de forma sustentada às necessidades dos clientes, requer um continuado esforço de investimento essencial à sua rentabilidade.

O Governo anterior reiterou que as propostas apresentadas pelo Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Alto Valor Acrescentado (GT IEVAS) são apenas uma “primeira escolha”. Depois de uma análise muito simplista, em nenhum momento vejo abordar a questão dos Terminais no referido documento. Ora eu sou de opinião que os Terminais devem estar adequados às propostas de investimento para as várias modernizações das linhas (Minho, Beira Alta, Alentejo, etç…) em curso e com linhas preparadas para comboios com 750m, pois, se vamos ter linhas aptas para comboios com 750m e não vamos ter Terminais, apetece perguntar, para quê?, ou seja onde “aterramos” estes comboios?, assim como ninguém quer a coisa, é o mesmo que dizer, que temos um “boeing 747” a voar, mas apenas um heliporto para ele aterrar.

Isto pode chocar os poucos amigos leitores que resistiram até aqui sem “rasgar” esta página, mas fiquem sabendo que as coisas se passam exatamente assim e enterrar a cabeça na areia só as vai tornar pior. Na minha opinião estamos perante o complemento perfeito para comboios maravilhosos e diferentes para maiores, mas, com práticas já “sem sabor” e completamente démodés.

Às vezes parece que isto não passa de diversão, negócio e algum trabalho (sem sentido, “só pra inglês ver”) sem consequência nenhuma, mas em equilíbrio perfeito entre algumas forças.

Sem ninguém a tocar a “sineta”, logo, sem qualquer alarme, é indiscutível que Portugal e restantes países que têm estado próximos deste flagelo [definhamento da ferrovia] vivem em maior risco a cada dia que passa e, mais preocupante do que esta constatação da realidade é o facto de não haver qualquer solução à vista para travar este terror.

A consciência coletiva dominante parece, infelizmente estar ainda longe da realidade que queiramos ou não, estamos a viver. O assunto continua a ser discutido e tratado à luz de ideologias políticas, de convicções económicas, de conveniências pessoais e regionais, ou seja, tudo aquilo que nos conduziu à situação global/real que vivemos hoje.

Todos sabemos que deixar estas tarefas apenas aos políticos e às instâncias Europeias é um erro, até porque olhando a realidade nacional recente, só a iniciativa privada, alguma, pouca e “tonta”, aposta em desenvolver a ferrovia. Esperando que a tutela modernize a infraestrutura ferroviária, estes, poucos e “tontos” empresários, apostam na concretização e modernização de Terminais e, pasme-se, preparando-os para receber comboios com 750m, como é o caso da TMIP-Alfarelos (em construção) e do TVT - Entroncamento.

É verdade que todos somos “… livres para fazer as nossas escolhas mas seremos prisioneiros das consequências” (adaptado, Pablo Neruda). Continuo a achar que a solução passa muito por criar relações vivas e juntar todos os méritos num só, para poder realizar e consolidar estes projetos.

O que é que o título tem a ver com isto?

Aparentemente nada…, mas à velocidade que se tomam decisões em Portugal, quando se estudam estão “in” quando se decidem [eventualmente] e se constroem, já estão “out”.

por António Nabo Martins, Medlog
07-10-2016
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