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Venham os chineses
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Venham os chineses
Chineses interessados no Novo Banco, no Porto de Sines, na TAP. Parece que a China está a comprar Portugal, mas não é verdade. Aliás, se parece alguma coisa é que a China está a comprar o mundo: Club Med em França, fabricante alemão de robótica Kuka, estúdios Legendary em Hollywood, ramo de eletrodomésticos da General Electric, Inter de Milão. A lista não é exaustiva e foi feita pelo Le Monde, que fala do "insaciável apetite chinês", título que reflete certa amargura por até uma marca tão emblemática como o operador turístico Club Med ser hoje propriedade da Fosun, o grupo chinês que por cá comprou a Fidelidade.
Podia dizer-se que não há novidade nesta voracidade (como diria o Le Monde), afinal já em 2004 a Lenovo comprava os computadores da IBM, em 2010 era a Volvo que passava para as mãos da Geely e em 2012 a EDP via entrar como acionista a Three Gorges. Mas há mesmo notícia: é que 2015 foi o primeiro ano em que o investimento chinês no exterior foi superior ao estrangeiro na China, 146 mil milhões de dólares contra 136 mil milhões.
E o que compram os chineses? Olhando para Portugal, dá a ideia de que são setores como a banca ou as energias. Mas, numa visão mais geral, é difícil identificar um padrão. Afinal, o que é que têm em comum os pneus Pirelli, a Supercell (jogos finlandeses para smartphone) ou a química suíça Syngenta? Esta última, que recebeu uma oferta de 43 mil milhões de dólares, talvez faça parte de um conjunto de aquisições estratégicas pensado pelos governantes de Pequim, a par de empresas de fertilizantes aqui e acolá e arrendamentos de terras em África, na Ásia Central e na América Latina, tudo em nome da segurança alimentar. Mas a maioria das compras obedecem já à lógica empresarial, como trazer a inovação tecnológica ao cada vez mais exigente mercado interno; e são feitas por empresas com donos identificáveis, como Wang Jialin, do Wanda, um grupo que começou por centros comerciais mas hoje dá cartas no mundo do cinema: comprou os estúdios de onde saem os Batman.
Nos 38 anos desde as reformas de Deng Xiaoping, a China passou de oitava economia para segunda. Pode parecer impressionante, mas até ao século XIX o seu lugar era o número um mundial, que ambiciona recuperar. Isto significa que os investimentos chineses vieram para ficar, goste-se ou não.
Há dias, numa conferência organizada pela Embaixada da China na sede da EDP, Wang Zengyang, assessor do governo de Macau e professor de Português, contou como foi o encontro entre os portugueses de Quinhentos e a dinastia Ming. Os primeiros eram muito fortes no mar e não podiam ser expulsos, mas em terra mandavam os segundos que não deixavam desembarcar. Depois de algumas batalhas, o pragmatismo português e chinês triunfou. O comércio faria mais ricas as duas partes. Por isso Macau é até hoje tão especial cá e lá.
07 DE NOVEMBRO DE 2016
00:03
Leonídio Paulo Ferreira
Diário de Notícias
Podia dizer-se que não há novidade nesta voracidade (como diria o Le Monde), afinal já em 2004 a Lenovo comprava os computadores da IBM, em 2010 era a Volvo que passava para as mãos da Geely e em 2012 a EDP via entrar como acionista a Three Gorges. Mas há mesmo notícia: é que 2015 foi o primeiro ano em que o investimento chinês no exterior foi superior ao estrangeiro na China, 146 mil milhões de dólares contra 136 mil milhões.
E o que compram os chineses? Olhando para Portugal, dá a ideia de que são setores como a banca ou as energias. Mas, numa visão mais geral, é difícil identificar um padrão. Afinal, o que é que têm em comum os pneus Pirelli, a Supercell (jogos finlandeses para smartphone) ou a química suíça Syngenta? Esta última, que recebeu uma oferta de 43 mil milhões de dólares, talvez faça parte de um conjunto de aquisições estratégicas pensado pelos governantes de Pequim, a par de empresas de fertilizantes aqui e acolá e arrendamentos de terras em África, na Ásia Central e na América Latina, tudo em nome da segurança alimentar. Mas a maioria das compras obedecem já à lógica empresarial, como trazer a inovação tecnológica ao cada vez mais exigente mercado interno; e são feitas por empresas com donos identificáveis, como Wang Jialin, do Wanda, um grupo que começou por centros comerciais mas hoje dá cartas no mundo do cinema: comprou os estúdios de onde saem os Batman.
Nos 38 anos desde as reformas de Deng Xiaoping, a China passou de oitava economia para segunda. Pode parecer impressionante, mas até ao século XIX o seu lugar era o número um mundial, que ambiciona recuperar. Isto significa que os investimentos chineses vieram para ficar, goste-se ou não.
Há dias, numa conferência organizada pela Embaixada da China na sede da EDP, Wang Zengyang, assessor do governo de Macau e professor de Português, contou como foi o encontro entre os portugueses de Quinhentos e a dinastia Ming. Os primeiros eram muito fortes no mar e não podiam ser expulsos, mas em terra mandavam os segundos que não deixavam desembarcar. Depois de algumas batalhas, o pragmatismo português e chinês triunfou. O comércio faria mais ricas as duas partes. Por isso Macau é até hoje tão especial cá e lá.
07 DE NOVEMBRO DE 2016
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