Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 76 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 76 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
4ª revolução industrial: o desafio do emprego
Página 1 de 1
4ª revolução industrial: o desafio do emprego
A adaptabilidade é a chave para o acesso e a plena integração no mercado de trabalho, circunstância que exige mais formação ao longo da vida.
O mundo assiste ao arranque da 4ª revolução industrial, ou indústria 4.0, que resulta da combinação das potencialidades de diferentes tecnologias, como a automação, o big data, a internet das coisas, a cloud, os dispositivos móveis, as redes sem fios ou os sistemas cibernéticos. A interoperacionalidade entre estas tecnologias permite o desenvolvimento de fábricas inteligentes, em que os processos industriais excluem a intervenção do homem e até as próprias decisões são tomadas sem recurso à mente humana.
A 4ª revolução industrial está, como facilmente se percebe, a provocar mudanças profundas nos modelos de negócio e no funcionamento orgânico das empresas, com consequências preocupantes ao nível da criação de emprego e da sustentabilidade e bem-estar no trabalho. Na 46ª edição do World Economic Forum, em Davos, foi prevista a perda de cinco milhões de empregos nas principais economias mundiais durante os próximos cinco anos, devido justamente ao advento da 4ª revolução industrial.
De facto, a rápida evolução tecnológica está a colocar uma pressão acrescida sobre o mercado de trabalho, já de si muito debilitado no mundo ocidental pelo fraco crescimento económico. Não creio, contudo, que o futuro do trabalho vá ser condicionado pelo avanço tecnológico. Lembro que as sociedades souberam reagir à mecanização da agricultura e às três revoluções industriais da história da humanidade, que tornaram obsoletas muitas atividades, profissões e técnicas. Obviamente que houve instabilidade social mas, a longo prazo, o balanço foi positivo: os processos de industrialização criaram mais empregos do que aqueles que destruíram.
Acredito que as tecnologias digitais vão criar oportunidades de emprego, desde que as sociedades saibam qualificar as pessoas de forma a dar-lhes capacidade de adaptação. Com o avanço tecnológico, as necessidades do mercado de trabalho estão a mudar rapidamente e as pessoas têm de saber adaptar as suas competências a essa mudança. A adaptabilidade é assim a chave para o acesso e a plena integração no mercado de trabalho, circunstância que exige mais formação ao longo da vida. As pessoas devem mentalizar-se de que, durante a vida ativa, vão ter muitas vezes de atualizar os seus conhecimentos ou até adquirir outra formação de base, ao mesmo tempo que as suas carreiras profissionais se alteram radicalmente.
De resto, verifica-se hoje um desajustamento das competências dos recursos humanos às necessidades de qualificação das empresas. Em boa medida, este desequilíbrio entre a oferta e a procura no mercado de trabalho decorre da prevalência de currículos académicos desfasados da nova realidade socioeconómica, onde o conhecimento altamente especializado assume uma importância crucial na competitividade das empresas.
Relativamente ao desajustamento dos currículos académicos, a solução passa pelo reforço do ensino das tecnologias, da engenharia e da matemática – áreas vitais para a produtividade e competitividade das empresas da economia do conhecimento. Simultaneamente, há que sensibilizar os jovens para as vantagens de uma carreira nas áreas tecnológicas, cujos cursos superiores não revelam a procura desejada. Por outro lado, importa fomentar a interdisciplinaridade curricular, de forma a promover o cruzamento das várias ciências com as áreas tecnológicas.
Creio que, desta forma, o mundo do trabalho estará melhor preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da 4ª revolução industrial.
João Rafael Koehler, Presidente da ANJE
00:05
Jornal Económico
O mundo assiste ao arranque da 4ª revolução industrial, ou indústria 4.0, que resulta da combinação das potencialidades de diferentes tecnologias, como a automação, o big data, a internet das coisas, a cloud, os dispositivos móveis, as redes sem fios ou os sistemas cibernéticos. A interoperacionalidade entre estas tecnologias permite o desenvolvimento de fábricas inteligentes, em que os processos industriais excluem a intervenção do homem e até as próprias decisões são tomadas sem recurso à mente humana.
A 4ª revolução industrial está, como facilmente se percebe, a provocar mudanças profundas nos modelos de negócio e no funcionamento orgânico das empresas, com consequências preocupantes ao nível da criação de emprego e da sustentabilidade e bem-estar no trabalho. Na 46ª edição do World Economic Forum, em Davos, foi prevista a perda de cinco milhões de empregos nas principais economias mundiais durante os próximos cinco anos, devido justamente ao advento da 4ª revolução industrial.
De facto, a rápida evolução tecnológica está a colocar uma pressão acrescida sobre o mercado de trabalho, já de si muito debilitado no mundo ocidental pelo fraco crescimento económico. Não creio, contudo, que o futuro do trabalho vá ser condicionado pelo avanço tecnológico. Lembro que as sociedades souberam reagir à mecanização da agricultura e às três revoluções industriais da história da humanidade, que tornaram obsoletas muitas atividades, profissões e técnicas. Obviamente que houve instabilidade social mas, a longo prazo, o balanço foi positivo: os processos de industrialização criaram mais empregos do que aqueles que destruíram.
Acredito que as tecnologias digitais vão criar oportunidades de emprego, desde que as sociedades saibam qualificar as pessoas de forma a dar-lhes capacidade de adaptação. Com o avanço tecnológico, as necessidades do mercado de trabalho estão a mudar rapidamente e as pessoas têm de saber adaptar as suas competências a essa mudança. A adaptabilidade é assim a chave para o acesso e a plena integração no mercado de trabalho, circunstância que exige mais formação ao longo da vida. As pessoas devem mentalizar-se de que, durante a vida ativa, vão ter muitas vezes de atualizar os seus conhecimentos ou até adquirir outra formação de base, ao mesmo tempo que as suas carreiras profissionais se alteram radicalmente.
De resto, verifica-se hoje um desajustamento das competências dos recursos humanos às necessidades de qualificação das empresas. Em boa medida, este desequilíbrio entre a oferta e a procura no mercado de trabalho decorre da prevalência de currículos académicos desfasados da nova realidade socioeconómica, onde o conhecimento altamente especializado assume uma importância crucial na competitividade das empresas.
Relativamente ao desajustamento dos currículos académicos, a solução passa pelo reforço do ensino das tecnologias, da engenharia e da matemática – áreas vitais para a produtividade e competitividade das empresas da economia do conhecimento. Simultaneamente, há que sensibilizar os jovens para as vantagens de uma carreira nas áreas tecnológicas, cujos cursos superiores não revelam a procura desejada. Por outro lado, importa fomentar a interdisciplinaridade curricular, de forma a promover o cruzamento das várias ciências com as áreas tecnológicas.
Creio que, desta forma, o mundo do trabalho estará melhor preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da 4ª revolução industrial.
João Rafael Koehler, Presidente da ANJE
00:05
Jornal Económico
Tópicos semelhantes
» Como dominar a quarta revolução industrial
» Bem-vindos à quarta revolução industrial
» A caminho da 3ª revolução industrial – Servidão ou Libertação
» Bem-vindos à quarta revolução industrial
» A caminho da 3ª revolução industrial – Servidão ou Libertação
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin