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Exportação desprezada (2)
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Exportação desprezada (2)
JACK SOIFER
Portugal tem um bom potencial para exportar agricultura biológica. O livro A Primavera Silenciosa alertou o mundo em 1962 para o pesticida DDT. Os relatórios no New England Journal of Medicine mostraram os efeitos dos pesticidas, herbicidas e alguns fertilizantes na saúde. Veio uma onda de protestos contra a indústria química que envenena os campos. Mas o lóbi químico impediu a proibição das substâncias tóxicas.
A crise do petróleo em 1973 trouxe o “regresso à natureza”. Nos EUA, Holanda e não só, muitos milhares de jovens escolheram trabalhar na agricultura natural ou biológica. Uma aceita produtos naturais transformados, como extratos; a outra só aceita os da natureza, como uma planta que exale odor que evite insetos.
Uns 40 anos depois estes jovens decidem sobre parte do consumo alimentar e muitos são opinion-leaders. Assim, a procura de alimentos naturais ou bio aumentou mas a oferta não a alcança. Para desenvenenar terras férteis pode levar uns 6 a 8 anos e até que as colheitas sejam rentáveis mais uns 6 anos. A colheita é 20-30% menor do que a produção tradicional, mas tem um preço maior. Quem as vender para os distribuidores mundiais de produtos certificados, tem um bom preço e volume assegurados. Quem só a vende para os mercados regionais pode não ter volume, mas no Norte da UE tem preço. Em Portugal apenas duas redes de supermercados têm alguma, limitada, variedade destes alimentos.
A KRAV, associação nórdica sem fins lucrativos, adotou normas de qualidade nos alimentos. Em 1993, após a reunião mundial sobre ambiente, o governo sueco delegou nela a função de controlo deste setor, ao reconhecer competência e menor custo na sociedade civil. Em Portugal, a questionada ASAE pouco faz. Já em 2000 a SIAL, feira alimentar de Paris, publicava investigações sobre as tendências de crescimento destes alimentos e dos industrializados certificados.
Atualmente fazem-se grandes investimentos no Chile e nos prados argentinos, terras férteis ainda livres de químicos, para a futura produção de frutos e cereais biológicos certificados. Os investidores estão convictos que faltará alimentos no mundo já em 2020 e todo o Norte da Europa exigirá qualidade na alimentação para garantir uma vida saudável. Há décadas que os rótulos dos produtos alimentares semi ou inteiramente industrializados nos países nórdicos e na Holanda, têm que conter muito mais informação do que aquela exigida no “resto” da UE.
Portugal tem muitos baldios, excelentes para a agricultura natural ou biológica. Já há experiência em Idanha-Nova, válida para o país, em horti-fruticultura, queijos e vinhos. Só precisamos desburocratizar, formar observatórios com as PME locais e clusters para rentabilizar o transporte. Rússia, Suécia e Polónia querem importar.
Yes, we can! Podemos exportar!
Consultor internacional, autor dos manuais Como Sair da Crise e Portugal Rural
10/06/2014 - 00:59
Público
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