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Turismo: saber aproveitar
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Turismo: saber aproveitar
Os números do boom turístico que Portugal tem conhecido são de facto impressionantes. Por vezes, não temos bem a noção de que, por exemplo, Portugal tem muito mais turistas do que o Brasil.
O enorme país irmão está perto dos 7 milhões de turistas/ano, enquanto nós já vamos este ano em cerca de 11 milhões de turistas estrangeiros. Se quisermos pensar um pouco nos números da evolução deste setor, podemos referir que, por exemplo, em 2005, tínhamos de receitas cerca de 4 mil milhões de euros/ano. Em 2011, tivemos cerca de 8 mil milhões de euros. Este ano, estamos perto dos 12 mil milhões. Ou seja, em cerca de 10/12 anos triplicaram.
Os turistas estrangeiros gastam cada vez mais dinheiro em Portugal. Estima-se que deixem este ano cerca de 36 milhões de euros por dia, mais quatro milhões do que os gastos diários feitos no ano transato. O saldo da balança turística está perto dos 8 mil milhões de euros, uma vez que se calcula que os portugueses estejam a gastar cerca de 3 mil milhões fora de Portugal. Em 2015, Portugal como destino turístico teve 151 prémios internacionais e em 2016 já vai em 471.
Para lá dos números, que são verdadeiramente impressionantes, impõem-se dois desafios, neste domínio, a Portugal: o primeiro, já se sabe, é o de tornar este movimento estrutural, contínuo, duradouro e não meramente conjuntural ou ocasional; o segundo é o de levar a dimensão deste fenómeno, que reside principalmente em Lisboa, Porto e Algarve, cada vez mais ao resto do país.
Um exemplo de um destino dentro de Portugal que tem sido também muito valorizado nos últimos anos, fora deste triângulo mais tradicional, é o dos Açores. Mas, naturalmente, também Fátima, turismo religioso, o Douro, o Minho, a Serra da Estrela, o Alentejo, as várias praias com características boas para o surf, de que se destacam Ericeira, Nazaré, Peniche, a Figueira e a Costa do Estoril, tudo são zonas que apresentam já níveis de incremento turístico também muito assinaláveis.
O turismo por enquanto representa cerca de 5 por cento do PIB, mas tem de se admitir que possa vir a representar bem mais. Só cerca de 10 por cento dos trabalhadores portugueses laboram neste setor, mas também tem que se admitir que cada vez haja mais. A recente decisão do Governo de concessionar a privados vários edifícios, conjuntos, espaços de elevado interesse patrimonial e que têm estado devolutos, ou consideravelmente abandonados, só pode ajudar a esse desenvolvimento equitativo por todo o território.
Lembro-me sempre de na década de 90, Alexandre Relvas como secretário de Estado do Turismo, Isabel Mota como secretária de Estado do Planeamento, eu como secretário de Estado da Cultura, Valente de Oliveira como ministro do Planeamento e da Administração do Território, e Cavaco Silva como primeiro-ministro, termos conseguido levar a cabo o PRODIATEC – Programa de Infra-Estruturas Turísticas e de Equipamentos Culturais. Muitos conventos e mosteiros no Alentejo passaram a integrar pousadas que se tornaram referências obrigatórias dos roteiros de Portugal.
Até agora não descobrimos nem minas de ouro nem petróleo. O nosso ouro e o nosso petróleo pode ser o turismo, se não o estragarmos. Essa é a principal questão, a de ter cabeça, bom senso, equilíbrio, capacidade de planeamento e de gestão. Oportunidades como esta raramente batem à porta dos países, também, por isso, têm de ser plenamente aproveitadas.
Este artigo está em conformidade com o novo acordo ortográfico
Pedro Santana Lopes
29 de Dezembro de 2016 às 00:01
Negócios
O enorme país irmão está perto dos 7 milhões de turistas/ano, enquanto nós já vamos este ano em cerca de 11 milhões de turistas estrangeiros. Se quisermos pensar um pouco nos números da evolução deste setor, podemos referir que, por exemplo, em 2005, tínhamos de receitas cerca de 4 mil milhões de euros/ano. Em 2011, tivemos cerca de 8 mil milhões de euros. Este ano, estamos perto dos 12 mil milhões. Ou seja, em cerca de 10/12 anos triplicaram.
Os turistas estrangeiros gastam cada vez mais dinheiro em Portugal. Estima-se que deixem este ano cerca de 36 milhões de euros por dia, mais quatro milhões do que os gastos diários feitos no ano transato. O saldo da balança turística está perto dos 8 mil milhões de euros, uma vez que se calcula que os portugueses estejam a gastar cerca de 3 mil milhões fora de Portugal. Em 2015, Portugal como destino turístico teve 151 prémios internacionais e em 2016 já vai em 471.
Para lá dos números, que são verdadeiramente impressionantes, impõem-se dois desafios, neste domínio, a Portugal: o primeiro, já se sabe, é o de tornar este movimento estrutural, contínuo, duradouro e não meramente conjuntural ou ocasional; o segundo é o de levar a dimensão deste fenómeno, que reside principalmente em Lisboa, Porto e Algarve, cada vez mais ao resto do país.
Um exemplo de um destino dentro de Portugal que tem sido também muito valorizado nos últimos anos, fora deste triângulo mais tradicional, é o dos Açores. Mas, naturalmente, também Fátima, turismo religioso, o Douro, o Minho, a Serra da Estrela, o Alentejo, as várias praias com características boas para o surf, de que se destacam Ericeira, Nazaré, Peniche, a Figueira e a Costa do Estoril, tudo são zonas que apresentam já níveis de incremento turístico também muito assinaláveis.
O turismo por enquanto representa cerca de 5 por cento do PIB, mas tem de se admitir que possa vir a representar bem mais. Só cerca de 10 por cento dos trabalhadores portugueses laboram neste setor, mas também tem que se admitir que cada vez haja mais. A recente decisão do Governo de concessionar a privados vários edifícios, conjuntos, espaços de elevado interesse patrimonial e que têm estado devolutos, ou consideravelmente abandonados, só pode ajudar a esse desenvolvimento equitativo por todo o território.
Lembro-me sempre de na década de 90, Alexandre Relvas como secretário de Estado do Turismo, Isabel Mota como secretária de Estado do Planeamento, eu como secretário de Estado da Cultura, Valente de Oliveira como ministro do Planeamento e da Administração do Território, e Cavaco Silva como primeiro-ministro, termos conseguido levar a cabo o PRODIATEC – Programa de Infra-Estruturas Turísticas e de Equipamentos Culturais. Muitos conventos e mosteiros no Alentejo passaram a integrar pousadas que se tornaram referências obrigatórias dos roteiros de Portugal.
Até agora não descobrimos nem minas de ouro nem petróleo. O nosso ouro e o nosso petróleo pode ser o turismo, se não o estragarmos. Essa é a principal questão, a de ter cabeça, bom senso, equilíbrio, capacidade de planeamento e de gestão. Oportunidades como esta raramente batem à porta dos países, também, por isso, têm de ser plenamente aproveitadas.
Este artigo está em conformidade com o novo acordo ortográfico
Pedro Santana Lopes
29 de Dezembro de 2016 às 00:01
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