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"Digital factories" - como inovar em grandes empresas?
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"Digital factories" - como inovar em grandes empresas?
As grandes empresas em negócios e sectores tradicionais, pelas suas características, não têm vindo a conseguir acompanhar o ritmo de inovação actual. Esta dificuldade em inovar prende-se essencialmente com um conjunto de factores:
- Falta de incentivos para fomentar/desenvolver novas ideias, sendo difícil transmitir a sua importância aos principais decisores;
- Relutância em lançar produtos que não estejam totalmente testados, uma vez que o valor da marca reduz a disponibilidade para arriscar;
- Complexidade dos processos internos reduzem a velocidade ou eliminam a inovação, existindo demasiados níveis de validação para assegurar os fundos ou recursos humanos necessários, carga administrativa excessiva, …
De forma a superar estas dificuldades as grandes empresas internacionais com maior dinamismo têm vindo a procurar alternativas, que lhes permitam impulsionar a inovação no seu negócio core e antecipar potenciais ameaças - as "digital factories" estão a emergir como solução.
"Digital factories" - impulsionadoras de inovação
As "digital factories", ou "excubators" como também são conhecidas, são um novo tipo de veículo - interno ou externo às empresas que o estão a implementar - e que promovem a criação de start-ups ou unidades internas específicas. Estas start-ups têm como objectivo a introdução de abordagens disruptivas ao seu negócio, ou à sua cadeia de valor, assim como desenvolver soluções para dificuldades existentes.
As "digital factories" permitem às grandes empresas beneficiar da disrupção a acontecer no seu sector, desenvolvendo e testando novos modelos de negócio num contexto de start-up. Por outro lado, permitem dissociar os novos modelos de negócio das actividades core do grupo, e testar soluções que as põem em causa.
Apesar de a empresa investir no desenvolvimento da start-up e apoiar a sua gestão, o relacionamento é assegurado apenas ao nível da administração, assegurando o distanciamento das duas estruturas. É este distanciamento das "digital factories" ao negócio core da empresa que permite:
- Pensar em grande, testar em pouco e aprender depressa, minimizando o investimento em design e desenvolvimento antes de o serviço/produto ser testado, aproveitando a utilização de protótipos, criando empatia com os utilizadores e permitindo a recolha do "feedback" junto dos clientes;
- Criar redes abertas e comunidades, assegurando a criação de um ecossistema que conjuga pessoas com diferentes competências e experiências num ambiente que fomenta a evolução de uma mera ideia para a implementação de produto;
- Manter uma mente aberta através da inovação contínua levando as empresas tradicionais a manter o alerta constante, acompanhando a sua posição competitiva e a investir de forma sistemática;
- Manter a agilidade e uma actuação rápida é decisivo para se ser pioneiro e introduzir ideias novas nos "timings" adequados.
"Digital factories" no sector energético
A Roland Berger tem vindo a apoiar várias empresas a implementar "digital factories", com base numa abordagem em três fases:
- Desenho e validação - passando pela identificação de desafios do sector com elevado impacto na empresa, sendo por isso necessário tentar solucioná-los através da introdução de modelos de negócio inovadores;
- Desenvolvimento e criação de protótipos - permitindo a validação da adequação da solução encontrada na resolução do desafio identificado, e da possibilidade de se transformar num negócio viável;
- Comercialização e financiamento - assegurando a migração do momento de teste para a entrada no mercado.
Esta abordagem tem vindo a ser testada em várias empresas com resultados concretos num curto período de tempo. Em particular, numa "major" petrolífera foi criada uma unidade dedicada à inovação digital vocacionada para as actuais necessidades do negócio.
A "digital factory" criada tem como objectivo testar soluções digitais para as principais questões do negócio, tendo sido implementada uma metodologia que permite priorizar as ideias ou conceitos digitais a testar e implementar com base em "feedback" do utilizador. Com base nesta metodologia foram lançadas várias iniciativas, algumas das quais já na fase de desenvolvimento.
Em Portugal, as principais empresas, apesar de sofrerem a mesma pressão para inovar de forma a manterem a sua posição competitiva, ainda não despertaram para as "digital factories". Até quando poderão esperar?
Roland Berger
22 de Janeiro de 2017 às 19:13
Negócios
- Falta de incentivos para fomentar/desenvolver novas ideias, sendo difícil transmitir a sua importância aos principais decisores;
- Relutância em lançar produtos que não estejam totalmente testados, uma vez que o valor da marca reduz a disponibilidade para arriscar;
- Complexidade dos processos internos reduzem a velocidade ou eliminam a inovação, existindo demasiados níveis de validação para assegurar os fundos ou recursos humanos necessários, carga administrativa excessiva, …
De forma a superar estas dificuldades as grandes empresas internacionais com maior dinamismo têm vindo a procurar alternativas, que lhes permitam impulsionar a inovação no seu negócio core e antecipar potenciais ameaças - as "digital factories" estão a emergir como solução.
"Digital factories" - impulsionadoras de inovação
As "digital factories", ou "excubators" como também são conhecidas, são um novo tipo de veículo - interno ou externo às empresas que o estão a implementar - e que promovem a criação de start-ups ou unidades internas específicas. Estas start-ups têm como objectivo a introdução de abordagens disruptivas ao seu negócio, ou à sua cadeia de valor, assim como desenvolver soluções para dificuldades existentes.
As "digital factories" permitem às grandes empresas beneficiar da disrupção a acontecer no seu sector, desenvolvendo e testando novos modelos de negócio num contexto de start-up. Por outro lado, permitem dissociar os novos modelos de negócio das actividades core do grupo, e testar soluções que as põem em causa.
Apesar de a empresa investir no desenvolvimento da start-up e apoiar a sua gestão, o relacionamento é assegurado apenas ao nível da administração, assegurando o distanciamento das duas estruturas. É este distanciamento das "digital factories" ao negócio core da empresa que permite:
- Pensar em grande, testar em pouco e aprender depressa, minimizando o investimento em design e desenvolvimento antes de o serviço/produto ser testado, aproveitando a utilização de protótipos, criando empatia com os utilizadores e permitindo a recolha do "feedback" junto dos clientes;
- Criar redes abertas e comunidades, assegurando a criação de um ecossistema que conjuga pessoas com diferentes competências e experiências num ambiente que fomenta a evolução de uma mera ideia para a implementação de produto;
- Manter uma mente aberta através da inovação contínua levando as empresas tradicionais a manter o alerta constante, acompanhando a sua posição competitiva e a investir de forma sistemática;
- Manter a agilidade e uma actuação rápida é decisivo para se ser pioneiro e introduzir ideias novas nos "timings" adequados.
"Digital factories" no sector energético
A Roland Berger tem vindo a apoiar várias empresas a implementar "digital factories", com base numa abordagem em três fases:
- Desenho e validação - passando pela identificação de desafios do sector com elevado impacto na empresa, sendo por isso necessário tentar solucioná-los através da introdução de modelos de negócio inovadores;
- Desenvolvimento e criação de protótipos - permitindo a validação da adequação da solução encontrada na resolução do desafio identificado, e da possibilidade de se transformar num negócio viável;
- Comercialização e financiamento - assegurando a migração do momento de teste para a entrada no mercado.
Esta abordagem tem vindo a ser testada em várias empresas com resultados concretos num curto período de tempo. Em particular, numa "major" petrolífera foi criada uma unidade dedicada à inovação digital vocacionada para as actuais necessidades do negócio.
A "digital factory" criada tem como objectivo testar soluções digitais para as principais questões do negócio, tendo sido implementada uma metodologia que permite priorizar as ideias ou conceitos digitais a testar e implementar com base em "feedback" do utilizador. Com base nesta metodologia foram lançadas várias iniciativas, algumas das quais já na fase de desenvolvimento.
Em Portugal, as principais empresas, apesar de sofrerem a mesma pressão para inovar de forma a manterem a sua posição competitiva, ainda não despertaram para as "digital factories". Até quando poderão esperar?
Roland Berger
22 de Janeiro de 2017 às 19:13
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