Hora de medir o pulso às grandes empresas

Esta semana arranca um período importante para a bolsa portuguesa: a ‘earnings season’ da grande maioria das cotadas nacionais.

Este é o momento em que, para além das notícias dos jornais, os investidores podem olhar para as contas das grandes empresas relativas ao trimestre anterior, o que gera reavaliações de analistas e reacções em bolsa.

Daquilo que os analistas antecipam, espera-se que o terceiro trimestre tenha mantido alguma estabilidade face aos três meses anteriores, que já tinha trazido alguma melhoria em indicadores-chave. Agora, há dúvidas importantes, como o impacto dos problemas nas economias emergentes, algumas das quais com peso relevante no negócio das cotadas, e também o preço do petróleo. E, claro, há a banca, sector fundamental para aferir do pulsar da economia e cujos resultados são difíceis de antecipar devido aos inúmeros factores não-recorrentes que teimam em baralhar as contas. Ainda assim, espera-se que se confirme um lento mas seguro regresso à rentabilidade, no fundo não muito diferente do que se tem visto no país.

Neste período no qual os investidores têm, todos por igual, a oportunidade de olhar à lupa a situação das cotadas nas quais investem ou ponderam investir, é oportuno lembrar a peregrina ideia de permitir que as empresas passem seis meses sem mostrar contas.

Para um mercado com défice de informação, como o nosso, isso não ajuda nada. Só traz mais opacidade e que a informação fique cada vez mais concentrada nos ‘insiders’ das empresas.

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Económico