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Medo, não, obrigada
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Medo, não, obrigada
Sem medo. Assim está a população da raia quanto a Almaraz. Ainda bem. É a melhor atitude a ter em relação à central nuclear, situada a poucos quilómetros da fronteira portuguesa. Ela está lá e o medo só serve para infernizar os dias. É sábio o povo. Se algo de mal acontecer, só lhes resta fugir. Não há alternativa. Embora o plano de contingência, elaborado para a eventualidade de um acidente nuclear, diga que o melhor é permanecer dentro de casa.
Almaraz entrou-nos, nos últimos dias, pela casa adentro da forma habitual. Quando o facto está consumado, pouco ou nada há a fazer. O que inviabiliza qualquer tipo de discussão séria sobre o assunto. A história é simples de contar: a central nuclear de Almaraz, situada na província de Cáceres, a escassos 100 quilómetros da fronteira com Portugal, terminou o seu tempo útil de vida. Devia ser desmantelada. Mas, uma vez mais, os interesses económicos se sobrepõem aos restantes: e o Governo espanhol, naturalmente com a anuência das instâncias comunitárias, decidiu prolongar a vida da central por mais uns anos. Ao mesmo tempo foi decidido construir um aterro para os resíduos nucleares. Sem dar cavaco aos vizinhos.
Bem pode o ministro do Ambiente fazer birra, recusar participar em reuniões bilaterais, por não servirem para nada depois da decisão tomada. A realidade impõe-se. A obra está em curso, restava apenas a João Pedro Matos Fernandes apresentar queixa a Bruxelas. Fez bem, porque "quem não se sente não é filho de boa gente". A queixa do ministro português, mesmo se tiver alguma força, dificilmente parará o processo.
Terá, no entanto, um efeito importantíssimo a longo prazo. Espanha depois disto sentirá dificuldades, políticas pelo menos, para pedir novamente o prolongamento do tempo de vida de um central nuclear com vários problemas de segurança. O alerta é dado por uma entidade acima de qualquer suspeita. São os inspetores espanhóis do Conselho de Segurança Nuclear: dizem não haver garantias sobre o bom funcionamento dos sistemas de refrigeração da central. E se houver um acidente, "a segurança nuclear nunca é um dado adquirido", sublinha o secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, outra voz insuspeita. Em Chernobyl, na Ucrânia, duas empresas chinesas projetam instalar milhares de painéis solares em 2500 hectares da gigantesca área de exclusão criada pelo trágico acidente de 1986 - a China aprendeu a lição, os outros continuam a preferir ignorar.
* EDITORA-EXECUTIVA-ADJUNTA
Paula Ferreira *
Hoje às 00:10
Jornal de Notícias
Almaraz entrou-nos, nos últimos dias, pela casa adentro da forma habitual. Quando o facto está consumado, pouco ou nada há a fazer. O que inviabiliza qualquer tipo de discussão séria sobre o assunto. A história é simples de contar: a central nuclear de Almaraz, situada na província de Cáceres, a escassos 100 quilómetros da fronteira com Portugal, terminou o seu tempo útil de vida. Devia ser desmantelada. Mas, uma vez mais, os interesses económicos se sobrepõem aos restantes: e o Governo espanhol, naturalmente com a anuência das instâncias comunitárias, decidiu prolongar a vida da central por mais uns anos. Ao mesmo tempo foi decidido construir um aterro para os resíduos nucleares. Sem dar cavaco aos vizinhos.
Bem pode o ministro do Ambiente fazer birra, recusar participar em reuniões bilaterais, por não servirem para nada depois da decisão tomada. A realidade impõe-se. A obra está em curso, restava apenas a João Pedro Matos Fernandes apresentar queixa a Bruxelas. Fez bem, porque "quem não se sente não é filho de boa gente". A queixa do ministro português, mesmo se tiver alguma força, dificilmente parará o processo.
Terá, no entanto, um efeito importantíssimo a longo prazo. Espanha depois disto sentirá dificuldades, políticas pelo menos, para pedir novamente o prolongamento do tempo de vida de um central nuclear com vários problemas de segurança. O alerta é dado por uma entidade acima de qualquer suspeita. São os inspetores espanhóis do Conselho de Segurança Nuclear: dizem não haver garantias sobre o bom funcionamento dos sistemas de refrigeração da central. E se houver um acidente, "a segurança nuclear nunca é um dado adquirido", sublinha o secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, outra voz insuspeita. Em Chernobyl, na Ucrânia, duas empresas chinesas projetam instalar milhares de painéis solares em 2500 hectares da gigantesca área de exclusão criada pelo trágico acidente de 1986 - a China aprendeu a lição, os outros continuam a preferir ignorar.
* EDITORA-EXECUTIVA-ADJUNTA
Paula Ferreira *
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