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As cinco chaves da semana
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As cinco chaves da semana
1. A gestão de Zeinal é uma prova de vida
A maioria das empresas em Portugal está paralisada pelo medo. Mesmo numa altura tão difícil como esta, em que adaptar as organizações a um mercado hostil deveria ser obrigatório, não há notícias de grandes movimentos. E quando há qualquer coisa a mexer, é sempre no mesmo sentido: rescisões, despedimentos, reduções salariais. O básico. Ninguém ousa mexer no statu quo. É sempre mais fácil atacar os recursos humanos - os mesmos recursos humanos que, nos últimos anos, foram deixados ossificar até ao absurdo. Dito isto, a exceção: Zeinal Bava. O pacotão (televisão, telefone fixo, internet e telemóveis; um passo em frente na verdadeira convergência) lançado na semana passada pela PT a um preço KO é não apenas um sinal de vida inteligente, é a prova de que o CEO olha para o negócio de maneira desassombrada e disruptiva, não segue apenas o que se faz lá fora. Inova, arrisca, ataca os problemas - a fusão Zon-Optimus; a queda do consumo - de frente. Não é só conversa, é gestão. Só como aperitivo: vendeu a participação na CTM (Macau), fechou o acordo para comprar um terço da SportTV e lançou o pacotão. Um mês sempre a abrir.
Ponto final: A crise leva Zeinal a gerir mais e melhor, não menos.
2. Ferreira de Oliveira focado na indústria
Outro gestor a merecer o salário que recebe: Ferreira de Oliveira, CEO da Galp. O assunto aqui não é a subida dos preços dos combustíveis, um invencível problema de imagem em todas as petrolíferas com postos de abastecimento. O tema aqui é o investimento industrial da Galp em Sines, numa nova unidade para refinar gasóleo. Ferreira de Oliveira diz que a Galp vai conseguir aumentar as exportações de três para quatro mil milhões de euros, o que, além de ser importante para a empresa, também produz efeitos positivos na balança comercial do país. O aumento da produção de gasóleo suprirá as necessidades de consumo do mercado interno e deixará ainda margem para vender para o exterior. Desde que o impasse acionista na Galp foi resolvido a favor de Américo Amorim, um dos raros empresários nacionais a conseguir travar o avanço angolano, a Galp abriu um novo novo ciclo de expansão com novas premissas estratégicas. Além de vender combustíveis (o braço comercial), a petrolífera será cada vez mais uma empresa de refinação - o que é bom para a indústria nacional -, e de prospeção/extração de hidrocarbonetos.
Ponto final: Ferreira de Oliveira e Amorim: uma dupla que funciona.
3. Morrer por falta de crédito
A Cerâmica de Valadares está em insolvência e dificilmente voltará a nascer. A empresa que empregava 450 pessoas há um ano - hoje reduzida a 170 - depende dos bancos. Só o BCP detém 80% dos 95,9 milhões de euros dos créditos. Sem uma solução para este problema, a Valadares fecha as portas em 90 dias. Não é o fim do mundo uma empresa encerrar. Acontece. Deve, aliás, acontecer quando não são competitivas. O Boletim de Inverno do Banco de Portugal, publicado na segunda-feira, considera essencial este choque "em empresas pouco produtivas" para que haja "uma reafetação de recursos" - a deslocação de capital para negócios rentáveis - "e um crescimento sustentado do país no médio e longo prazos". Por mais duro que seja, é assim mesmo. Não vale a pena manter de pé empresas zombies. Mas dito isto, convém lembrar que o crédito continua a não chegar à economia, mesmo junto de negócios viáveis, e que não há uma política pública suficientemente determinada para contrariar esta tendência. Em Portugal as boas empresas também estão a pão e água.
Ponto final: As PME continuam sem acesso ao crédito. As PME são 99,5% das empresas nacionais.
4. É o drama da falta de investimento
É o número mais espantoso da semana e será lembrado durante muitos anos para retratar a profundidade da razia a que o país está sujeito. Desde 2009 até 2013, o investimento vai cair cumulativamente 36%, talvez até mais, se a recessão for mais profunda. Além do que isso significa no imediato - uma economia arrasada pelo desemprego, a caminho dos 17% - o outro lado do problema é o efeito que tem no potencial de crescimento do país. As empresas (a maioria delas) deixaram de investir, não se estão a atualizar, o que significa que o ritmo de exportações pode ficar comprometido a prazo. Esta semana, Passos procurou virar a página com um discurso, digamos, mais otimista. Além de a ambiguidade do primeiro-ministro lhe ser fatal, há outro ponto: Passos acha que o crescimento voltará de geração espontânea. Não volta, evidentemente. São precisas decisões concretas. Por exemplo, baixar os juros exigidos aos bancos intervencionados. Os 8,5% cobrados impedem que haja crédito a preços minimamente razoáveis.
Ponto final: O governo disse que ia baixar os juros cobrados à banca. Até agora, não aconteceu nada.
5. Voltar aos mercados? Sim. Não já
As formas de financiamento de Portugal para este ano estão mais ou menos definidas. O planeamento feito (e bem feito) pelo Ministério das Finanças e pelo IGCP foi, aliás, construído nessa premissa: para evitar precipitações, vão tentar aliviar a pressão sobre o momento em que o Estado terá mesmo de voltar em pleno aos mercados. A 23 de setembro terão de ser pagos 5,8 mil milhões de dívida, mas a forma de o fazer pode não ser a habitual. Há vários caminhos e só um deles passa por emitir dívida de longo prazo seguindo o processo, digamos, tradicional. O governo pode aproveitar o dinheiro emprestado pela troika, pode fazer emissões mais curtas (18 meses), pode optar por vendas diretas a investidores internacionais e, finalmente, pode realizar vendas a pequenos aforradores. É até provável que seja uma mistura disto tudo. Ou então, se as condições de mercado se tornarem mesmo boas (juros a longo prazo abaixo dos 5% - hoje estão cima dos 6%), Portugal voltará ao mercado de dívida soberana com uma colocação tradicional. Este objetivo é essencial para o regresso à normalidade não apenas do Estado, mas também das empresas.
Ponto final: Ainda é cedo para voltar aos mercados, mas está próximo.
Por André Macedo
19/01/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo
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