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Coragem para dizer o que tem de ser dito
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Coragem para dizer o que tem de ser dito
Tratar do nosso destino Madeira não deveria ser preocupação de todos?
O frio está aí. As temperaturas baixaram. Marcelo Rebelo de Sousa saiu do conforto do Palácio de Belém e foi para a rua visitar os sem-abrigo na noite mais fria do ano. Teve a capacidade de ouvir os avisos da descida da temperatura e de perceber os efeitos que isso teria na sociedade que representa. E com esta atitude nobre, numa preocupação que se sentiu genuína, alertou todos os portugueses para a dura realidade daqueles que vivem na rua.
O fenómeno dos sem-abrigo está interligado com a mendicidade que tem vindo a aumentar por todo o lado. Existe uma correlação direta entre os problemas económicos e sociais, nomeadamente desemprego e crise económica, e o aumento dos sem-abrigo e da mendicidade.
Resolver este problema não é fácil. Cada dia vivido na rua agudiza a resolução do problema pelo efeito psicológico que isso tem na personalidade dessa pessoa. Negar este problema, ou minorizá-lo, é estarmos, enquanto sociedade, a falhar.
Existem várias estruturas e organizações que dão apoio a estas pessoas, distribuindo alimentos e mantimentos, facilitando banhos. Valha-nos isso. Mas isto não basta, é preciso tirar da rua.
Em minha opinião, a solução teria de passar por uma intervenção interligada, entre as instituições que dão comida com equipas pluridisciplinares de profissionais de saúde, assistentes sociais, psicólogos e a igreja. Dar simplesmente comida faz com que se mate a fome nesse dia. Mas, no dia seguinte, estão os mesmos e outros mais a pedir comida sem qualquer efeito transformador na vida daquelas pessoas. Quantos caíram na rua pelo alcoolismo, pela droga, por problemas psicológicos, por problemas financeiros? Um homem sem fé não tem força.
O desemprego é um flagelo. Não atalhar a tempo este problema é torná-lo insolúvel, porque vai crescer e gerar novos problemas sociais e de saúde na nossa população. Os nossos governantes têm sérias responsabilidades nesta matéria. Será que estas pessoas não estão receptivas à ajuda por sentirem-se longe do “nosso mundo”? Que trabalho é feito com estas pessoas para aumentar-lhes a dignidade?
A nossa principal atividade económica é o turismo e precisamos de cuidar bem do emprego a ele associado, sob pena de pôr em causa o sustento de muitos que se podem tornar sem-abrigo. A este propósito, não será um contrassenso ter um destino de ouro para receber, alojar e propiciar excelentes férias e ter na rua sem-abrigo? Não é uma imagem de país de terceiro mundo que quer a entrada de divisas e contrasta resorts de luxo confinados com pobreza, sem-abrigo e mendicidade por detrás dos muros? Se fosse de férias a esse sítio não lhe faria impressão comparar a falta de harmonia e bem estar na população tão só sair do resort? Não é um choque para o turista que vê muito mais do que nós? Não é a imagem, é a dignidade, a prova de inércia.
O alerta feito no passado domingo pelo Diário de Notícias sobre a mendicidade deve fazer-nos pensar sobre a amplitude destas questões. O aumento dos sem-abrigo e da mendicidade alteram a imagem que os turistas têm da nossa terra e o turismo é o nosso maior “ganha pão”. Gerir o espaço da cidade do Funchal, nomeadamente jardins e limpezas de ruas, não é fácil com o aumento das pessoas a viver na rua. Já repararam na quantidade de “cantinhos” da nossa cidade que passaram a ser mictórios públicos? E qual a imagem que fica nos nossos turistas? Tratar do nosso destino Madeira não deveria ser preocupação de todos? É só de uma Secretaria Regional? É só do Governo? É só da Câmara Municipal do Funchal? Não será um problema geral que exige a colaboração de todos? Vamos continuar a esconder a cabeça na areia como a avestruz? Para resolver o problema (secundário) da cidade não é deitar a mão ao problema primário dos sem-abrigo?!
Não será que também aqui não estão os nossos governantes a serem autistas e a não ouvirem o que se está a alertar? Não será que a imagem de “Pérola do Atlântico” fica manchada com estes cenários? Foi assim que li “mancha” no passado Domingo.
Força aos que têm a coragem física e moral para dizer o que tem de ser dito, todos têm poder para ajudar estas pessoas. Amanhã, deixarei estas palavras para tentar atos. Vamos todos?
FÁTIMA ASCENSÃO / 29 JAN 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
O frio está aí. As temperaturas baixaram. Marcelo Rebelo de Sousa saiu do conforto do Palácio de Belém e foi para a rua visitar os sem-abrigo na noite mais fria do ano. Teve a capacidade de ouvir os avisos da descida da temperatura e de perceber os efeitos que isso teria na sociedade que representa. E com esta atitude nobre, numa preocupação que se sentiu genuína, alertou todos os portugueses para a dura realidade daqueles que vivem na rua.
O fenómeno dos sem-abrigo está interligado com a mendicidade que tem vindo a aumentar por todo o lado. Existe uma correlação direta entre os problemas económicos e sociais, nomeadamente desemprego e crise económica, e o aumento dos sem-abrigo e da mendicidade.
Resolver este problema não é fácil. Cada dia vivido na rua agudiza a resolução do problema pelo efeito psicológico que isso tem na personalidade dessa pessoa. Negar este problema, ou minorizá-lo, é estarmos, enquanto sociedade, a falhar.
Existem várias estruturas e organizações que dão apoio a estas pessoas, distribuindo alimentos e mantimentos, facilitando banhos. Valha-nos isso. Mas isto não basta, é preciso tirar da rua.
Em minha opinião, a solução teria de passar por uma intervenção interligada, entre as instituições que dão comida com equipas pluridisciplinares de profissionais de saúde, assistentes sociais, psicólogos e a igreja. Dar simplesmente comida faz com que se mate a fome nesse dia. Mas, no dia seguinte, estão os mesmos e outros mais a pedir comida sem qualquer efeito transformador na vida daquelas pessoas. Quantos caíram na rua pelo alcoolismo, pela droga, por problemas psicológicos, por problemas financeiros? Um homem sem fé não tem força.
O desemprego é um flagelo. Não atalhar a tempo este problema é torná-lo insolúvel, porque vai crescer e gerar novos problemas sociais e de saúde na nossa população. Os nossos governantes têm sérias responsabilidades nesta matéria. Será que estas pessoas não estão receptivas à ajuda por sentirem-se longe do “nosso mundo”? Que trabalho é feito com estas pessoas para aumentar-lhes a dignidade?
A nossa principal atividade económica é o turismo e precisamos de cuidar bem do emprego a ele associado, sob pena de pôr em causa o sustento de muitos que se podem tornar sem-abrigo. A este propósito, não será um contrassenso ter um destino de ouro para receber, alojar e propiciar excelentes férias e ter na rua sem-abrigo? Não é uma imagem de país de terceiro mundo que quer a entrada de divisas e contrasta resorts de luxo confinados com pobreza, sem-abrigo e mendicidade por detrás dos muros? Se fosse de férias a esse sítio não lhe faria impressão comparar a falta de harmonia e bem estar na população tão só sair do resort? Não é um choque para o turista que vê muito mais do que nós? Não é a imagem, é a dignidade, a prova de inércia.
O alerta feito no passado domingo pelo Diário de Notícias sobre a mendicidade deve fazer-nos pensar sobre a amplitude destas questões. O aumento dos sem-abrigo e da mendicidade alteram a imagem que os turistas têm da nossa terra e o turismo é o nosso maior “ganha pão”. Gerir o espaço da cidade do Funchal, nomeadamente jardins e limpezas de ruas, não é fácil com o aumento das pessoas a viver na rua. Já repararam na quantidade de “cantinhos” da nossa cidade que passaram a ser mictórios públicos? E qual a imagem que fica nos nossos turistas? Tratar do nosso destino Madeira não deveria ser preocupação de todos? É só de uma Secretaria Regional? É só do Governo? É só da Câmara Municipal do Funchal? Não será um problema geral que exige a colaboração de todos? Vamos continuar a esconder a cabeça na areia como a avestruz? Para resolver o problema (secundário) da cidade não é deitar a mão ao problema primário dos sem-abrigo?!
Não será que também aqui não estão os nossos governantes a serem autistas e a não ouvirem o que se está a alertar? Não será que a imagem de “Pérola do Atlântico” fica manchada com estes cenários? Foi assim que li “mancha” no passado Domingo.
Força aos que têm a coragem física e moral para dizer o que tem de ser dito, todos têm poder para ajudar estas pessoas. Amanhã, deixarei estas palavras para tentar atos. Vamos todos?
FÁTIMA ASCENSÃO / 29 JAN 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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