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Por dentro dos dias – Barreiro: Um passeio pelas ruas, dá para dizer bem e dá para dizer mal…depende da estratégia
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Por dentro dos dias – Barreiro: Um passeio pelas ruas, dá para dizer bem e dá para dizer mal…depende da estratégia
Quantas piscinas seriam construídas? Quantos pavilhões? Quantos novos autocarros? Quantos projectos de melhoria das instalações do Movimento Associativo? Quantos carros de recolha de lixo?
Ontem, ao fim da tarde, decidi dar um “passeio”, uma pequena volta, para descontrair e ver o sol a descer no horizonte.
Quando vivi em Lisboa, nos anos 60, tinha por hábito percorrer, a pé, as ruas e todos os recantos, de uma ponta a outra, do Beato a Belém, de Campo de Ourique à Madragoa, de Alfama ao Alto do Pina. Foi assim, a pé, aos domingos, que fui conhecendo todos os recantos e os mais lindos pormenores de Lisboa, por becos e vielas.
Dei comigo a recordar esses passeios, quando, ontem à tarde, decidi dar uma pequena volta.
O curioso é como, um breve circuito, dá para entender como a paisagem urbana se transformou e, como, ainda, existem resíduos, heranças de desrespeito pelo urbanismo de antes do 25 de Abril.
Os buracos que é preciso ir tapando. Os buracos para os quais é preciso que exista uma estratégia, apostada em resolver, estas heranças, realidades que são necessárias solucionar de forma que haja melhoria da qualidade de vida urbana.
Ali, na Quinta da Várzea – Alameda Ary dos Santos – reparei o bom trabalho que foi realizado, de limpeza dos canaviais e arranjo da zona. Por acaso, não li nenhuma noticia de ninguém, a referir a intervenção, os seus custos, assim como não escutei comentários ou elogios.
Normalmente, quase todos os últimos anos, esta intervenção só se concretiza, após a ocorrência de um pequeno incêndio, sempre resolvido com a operacionalidade dos nossos Bombeiros Voluntários.
Naturalmente, este ano, a situação de fogo não irá ocorrer, a limpeza do espaço foi realizada de forma eficiente e eficaz.
Cheguei, junto à vedação da Vala Real – a Vala das Ratas – notei que há um cheiro nauseabundo, Tudo indica, talvez, que há esgotos domésticos que devem continuar a ter descarga para ali. O cheiro é mesmo insuportável, mas restrito ao local.
Uma situação que deve ser analisada e, naturalmente, tomar medidas de desinfecção, porque pode estar, por ali, a germinar, com este calor, um problema de saúde pública.
Continuei o meu passeio. Olhei o monumento em memória do 25 de Abril. Triste. Abandonado. Com cartazes colados à sua volta.
De facto, a manter-se neste estado, razão têm aqueles que o classificam de mamarracho.
É pena, porque é uma obra de arte urbana, única, de José Cândido, um prestigiado arquitecto de reconhecido valor internacional e natural do Barreiro.
Ao menos, no mínimo, limpem e evite-se que o degradado atraia, ainda, mais degradação.
Notei a beleza dos canteiros, bem tratados, ali, naquela entrada para a I C21.
Ao passar pelo Bairro Novo da CUF – os Blocos Mirandela, Soure, ou Canas de Senhorim. Recordei o meu amigo Colaço, que se dedicava a arranjar o jardim no exterior da sua casa. E, lembrei-me da minha amiga Gisa, de quem tanto gosto, e também do velho Tomé e da Tininha. Memórias que ligamos aos espaços.
Notei as intervenções que foram realizadas pela autarquia, na recuperação dos logradouros. Bom trabalho. Pouco divulgado e pouco noticiado. De facto é assim, recuperando e mantendo que se constrói uma cidade e se projecta o seu futuro, porque o futuro só existe, quando no presente se valoriza a atractividade.
Notei que, ali, ainda há logradouros por recuperar, estes, são bem um exemplo vivo, das heranças de antes do 25 de Abril – construía-se habitação e os arruamentos e passeios ficavam em terra batida. Quem não sabe o que isso era, pode ir por ali, olhar e ver.
É que, por todo o concelho do Barreiro, esta era a realidade antes do 25 de Abril. Talvez fosse interessante saber, ao longo dos anos, em todas as gestões autárquicas – todas – saber os milhões que foram gastos para resolver estas heranças de antes do 25 de Abril. E, muito, pelos vistos ainda há por gastar, de forma a que o nosso espaço urbano deixe de ter esses espaços próprios do terceiro mundo.
Quantas piscinas seriam construídas? Quantos pavilhões? Quantos novos autocarros? Quantos projectos de melhoria das instalações do Movimento Associativo? Quantos carros de recolha de lixo?
Na Estação Ferroviária do Lavradio, deparei-me com uma bela paisagem, com o Tejo ao fundo e as oficinas dos Transportes Colectivos do Barreiro.
Registei a destruição de vidros e portas na Estação. Actos puros de vandalismo. Destruir por destruir.
Um local de encontro entre o velho e o novo. Uma nova estação, neste circuito electrificado entre o Barreiro e Praias Sado.
A velha estação, recuperada com trabalho voluntário de amantes da cultura ferroviária no concelho do Barreiro.
Olhei aquele mural, feito no Dia B. Gosto. Acho-o expressivo. Acho até que dá uma visão de encontro entre as novas criações do século XXI e as memórias dos Séculos XIX e XX.
Olhei. Voltei a olhar e senti que gostava mais de ver aquele velho armazém com a brancura da sua naturalidade.
Repito gosto do mural, mas há qualquer ruído que me diz, esteticamente, neste local não é o melhor. Pronto, mas são gostos.
Vou observando os arranjos de flores, naquele que é conhecido por Bairro dos Engenheiros. Passa por mim um casal, num treino de fim de tarde. Noto que a relva começa a ficar queimada pelo calor. Tem que haver mais rega, caso contrário seca tudo. É pena.
Junto à escola Álvaro Velho, o murete está destruído, ou foi um carro que embateu, ou foi, forçadamente, dobrado. É preciso agir rapidamente, é um perigo para os utilizadores dos passeios.
Cheguei a casa, a suar. Dou um banho. Valeu a pena este passeio. Vou repetir.
Decido escrever esta crónica. E, penso, como, saindo pelas ruas é possível ter dois discursos, dois olhares.
Posso valorizar o que está bem feito. Posso apenas criticar o que está mal.
Há assunto para comunicados de oposição. Há assuntos para comunicados de quem é poder.
É uma questão de opções.
Após escrever. Dou comigo a pensar em cenários da vida real. Se eu sair de casa, na minha rua e notar que, ali, foi colocado um tapete de alcatrão, completamente novo, as passadeiras pintadas, e, sentir que a rua está um mimo, como poucas no Barreiro, posso ficar feliz, porque a minha qualidade de vida melhorou, de certa forma, posso pensar, ou não, no sentido estratégico de coisas que tocam o quotidiano, como factores que influenciam o futuro.
Se eu sair de casa, na mesma rua, e vejo o contentor cheio de lixo, também posso pensar, como isso degrada a minha qualidade de vida.
Pego no telemóvel. Fotografo o lixo. É uma opção. Isso é que conta. Dar a conhecer ao mundo essa rua do terceiro mundo.
Ah, é verdade, mas, sou tão perfeito e bom, que nunca tive a oportunidade de pegar no telemóvel e fotografar o tapete da minha rua e as passadeiras, o estado limpinho e novo, da minha rua, que fazem lembrar um arruamento de uma cidade cosmopolita da europa...sem buracos.
São mesmo opções.
Foi isto que pensei ao dar uma volta, ontem, ao fim da tarde.
Dá para dizer mal, ou dizer bem. O que não dá, na verdade, é para transformar certas coisas que, de facto, são fruto de ausência de cultura cívica e, também, de quem se considera possuidor de uma superioridade moral…
Sejam felizes!
António Sousa Pereira
VER FOTOS
https://www.facebook.com/jornalrostos/photos/?tab=album&album_id=10153706309012681
26.07.2016 - 13:31
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