Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 186 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 186 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Populismo ou vontade própria?
Página 1 de 1
Populismo ou vontade própria?
quem não tem emprego, casa, saúde e segurança não se assusta por qualquer coisa
Durante muito anos a paz e a estabilidade foram sempre evidências a favor de um Europa unida e coesa apesar da diversidade cultural, histórica e mesmo das grandes discrepâncias existentes ao nível do desenvolvimento e capacidade contributiva de todos os seus membros. Nada disso impediu os sucessivos alargamentos nem a capacidade de encontrar pontos comuns suficientes para segurar o “ideal” europeu, fosse ele o que quer que fosse. Nos últimos 30 anos, enormes conquistas foram passando a direitos banais que as gerações mais novas não querem acreditar que possam perder, até mais cedo do que imaginam, como a da livre circulação de pessoas.
O desastre do modelo económico e uma gestão distante das pessoas, complicada, burocrática e muitas vezes absurda, faz com que cada vez mais os cidadãos reconheçam e procurem na sua proximidade a garantia da resolução dos seus problemas e as respostas adequadas aos seus desejos. Esse é o espaço privilegiado que novos (e outros, até, muito velhos) movimentos, de cidadãos e de políticos, têm vindo a ocupar com propostas e discursos que falam sobre aquilo que é, afinal, a vida das pessoas. É gritante a comparação entre o que dizem ou fazem a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu relativamente a problemas concretos das pessoas e o que propõe esses movimentos mais próximos. Ainda há poucos dias, foi notícia a decisão, resposta da Comissão Europeia, relativamente à situação catastrófica dos incêndios do Verão passado na Madeira, anunciando, finalmente, que alguns milhões estariam disponíveis e a caminho. Quase um ano depois chega essa notícia, bem reveladora da necessidade de mudar radicalmente os mecanismos burocráticos de ajuda na emergência. Se a emergência evidente como a dos brutais incêndios leva quase um ano a obter resposta, fácil será imaginar o quão deslocada da realidade estará a maquinaria da Comissão sem que se note qualquer interesse ou vontade em mudar. A Europa está atada num colete de forças franco-germânico, incapaz de perceber (e muito menos de antecipar) um Brexit, um Trump e ainda pior, a acreditar que as eleições em França e na Alemanha vão ser uma magia doce com a solução para o impasse e os probemas.
Está tudo parado à espera do óbvio. Umas palavrinhas sobre o “populismo” crescente para tentar assustar aqueles que afinal são os que procuram quem lhes fale mais de perto e atenda às necessidades básicas de emprego e segurança, factores que a política tradicional comunitária e nacional não conseguem de todo abordar. O populismo, infelizmente, já não assusta ninguém porque quem não tem emprego, casa, saúde e segurança não se assusta por qualquer coisa e muito menos pelos avisos e anúncios dramáticos de políticos e sistemas políticos desacreditados, responsáveis pela situação.
Riscos? sim, muitos e alguns muito preocupantes, mas, quais são as opções? Quais são as propostas e mudanças objectivas que possam constituir alternativa a este beco sem saída? Parece que o medo não vai chegar quando ingleses e americanos acabam por mostrar que, como diz o poema de José Régio: “Não sei por onde vou, Não sei para onde vou. Sei que não vou por aí!”. Não sei se estão errados ou foram acometidos por um assombro acéfalo, mas, decidiram, sim, que o caminho que lhes era imposto não é o que pretendem.
ANTÓNIO DOMINGOS ABREU / 09 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Durante muito anos a paz e a estabilidade foram sempre evidências a favor de um Europa unida e coesa apesar da diversidade cultural, histórica e mesmo das grandes discrepâncias existentes ao nível do desenvolvimento e capacidade contributiva de todos os seus membros. Nada disso impediu os sucessivos alargamentos nem a capacidade de encontrar pontos comuns suficientes para segurar o “ideal” europeu, fosse ele o que quer que fosse. Nos últimos 30 anos, enormes conquistas foram passando a direitos banais que as gerações mais novas não querem acreditar que possam perder, até mais cedo do que imaginam, como a da livre circulação de pessoas.
O desastre do modelo económico e uma gestão distante das pessoas, complicada, burocrática e muitas vezes absurda, faz com que cada vez mais os cidadãos reconheçam e procurem na sua proximidade a garantia da resolução dos seus problemas e as respostas adequadas aos seus desejos. Esse é o espaço privilegiado que novos (e outros, até, muito velhos) movimentos, de cidadãos e de políticos, têm vindo a ocupar com propostas e discursos que falam sobre aquilo que é, afinal, a vida das pessoas. É gritante a comparação entre o que dizem ou fazem a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu relativamente a problemas concretos das pessoas e o que propõe esses movimentos mais próximos. Ainda há poucos dias, foi notícia a decisão, resposta da Comissão Europeia, relativamente à situação catastrófica dos incêndios do Verão passado na Madeira, anunciando, finalmente, que alguns milhões estariam disponíveis e a caminho. Quase um ano depois chega essa notícia, bem reveladora da necessidade de mudar radicalmente os mecanismos burocráticos de ajuda na emergência. Se a emergência evidente como a dos brutais incêndios leva quase um ano a obter resposta, fácil será imaginar o quão deslocada da realidade estará a maquinaria da Comissão sem que se note qualquer interesse ou vontade em mudar. A Europa está atada num colete de forças franco-germânico, incapaz de perceber (e muito menos de antecipar) um Brexit, um Trump e ainda pior, a acreditar que as eleições em França e na Alemanha vão ser uma magia doce com a solução para o impasse e os probemas.
Está tudo parado à espera do óbvio. Umas palavrinhas sobre o “populismo” crescente para tentar assustar aqueles que afinal são os que procuram quem lhes fale mais de perto e atenda às necessidades básicas de emprego e segurança, factores que a política tradicional comunitária e nacional não conseguem de todo abordar. O populismo, infelizmente, já não assusta ninguém porque quem não tem emprego, casa, saúde e segurança não se assusta por qualquer coisa e muito menos pelos avisos e anúncios dramáticos de políticos e sistemas políticos desacreditados, responsáveis pela situação.
Riscos? sim, muitos e alguns muito preocupantes, mas, quais são as opções? Quais são as propostas e mudanças objectivas que possam constituir alternativa a este beco sem saída? Parece que o medo não vai chegar quando ingleses e americanos acabam por mostrar que, como diz o poema de José Régio: “Não sei por onde vou, Não sei para onde vou. Sei que não vou por aí!”. Não sei se estão errados ou foram acometidos por um assombro acéfalo, mas, decidiram, sim, que o caminho que lhes era imposto não é o que pretendem.
ANTÓNIO DOMINGOS ABREU / 09 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Tópicos semelhantes
» É preciso respeitar a vontade popular
» Falta “vontade política” para desenvolver aeroporto de Beja
» Turistas na nossa própria cidade
» Falta “vontade política” para desenvolver aeroporto de Beja
» Turistas na nossa própria cidade
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin