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Mensagem por Admin Sex Fev 10, 2017 11:56 am

Ele há assuntos que, de tantas vezes falados se tornam aborrecidos. Não sei se será o caso da questão que aqui vos trago até porque não estou certo, confesso, se já debitei caracteres a metro com isto no passado mas, como é sempre aborrecido o que escrevo, resolvi arriscar!

Perante um prato de comida, daqueles bem confeccionado e que considero dos meus predilectos, fico sempre a pensar quanto vou conseguir enfardar. O resultado, infelizmente, está à vista mas não é aí que quero chegar com a analogia mas ao facto de nos tornarmos tantas vezes incapazes de perceber porque devemos ter noção de onde parar, nem que seja por nos lembrarmos do resultado da última vez que fizemos a mesma asneira.

A discussão sobre o limite de camas para a Região parece um pouco a mesma coisa. Qual o máximo, 30.000, 40.000 ou devemos ir até para números mais elevados? Porque quanto mais camas mais emprego se gera, mais impostos se arrecadam, mais se movimentam as indústrias relacionadas? Será mesmo assim?

Porque não consigo convencer ninguém de que podem fazer-se os cálculos ao contrário, bastando para isso considerar níveis de empregabilidade e rentabilidade de décadas anteriores e comparar com o que temos actualmente, sugiro uma outra metodologia.

Partindo do princípio que uma sociedade se constrói sobretudo a pensar em quem nela vive e trabalha, será suportável para os madeirenses aguentar cidades encharcadas de gente, com tuk tuks, autocarros de dois andares, sidecars e carros antigos a empatar o trânsito enquanto calmamente se apreciam as vistas?

Teremos nós proventos financeiros suficientes para aguentar a especulação imobiliária no arrendamento e a vontade dos senhorios em trocar os actuais inquilinos por teóricos melhores negócios que provêm do alojamento local? E como gerir o eventual abandono de residentes permanentes nos centros urbanos?

Conseguiremos nós responder adequadamente, ao nível da restauração e do comércio, a um incremento do número de pessoas sem colocar em causa a qualidade geral do serviço prestado? Temos sequer oferta suficiente?

A capacidade formativa instalada responderá às exigências? Existe actualmente mão-de-obra qualificada para aguentar crescimentos que permitam tempo para formar essas pessoas?

E, “last but surely not least”, as limitações da nossa porta de entrada – o aeroporto. O que se prevê é aumentá-lo para responder a esse aumento de camas? Porque a sua capacidade máxima actual não permite que se ultrapasse determinado número de passageiros.

Por tudo isto é que julgo que, muito mais importante que estabelecer tectos, se analisem as capacidades de carga para depois se estabelecerem limites máximos percentuais de crescimento da oferta.

ANDRÉ BARRETO / 10 FEV 2017 / 02:00 H.
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