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“Ideias feitas”
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“Ideias feitas”
não se deve confundir o ter “ideias feitas” com o ter princípios, valores e ser coerente em função deles
Num mundo em acelerada mudança onde os processos dinâmicos e as estruturas de suporte com elevado grau de adaptabilidade assumem uma importância crescente, paradoxalmente, continuam a existir (eventualmente até a aumentar) aqueles que vivem num mundo de certezas. Não têm dúvidas, não colocam hipóteses, não equacionam e analisam diferentes estratégias de intervenção. É como se só existisse um caminho, o seu caminho, as suas escolhas. Não ouvem, ou quando ouvem não escutam. Para eles é tão evidente o que se deve ou não deve fazer que consideram que equacionar alternativas é perder tempo ou apenas um expediente para adiar as decisões.
Cada um de nós poderá e deverá fazer uma autorreflexão sobre se tem “ideias feitas”, ou melhor, quais são as suas “ideias feitas”, do nível profissional ao familiar e social. Isto porque as “ideias feitas” não são apenas perigosas quando se tomam macro decisões que influenciam direta ou indiretamente o bem-estar individual e coletivo, mas também quando são tomadas a um nível aparentemente mais micro, por exemplo no seio da família e no círculo de amigos, no que respeita à educação dos filhos (na escola, no clube, em casa ...), à alimentação, à prática desportiva, ao vestuário, às relações de amizade e regras de relacionamento, etc.
Devemos também questionarmo-nos porque é que temos essas “ideias”. São fruto das nossas vivências pessoais, da imitação e identificação com alguém, do “diz-se diz-se”, dos títulos dos jornais e telejornais, das redes sociais, ou de análises aprofundadas e fundamentadas ...?
Pode-se argumentar que, independentemente da origem, as consequências de ter “ideias feitas” são muito semelhantes. Nomeadamente a elevada probabilidade de não serem as mais adequadas e rentáveis para resolver os problemas e as situações a que se quer dar resposta. Contudo, é ao nível das estratégias para combater esta “praga” (que se manifesta e desenvolve entre as paredes de casa e nos locais de trabalho e se propaga institucional, social e culturalmente, por exemplo, através de um autoritarismo transvertido de populismo democrático, ou de psedo independentes “bem-falantes” que são especialistas de coisa nenhuma) que conhecer a origem e a raiz do problema é fundamental, sendo que a primeira linha de combate pode e deve passar pelo próprio indivíduo compreender o que defende e porque defende...
Numa perspetiva didática, convém alertar que não se deve confundir o ter “ideias feitas” com o ter princípios, valores e ser coerente em função deles. Até porque, para sermos coerentes, muitas vezes, é necessário mudar de opinião e de posição ... embora por vezes se pense precisamente o contrário.
Não é um caminho fácil pois, por um lado, fomos formatados para “aceitar sem questionar e aprofundar” e, por outro lado, os “maus exemplos” continuam a abundar. Não nos devemos esquecer que já tivemos um Presidente da República que se gabava de nunca ter dúvidas e um Ministro das Finanças que afirmava que não fazia nem tinha em conta diferentes cenários. Pois é... estamos conversados...
HÉLDER LOPES , PROFESSOR DA UMA / 10 ABR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Num mundo em acelerada mudança onde os processos dinâmicos e as estruturas de suporte com elevado grau de adaptabilidade assumem uma importância crescente, paradoxalmente, continuam a existir (eventualmente até a aumentar) aqueles que vivem num mundo de certezas. Não têm dúvidas, não colocam hipóteses, não equacionam e analisam diferentes estratégias de intervenção. É como se só existisse um caminho, o seu caminho, as suas escolhas. Não ouvem, ou quando ouvem não escutam. Para eles é tão evidente o que se deve ou não deve fazer que consideram que equacionar alternativas é perder tempo ou apenas um expediente para adiar as decisões.
Cada um de nós poderá e deverá fazer uma autorreflexão sobre se tem “ideias feitas”, ou melhor, quais são as suas “ideias feitas”, do nível profissional ao familiar e social. Isto porque as “ideias feitas” não são apenas perigosas quando se tomam macro decisões que influenciam direta ou indiretamente o bem-estar individual e coletivo, mas também quando são tomadas a um nível aparentemente mais micro, por exemplo no seio da família e no círculo de amigos, no que respeita à educação dos filhos (na escola, no clube, em casa ...), à alimentação, à prática desportiva, ao vestuário, às relações de amizade e regras de relacionamento, etc.
Devemos também questionarmo-nos porque é que temos essas “ideias”. São fruto das nossas vivências pessoais, da imitação e identificação com alguém, do “diz-se diz-se”, dos títulos dos jornais e telejornais, das redes sociais, ou de análises aprofundadas e fundamentadas ...?
Pode-se argumentar que, independentemente da origem, as consequências de ter “ideias feitas” são muito semelhantes. Nomeadamente a elevada probabilidade de não serem as mais adequadas e rentáveis para resolver os problemas e as situações a que se quer dar resposta. Contudo, é ao nível das estratégias para combater esta “praga” (que se manifesta e desenvolve entre as paredes de casa e nos locais de trabalho e se propaga institucional, social e culturalmente, por exemplo, através de um autoritarismo transvertido de populismo democrático, ou de psedo independentes “bem-falantes” que são especialistas de coisa nenhuma) que conhecer a origem e a raiz do problema é fundamental, sendo que a primeira linha de combate pode e deve passar pelo próprio indivíduo compreender o que defende e porque defende...
Numa perspetiva didática, convém alertar que não se deve confundir o ter “ideias feitas” com o ter princípios, valores e ser coerente em função deles. Até porque, para sermos coerentes, muitas vezes, é necessário mudar de opinião e de posição ... embora por vezes se pense precisamente o contrário.
Não é um caminho fácil pois, por um lado, fomos formatados para “aceitar sem questionar e aprofundar” e, por outro lado, os “maus exemplos” continuam a abundar. Não nos devemos esquecer que já tivemos um Presidente da República que se gabava de nunca ter dúvidas e um Ministro das Finanças que afirmava que não fazia nem tinha em conta diferentes cenários. Pois é... estamos conversados...
HÉLDER LOPES , PROFESSOR DA UMA / 10 ABR 2017 / 02:00 H.
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