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Sustentabilidade e integração para a transição
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Sustentabilidade e integração para a transição
Talvez seja melhor esperar para ver como outros resolverão essas questões e logo se adaptará a receita
A transição necessária, e há muito identificada, com vista à sustentabilidade global, tal como entendida na Agenda 2030 aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, enfrenta dois obstáculos muito significativos. Em primeiro lugar, uma questão que se pode considerar ao nível conceptual ou de percepção, e que tem a ver com a própria definição de sustentabilidade. Apesar de se reconhecer a sustentabilidade como um processo que deve incorporar obrigatoriamente as dimensões sociais, económicas e ambientais, seja a que escala se esteja a trabalhar, na prática, persiste uma visão imediatista e, quase sempre, privilegiando o curto prazo, leia-se, custo-benefício localizado, no tempo e no espaço, ignorando aspectos determinantes como a qualidade, durabilidade ou adequação, das decisões ou investimentos. Em segundo lugar, persiste ainda uma gritante falta de integração entre sectores e actores que se mantêm distantes e tão irredutíveis como inúteis ou inadequados. Bastaria olhar para as estruturas de gestão de sectores que, por muita importância social que possam ainda deter, custam mais do que o que justificaria cada um desses sectores quando, outros, emergentes ou mais substantivos, carecem de recursos e consideração de forma gritante e incompreensível, sem que haja “coragem” ou lucidez mínima para reconhecer e agir em conformidade.
As desculpas são as do costume. Ou se sabe pouco, ou talvez seja melhor esperar para ver como outros resolverão primeiro essas questões e logo se adaptará as receitas milagrosas, sem se considerar que se pode resolver as coisas por nós mesmos.
Quem for capaz de traduzir para a sua realidade e escala os avanços e compreensão dos desafios da sustentabilidade das próximas décadas ganhará tempo significativo na transição que todos identificam como vital. As contas já estão feitas. Segundo a Comissão Europeia na sua análise associada ao roteiro com vista à eficiência no uso dos recursos, é necessário melhorar a performance ambiental entre quatro a dez vezes relativamente ao estado actual. Apesar dos avanços das últimas décadas, estamos ainda muito longe de uma abordagem adequada dos grandes problemas persistentes, como a perda de diversidade biológica, as alterações climáticas e a utilização dos recursos num planeta que diminui a velocidade astronómica a sua disponibilidade e qualidade face às necessidades de uma população humana que cresce exponencialmente e teima em mudar o padrão de consumo e produção. Ou se assume em definitivo e na prática o uso do crivo da sustentabilidade e integração no processo de tomada de decisão ou aumentaremos definitiva e fatalmente a distância entre o que se anseia e o que realmente vamos ser.
ANTÓNIO DOMINGOS ABREU / 11 ABR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
A transição necessária, e há muito identificada, com vista à sustentabilidade global, tal como entendida na Agenda 2030 aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, enfrenta dois obstáculos muito significativos. Em primeiro lugar, uma questão que se pode considerar ao nível conceptual ou de percepção, e que tem a ver com a própria definição de sustentabilidade. Apesar de se reconhecer a sustentabilidade como um processo que deve incorporar obrigatoriamente as dimensões sociais, económicas e ambientais, seja a que escala se esteja a trabalhar, na prática, persiste uma visão imediatista e, quase sempre, privilegiando o curto prazo, leia-se, custo-benefício localizado, no tempo e no espaço, ignorando aspectos determinantes como a qualidade, durabilidade ou adequação, das decisões ou investimentos. Em segundo lugar, persiste ainda uma gritante falta de integração entre sectores e actores que se mantêm distantes e tão irredutíveis como inúteis ou inadequados. Bastaria olhar para as estruturas de gestão de sectores que, por muita importância social que possam ainda deter, custam mais do que o que justificaria cada um desses sectores quando, outros, emergentes ou mais substantivos, carecem de recursos e consideração de forma gritante e incompreensível, sem que haja “coragem” ou lucidez mínima para reconhecer e agir em conformidade.
As desculpas são as do costume. Ou se sabe pouco, ou talvez seja melhor esperar para ver como outros resolverão primeiro essas questões e logo se adaptará as receitas milagrosas, sem se considerar que se pode resolver as coisas por nós mesmos.
Quem for capaz de traduzir para a sua realidade e escala os avanços e compreensão dos desafios da sustentabilidade das próximas décadas ganhará tempo significativo na transição que todos identificam como vital. As contas já estão feitas. Segundo a Comissão Europeia na sua análise associada ao roteiro com vista à eficiência no uso dos recursos, é necessário melhorar a performance ambiental entre quatro a dez vezes relativamente ao estado actual. Apesar dos avanços das últimas décadas, estamos ainda muito longe de uma abordagem adequada dos grandes problemas persistentes, como a perda de diversidade biológica, as alterações climáticas e a utilização dos recursos num planeta que diminui a velocidade astronómica a sua disponibilidade e qualidade face às necessidades de uma população humana que cresce exponencialmente e teima em mudar o padrão de consumo e produção. Ou se assume em definitivo e na prática o uso do crivo da sustentabilidade e integração no processo de tomada de decisão ou aumentaremos definitiva e fatalmente a distância entre o que se anseia e o que realmente vamos ser.
ANTÓNIO DOMINGOS ABREU / 11 ABR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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