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Portela ia esgotar em 2017 e agora está como nova. E o porto de Lisboa?
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Portela ia esgotar em 2017 e agora está como nova. E o porto de Lisboa?
Governo diz que sim e já prepara concurso para novo terminal no final do ano. Especialistas dizem que basta melhor gestão, como na Portela.
Chapéus há muitos. Estudos também. E há já vários que dizem que o Porto de Lisboa vai estar esgotado dentro de 10 anos. Mas vários especialistas do setor que acreditam que não são necessários novos terminais, apenas pequenos investimentos e uma melhor gestão, tal como aconteceu com o aeroporto de Lisboa.
Também nesse caso foram feitos inúmeros estudos que apontavam para um esgotamento em 2017 e que seria preciso construir um novo aeroporto que iria custar três mil milhões de euros. Mas a Portela foi remodelada - com cerca de 380 milhões - e agora as estimativas apontam para que tenha capacidade além dessa data. Aliás, segundo o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, "a Portela é agora o novo aeroporto de Lisboa".
Mas para o Porto de Lisboa defende a necessidade de um novo terminal de contentores, a construir na Trafaria, e cujo concurso seria lançado no final deste ano. A localização gerou polémica porque, dizem alguns agentes do sector, iria obrigar a construir acessos, pagos pelos contribuintes, e ainda a fazer mais um transbordo da mercadorias que vai quase toda para norte da capital.
Terá sido por isso que, há três semanas, Sérgio Monteiro disse que primeiro quer "um consenso de que é preciso um novo terminal" e que só depois se pensará na localização e no concurso. Mas não será fácil.
Os prós... Na base da decisão do Governo está um estudo da AT Kearney, entregue na Assembleia da República, que diz que os atuais terminais de contentores - Alcântara e Santa Apolónia - estarão esgotados entre 2023 e 2026, ou seja, dentro de 10 a 13 anos, e que movimentarão entre 1,5 a 1,7 milhões de TEU (medida padrão de um contentor de seis metros).
Considerações que batem com os últimos dados do Porto de Lisboa que mostram que, só em Santa Apolónia, movimentaram-se 13700 contentores (440 por dia) em julho, mais 12,3% face ao período homólogo.
O aumento das exportações é um dos factores que explica este crescimento, mas segundo o diretor da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, Belmar da Costa, também se espera que passem "haver mais mercadorias transportadas por contentores, como por exemplo cereais". Diz ele que, como há falta de caixas, quando as encomendam, os operadores aproveitam que vêm vazios para colocar carga menos habitual porque é mais barato.
António Mota, presidente da Mota-Engil, que gere Alcântara, conta mesmo que Lisboa já perdeu oportunidades por falta de espaço porque, "quando uma infraestrutura não responde ao serviço, os operadores vão para outro lado". E acrescenta: "Quando o comprámos, em 2006 ou 2007, já pensávamos aumentar a capacidade".
...E os contras Jorge D"Almeida foi presidente do terminal de contentores de Sines - o maior do país - e hoje é responsável pela SA Consult e garante que "nem daqui a 10 anos o porto de Lisboa estará esgotado" e tem números que o provam. Diz ele que, em 2011 Alcântara movimentou 243 mil TEU e Santa Apolónia 220 mil e em 2012 foram, respetivamente, 224 mil e 176 mil TEU. Mas a capacidade instalada é de 350 mil TEU em Alcântara e 450 mil em Santa Apolónia.
É por isso que este e outros especialistas contactados pelo Dinheiro Vivo dizem que bastaria uma melhor gestão dos terminais existentes para a capacidade aumentar.
Um deles, que não quis ser citado, diz mesmo que "a falta de espaço para os contentores só existe porque há oito dias de estacionamento gratuito para importadores privados que acabam por usar a infraestrutura como armazém. Muitos portos dão 48 horas, outros dão quatro dias".
Mas outro consultor alerta que para haver essa rotatividade é preciso escoamento e acessibilidades e "é isso que Lisboa, nomeadamente Alcântara, mais precisa".
Por Ana Baptista
16/08/2013 | 23:00
Documentário de © Dinheiro Vivo e não fui para publicação do jornal - 17/08/2013
Chapéus há muitos. Estudos também. E há já vários que dizem que o Porto de Lisboa vai estar esgotado dentro de 10 anos. Mas vários especialistas do setor que acreditam que não são necessários novos terminais, apenas pequenos investimentos e uma melhor gestão, tal como aconteceu com o aeroporto de Lisboa.
Também nesse caso foram feitos inúmeros estudos que apontavam para um esgotamento em 2017 e que seria preciso construir um novo aeroporto que iria custar três mil milhões de euros. Mas a Portela foi remodelada - com cerca de 380 milhões - e agora as estimativas apontam para que tenha capacidade além dessa data. Aliás, segundo o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, "a Portela é agora o novo aeroporto de Lisboa".
Mas para o Porto de Lisboa defende a necessidade de um novo terminal de contentores, a construir na Trafaria, e cujo concurso seria lançado no final deste ano. A localização gerou polémica porque, dizem alguns agentes do sector, iria obrigar a construir acessos, pagos pelos contribuintes, e ainda a fazer mais um transbordo da mercadorias que vai quase toda para norte da capital.
Terá sido por isso que, há três semanas, Sérgio Monteiro disse que primeiro quer "um consenso de que é preciso um novo terminal" e que só depois se pensará na localização e no concurso. Mas não será fácil.
Os prós... Na base da decisão do Governo está um estudo da AT Kearney, entregue na Assembleia da República, que diz que os atuais terminais de contentores - Alcântara e Santa Apolónia - estarão esgotados entre 2023 e 2026, ou seja, dentro de 10 a 13 anos, e que movimentarão entre 1,5 a 1,7 milhões de TEU (medida padrão de um contentor de seis metros).
Considerações que batem com os últimos dados do Porto de Lisboa que mostram que, só em Santa Apolónia, movimentaram-se 13700 contentores (440 por dia) em julho, mais 12,3% face ao período homólogo.
O aumento das exportações é um dos factores que explica este crescimento, mas segundo o diretor da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, Belmar da Costa, também se espera que passem "haver mais mercadorias transportadas por contentores, como por exemplo cereais". Diz ele que, como há falta de caixas, quando as encomendam, os operadores aproveitam que vêm vazios para colocar carga menos habitual porque é mais barato.
António Mota, presidente da Mota-Engil, que gere Alcântara, conta mesmo que Lisboa já perdeu oportunidades por falta de espaço porque, "quando uma infraestrutura não responde ao serviço, os operadores vão para outro lado". E acrescenta: "Quando o comprámos, em 2006 ou 2007, já pensávamos aumentar a capacidade".
...E os contras Jorge D"Almeida foi presidente do terminal de contentores de Sines - o maior do país - e hoje é responsável pela SA Consult e garante que "nem daqui a 10 anos o porto de Lisboa estará esgotado" e tem números que o provam. Diz ele que, em 2011 Alcântara movimentou 243 mil TEU e Santa Apolónia 220 mil e em 2012 foram, respetivamente, 224 mil e 176 mil TEU. Mas a capacidade instalada é de 350 mil TEU em Alcântara e 450 mil em Santa Apolónia.
É por isso que este e outros especialistas contactados pelo Dinheiro Vivo dizem que bastaria uma melhor gestão dos terminais existentes para a capacidade aumentar.
Um deles, que não quis ser citado, diz mesmo que "a falta de espaço para os contentores só existe porque há oito dias de estacionamento gratuito para importadores privados que acabam por usar a infraestrutura como armazém. Muitos portos dão 48 horas, outros dão quatro dias".
Mas outro consultor alerta que para haver essa rotatividade é preciso escoamento e acessibilidades e "é isso que Lisboa, nomeadamente Alcântara, mais precisa".
Por Ana Baptista
16/08/2013 | 23:00
Documentário de © Dinheiro Vivo e não fui para publicação do jornal - 17/08/2013
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