Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 234 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 234 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Capitalismo sem capital
Página 1 de 1
Capitalismo sem capital
Em 2002 surgiu um manifesto, subscrito por quatro dezenas de personalidades, entre as quais o arquitecto José António Saraiva, agora director do SOL, defendendo a necessidade de políticas tendentes a manter no país os centros de decisão empresarial. O presidente do Novo Banco, Vítor Bento, também assinou esse manifesto
A economia portuguesa vive numa espécie de ‘capitalismo sem capital’, de que o grupo Espírito Santo é exemplo
Hoje não deixa de ser irónico que Vítor Bento, como presidente do Novo Banco, tenha provavelmente de encontrar investidores estrangeiros para accionistas de referência no capital do banco (directa ou indirectamente, através de bancos portugueses onde os accionistas estrangeiros já têm grande peso). Investidores que, em alguma medida, poderão mudar para fora de Portugal a tomada de algumas decisões de fundo quanto ao banco.
Mas é inevitável recorrer a esses investidores, porque a família Espírito Santo, que até há pouco era um nome prestigiado no país e no estrangeiro, ‘borrou a pintura’ ao servir-se do BES para acudir às faltas de capital do Grupo Espírito Santo (GES), prejudicando o banco, escondendo operações e violando regras ditadas pelo Banco de Portugal.
Aliás, o facto de as nacionalizações de 1975 não terem sido compensadas por indemnizações mais do que simbólicas está na origem de há muitos anos a economia portuguesa viver numa espécie de ‘capitalismo sem capital’, de que o grupo empresarial da família Espírito Santo é, de resto, um exemplo ilustrativo, com a sua cascata de dívidas.
Mas não são apenas as grandes empresas e os grandes grupos nacionais que têm falta de capital. Em Portugal as pequenas e médias empresas possuem, em regra, escassos capitais próprios. Daí a sua excessiva dependência do crédito bancário e o seu endividamento (o maior da Europa, em percentagem do PIB). Por isso precisamos de capital externo como de pão para a boca. Sobretudo de investimento directo estrangeiro, que crie riqueza e empregos.
Poderá colocar-se a questão: não irão alguns desses investimentos ‘desnacionalizar’ muitas das nossas empresas? Já aconteceu com a Cimpor e agora (em parte por causa do GES) com a Portugal Telecom. Mas a alternativa é não termos empresas a funcionar no país, ou funcionando fragilmente amparadas em crédito, com o consequente fardo da dívida.
Se porventura consideramos que certas empresas devem em absoluto ter em Portugal os seus centros de decisão, a solução é nacionalizá-las, não protegê-las de uma eventual entrada de estrangeiros. Defendi isso há 12 anos, a propósito do ‘manifesto dos quarenta’ e é o que continuo a pensar. Por exemplo, para que os bancos em Portugal não acabem todos em mãos estrangeiras (já não falta muito), importa manter a Caixa Geral de Depósitos 100% na posse do Estado, sem privatização total ou parcial. No resto do sector bancário, deve-se deixar funcionar o mercado.
Francisco Sarsfield Carbral | 20/08/2014 16:29:15
SOL
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin