Austeridade expanquê?

É tempo de mudar, e até Draghi já se apercebeu disso. Alguém que ligue para a caverna de São Bento. Já podem ver a luz do dia!

Todos os portugueses estão recordados da propaganda de Passos, Portas e companhia nos últimos três anos. 

Tiradas como o Governo lançou "reformas estruturais que implicassem a redução dos sectores protegidos" e "a diminuição das rendas que eles facultavam" para tornar a economia portuguesa "mais aberta, mais exportadora, menos comandada pela procura interna, mais comandada pela procura externa" de Passos Coelho e "as exportações estão a ser o porta-aviões da recuperação económica no nosso país" de Paulo Portas apenas são superadas pela glorificada afirmação de Poiares Maduro que "o excedente da balança corrente pela primeira vez em 40 anos, e um saldo excedentário da balança de bens e serviços...demonstra que a recuperação económica está relacionada com mudanças estruturais da economia".

Ora infelizmente os últimos números do INE dizem precisamente que a realidade é outra. As importações cresceram, as exportações perdem gás e afinal o milagre económico do ajustamento iniciado com Gaspar, o Rei mago do empobrecimento português, tem pés não de mirra, mas de barro.

O Governo português tem defendido e aplicado (duplicando mesmo a austeridade prevista no Memorando inicial) políticas de empobrecimento, pois os portugueses tinham vivido acima das suas possibilidades, o Estado precisava de uma dieta e a austeridade expansionista iria mudar o perfil da economia portuguesa. 

Depois de um aumento brutal da carga fiscal, de um corte sistemático de salários, pensões e reformas e das gorduras permanecerem lá todas, como está o país?

Mais pobre, com mais dívida, mais desemprego, mais impostos, mais desigual, com a justiça bloqueada e menos, muito menos preparado para enfrentar os desafios que tem pela frente.

É tempo de mudar, e até Draghi já se apercebeu disso. Alguém que ligue para a caverna de São Bento. Já podem ver a luz do dia!

Luís Toscano
00.04 h 
Económico