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A estratégia falhada
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A estratégia falhada
A possibilidade de dedução dos juros pagos aos resultados teve como consequência o pagamento de menos impostos, e funcionou como um incentivo à distribuição máxima de dividendos e a um elevado nível de alavancagem do tecido empresarial português.
Na última década os sucessivos governos elegeram como prioridade estratégica os centros de decisão nacionais. Esta estratégia populista visava criar grupos nacionais com negócios sólidos e que pudessem dar cartas a nível internacional.
Como utopia, visão não era má, mas em face da crescente globalização, dos interesses e da dependência que se instalou à volta do Estado, revelou-se desastrosa, e com elevados custos para os portugueses. A globalização e o amplo mercado da língua portuguesa eram fortes incentivos às empresas portuguesas ao nível do mercados a explorarcom toda a capacidade de inovação que os portugueses conseguem levar ao mundo. Ao mesmo tempo o risco ao nível da livre circulação de capitais foi substimado. O crescimento das empresas nacionais foi suportado por dívida, e pouco por capital. Esta fragilidade ficou patente quando o capital, agora livre, passou a ser utilizado como arma para adquirir livremente empresas por todo o mundo globalizado e na incapacidade dos grupos se protegerem de Operações Públicas de Aquisição (OPA) hostis.
Temos visto que vários grupos portugueses atingiram níveis de endividamento astronómico sem grande nível de preocupação, pelo menos que seja público. O número seis mil milhões parece cravado nas nossas mentes. Foi esse o valor aproximado da dívida do grupo BPN e Espírito Santo e ao que parece ser o do grupo Mello. O incentivo à utilização de capital e reinvestimento de dividendos foi nulo, com o tratamento fiscal a privilegiar a utilização de dívida.
A possibilidade de dedução dos juros pagos aos resultados teve como consequência o pagamento de menos impostos, e funcionou como um incentivo à distribuição máxima de dividendos e a um elevado nível de alavancagem do tecido empresarial português. Os exemplos são inúmeros e tristes - BCP, BPI, Cimpor, EDP, PT, REN, são exemplos de empresas outrora promissoras da garantia da presença forte de grupos ou investidores nacionais e que hoje são detidas em grande parte por investidores estrangeiros. A partir do momento em que algumas empresas utilizaram o sector público para suportar a sua viabilidade económica, o futuro dessas mesmas empresas e dos portugueses ficou hipotecado.
Evitou-se a criação de uma comunidade de empresários com uma nova mentalidade, e espírito de inovador à custa da esperança que o regresso ao passado na reconstrução de grupos económicos centenários trouxesse milagres. A renovação e ruptura com hábitos incompatíveis com uma sociedade de direito era inevitável, no mundo da integração económica.
Falta saber de quem era a estratégia, se do Estado ou das empresas. É uma infeliz constatação que se espera não mais voltar a repetir. Ficámos com pouco, ou nada.
Um exemplo foi o que se passou na assembleia geral da PT, o desaparecimento de mais uma empresa. Pequenos investidores e funcionários revoltados com a falta de futuro de uma empresa outrora um ícon de Portugal. Chegou o momento de definir uma estratégia clara para a sociedade portuguesa e empresários num mundo onde a globalização apresenta inúmeras oportunidades, mas riscos avassaladores. Acabou-se a cultura da protecção e de garantia. Seremos uma cultura de risco e sem medo, apenas com cautelas.
Pedro Limo
00.05 h
Económico
Na última década os sucessivos governos elegeram como prioridade estratégica os centros de decisão nacionais. Esta estratégia populista visava criar grupos nacionais com negócios sólidos e que pudessem dar cartas a nível internacional.
Como utopia, visão não era má, mas em face da crescente globalização, dos interesses e da dependência que se instalou à volta do Estado, revelou-se desastrosa, e com elevados custos para os portugueses. A globalização e o amplo mercado da língua portuguesa eram fortes incentivos às empresas portuguesas ao nível do mercados a explorarcom toda a capacidade de inovação que os portugueses conseguem levar ao mundo. Ao mesmo tempo o risco ao nível da livre circulação de capitais foi substimado. O crescimento das empresas nacionais foi suportado por dívida, e pouco por capital. Esta fragilidade ficou patente quando o capital, agora livre, passou a ser utilizado como arma para adquirir livremente empresas por todo o mundo globalizado e na incapacidade dos grupos se protegerem de Operações Públicas de Aquisição (OPA) hostis.
Temos visto que vários grupos portugueses atingiram níveis de endividamento astronómico sem grande nível de preocupação, pelo menos que seja público. O número seis mil milhões parece cravado nas nossas mentes. Foi esse o valor aproximado da dívida do grupo BPN e Espírito Santo e ao que parece ser o do grupo Mello. O incentivo à utilização de capital e reinvestimento de dividendos foi nulo, com o tratamento fiscal a privilegiar a utilização de dívida.
A possibilidade de dedução dos juros pagos aos resultados teve como consequência o pagamento de menos impostos, e funcionou como um incentivo à distribuição máxima de dividendos e a um elevado nível de alavancagem do tecido empresarial português. Os exemplos são inúmeros e tristes - BCP, BPI, Cimpor, EDP, PT, REN, são exemplos de empresas outrora promissoras da garantia da presença forte de grupos ou investidores nacionais e que hoje são detidas em grande parte por investidores estrangeiros. A partir do momento em que algumas empresas utilizaram o sector público para suportar a sua viabilidade económica, o futuro dessas mesmas empresas e dos portugueses ficou hipotecado.
Evitou-se a criação de uma comunidade de empresários com uma nova mentalidade, e espírito de inovador à custa da esperança que o regresso ao passado na reconstrução de grupos económicos centenários trouxesse milagres. A renovação e ruptura com hábitos incompatíveis com uma sociedade de direito era inevitável, no mundo da integração económica.
Falta saber de quem era a estratégia, se do Estado ou das empresas. É uma infeliz constatação que se espera não mais voltar a repetir. Ficámos com pouco, ou nada.
Um exemplo foi o que se passou na assembleia geral da PT, o desaparecimento de mais uma empresa. Pequenos investidores e funcionários revoltados com a falta de futuro de uma empresa outrora um ícon de Portugal. Chegou o momento de definir uma estratégia clara para a sociedade portuguesa e empresários num mundo onde a globalização apresenta inúmeras oportunidades, mas riscos avassaladores. Acabou-se a cultura da protecção e de garantia. Seremos uma cultura de risco e sem medo, apenas com cautelas.
Pedro Limo
00.05 h
Económico
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