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Confiança e cautela
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Confiança e cautela
A taxa de desemprego diminuiu 2,5 pontos percentuais em termos homólogos no 2º trimestre de 2014, situando-se nos 13,9%. Segue assim a tendência de queda iniciada em 2013.
Não se trata apenas da redução da população activa (-0,9%), mas da criação líquida de 90 mil empregos, correspondendo a um aumento de 2% do número de pessoas empregadas.
Mais que apontar se houve uma redução da taxa de desemprego, há que determinar a evolução do mercado de trabalho. Aumentaram os empregos para pessoas com qualificações ao nível do ensino secundário (+8,2%) e superior (+16,8%) e diminuíram para pessoas empregadas com até o ensino básico. Ademais, a destruição de emprego ocorreu sobretudo no sector primário e na construção, com menos 100 mil empregos, e aumentou nas indústrias transformadoras (+41 mil empregos) e, particularmente, nos serviços intensivos em conhecimento (+131 mil empregos). Não foi devido ao boom do turismo, responsável por uma criação líquida de apenas 700 empregos.
Os contratos a tempo parcial diminuíram 1,72 p.p., para os 13,1%, e os contratos sem termo aumentaram uns modestos 0,37%, atingindo os 78,7% da população empregue por conta de outrem. Particularmente significativo, reduziu-se o subemprego de trabalhadores a tempo parcial (-5,4%).
O número de desempregados de longa duração (12 a 24 meses) decresceu 18,6%, ainda que a redução para durações superiores tenha sido modesta. A população inactiva diminuiu apesar da queda da taxa de actividade - talvez devido à emigração - e há menos inactivos disponíveis que não procuram emprego, os chamados desencorajados.
A taxa de desemprego entre os jovens baixou, particularmente entre aqueles com formação superior, perfazendo um ano de quedas superiores a 5 p.p. por trimestre, em termos homólogos.
Há duas dinâmicas a destacar: há mais emprego qualificado e mais pessoas qualificadas a trabalhar e há uma evolução muito positiva para os jovens, que vêem abrir espaço no mercado de trabalho. É possível que seja sobretudo devido às políticas activas de emprego promovidas pelo Governo, como os estágios emprego do IEFP, mas os resultados são positivos e isso deve ser valorizado.
Pode também ser devido à melhoria das expectativas: desde Maio de 2014 que o indicador de confiança dos serviços do INE se encontra no verde, o que não ocorria desde Junho de 2008. E os serviços são o sector actualmente mais dinâmico do mercado de trabalho.
Não há motivos para celebração: além das dinâmicas deve ter-se em atenção a persistência das variáveis: Portugal tem a 4º mais elevada taxa de desemprego da UE, cifrando-se em mais de 30% entre os jovens. Apesar da generalizada evolução positiva, a taxa de desemprego da zona euro mantém-se elevadíssima (11,5%), bem acima dos 6,2% dos EUA.
É necessária cautela na análise dos indicadores e não dar por terminada a tempestade. O desemprego continua em níveis socialmente catastróficos. Esperemos que a evolução se mantenha positiva.
Duarte Gonçalves
00.05 h
Económico
Não se trata apenas da redução da população activa (-0,9%), mas da criação líquida de 90 mil empregos, correspondendo a um aumento de 2% do número de pessoas empregadas.
Mais que apontar se houve uma redução da taxa de desemprego, há que determinar a evolução do mercado de trabalho. Aumentaram os empregos para pessoas com qualificações ao nível do ensino secundário (+8,2%) e superior (+16,8%) e diminuíram para pessoas empregadas com até o ensino básico. Ademais, a destruição de emprego ocorreu sobretudo no sector primário e na construção, com menos 100 mil empregos, e aumentou nas indústrias transformadoras (+41 mil empregos) e, particularmente, nos serviços intensivos em conhecimento (+131 mil empregos). Não foi devido ao boom do turismo, responsável por uma criação líquida de apenas 700 empregos.
Os contratos a tempo parcial diminuíram 1,72 p.p., para os 13,1%, e os contratos sem termo aumentaram uns modestos 0,37%, atingindo os 78,7% da população empregue por conta de outrem. Particularmente significativo, reduziu-se o subemprego de trabalhadores a tempo parcial (-5,4%).
O número de desempregados de longa duração (12 a 24 meses) decresceu 18,6%, ainda que a redução para durações superiores tenha sido modesta. A população inactiva diminuiu apesar da queda da taxa de actividade - talvez devido à emigração - e há menos inactivos disponíveis que não procuram emprego, os chamados desencorajados.
A taxa de desemprego entre os jovens baixou, particularmente entre aqueles com formação superior, perfazendo um ano de quedas superiores a 5 p.p. por trimestre, em termos homólogos.
Há duas dinâmicas a destacar: há mais emprego qualificado e mais pessoas qualificadas a trabalhar e há uma evolução muito positiva para os jovens, que vêem abrir espaço no mercado de trabalho. É possível que seja sobretudo devido às políticas activas de emprego promovidas pelo Governo, como os estágios emprego do IEFP, mas os resultados são positivos e isso deve ser valorizado.
Pode também ser devido à melhoria das expectativas: desde Maio de 2014 que o indicador de confiança dos serviços do INE se encontra no verde, o que não ocorria desde Junho de 2008. E os serviços são o sector actualmente mais dinâmico do mercado de trabalho.
Não há motivos para celebração: além das dinâmicas deve ter-se em atenção a persistência das variáveis: Portugal tem a 4º mais elevada taxa de desemprego da UE, cifrando-se em mais de 30% entre os jovens. Apesar da generalizada evolução positiva, a taxa de desemprego da zona euro mantém-se elevadíssima (11,5%), bem acima dos 6,2% dos EUA.
É necessária cautela na análise dos indicadores e não dar por terminada a tempestade. O desemprego continua em níveis socialmente catastróficos. Esperemos que a evolução se mantenha positiva.
Duarte Gonçalves
00.05 h
Económico
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