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O desafio de concretizar ideias simples
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O desafio de concretizar ideias simples
Num sistema frágil e sensível como é o da saúde, as mudanças repentinas são muitas vezes perigosas
A Fundação Calouste Gulbenkian apresentou na semana passada o relatório "Um Futuro para a Saúde - todos temos um papel a desempenhar", resultante de um trabalho de 18 meses desenvolvido por um grupo de peritos nacionais e internacionais na área da saúde.
Este relatório apela fundamentalmente para um novo pacto na saúde, em que todos (como plasmado no título) terão de estar envolvidos: o Governo, os profissionais de saúde, os professores, empresários, autarquias e, como não podia deixar de ser, o próprio cidadão. No seu enquadramento, e como pano de fundo para as suas conclusões e recomendações, reconhece que a tónica deve ser colocada crescentemente na promoção da saúde e na prevenção da doença. E que estes dois domínios (que estão relacionados entre si) não podem ser tratados simplesmente no e pelo sistema de saúde. Efectivamente, o cidadão interage com outras estruturas, desde a escola ao meio familiar, muito mais frequente e precocemente do que com as estruturas de saúde. E é nesses meios que define os seus comportamentos actuais e futuros, que terão inevitavelmente um impacto importante na pessoa em que se transformará - para o bem ou para o mal... da sua própria saúde.
As recomendações do relatório não apresentam, em si, grandes novidades. Aliás, como reconhecem os seus autores. Apresentam, acima de tudo, uma sistematização das melhores práticas que se têm observado a nível nacional e internacional. Soluções que já foram testadas e que são custo-efectivas. Ou seja, em que o custo da sua implementação se reverte num benefício ainda maior para a sociedade.
Mas a grande questão prende-se, verdadeiramente, com a implementação em si. Como é que um país tão profícuo na produção de bons documentos estratégicos passa do papel para os actos... e daí para cada pessoa concreta. Não fosse o sucesso reservado, não para quem tem as grandes ideias, mas para quem consegue implementar a ideia por mais simples que seja.
O que transparece do relatório apresentado é que a chave para a implementação é uma liderança eficaz. Alguém que tenha uma imagem clara do que se pretende, dos recursos de que se dispõe, e capaz de se rodear por quem o ajude a alcançar o seu desígnio. Pessoas que percebam o conceito de liderança 360º. Que procura em cada um de nós o reconhecimento de que, na sua tarefa, e independentemente do lugar que ocupa numa organização ou projecto, pode e deve ser líder.
Outro conceito que deve ser abraçado é o das mudanças incrementais. Num sistema frágil e sensível como é o da saúde, mudanças repentinas são muitas vezes perigosas. Não pelo impacto que podem ter directamente na saúde do indivíduo, mas pela posição de defesa que suscitam nos profissionais de saúde e no cidadão. Na saúde, será através de pequenas mudanças incrementais que possivelmente poderemos atingir uma verdadeira mudança transformacional, com alterações importantes ao nível dos processos de gestão e organização funcional do sistema. Porque, penso que não subsistirão quaisquer dúvidas, as mudanças são necessárias. E, tem de se começar por algum lado!
Precisamos, portanto, de líderes fortes e colaboradores convictos. Que não se deixem abalar às primeiras resistências. Porque serão muitas. Afinal, o status quo parece continuar a ser mais seguro do que a incógnita do amanhã.
Diz-se que o ser humano só muda quando continuar a fazer a mesma coisa se torna mais desconfortável do que mudar para uma nova forma de fazer as coisas. Será que já estamos, neste momento, desconfortáveis o suficiente? Ou ficamos assim muito bem?
Farmacêutica.
Escreve à quinta-feira
Por Ema Paulino
publicado em 2 Out 2014 - 05:00
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