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De top-down para bottom-up ou a Revolução dos Ecossistemas
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De top-down para bottom-up ou a Revolução dos Ecossistemas
Quando nos deparamos com uma combinação de partes reunidas para concorrerem para um resultado, ou com um conjunto de partes coordenadas entre si, poderemos dizer que estamos na presença de um sistema. Mas sempre que existir a criação e o desenvolvimento de relações de qualidade entre as entidades constitutivas de um sistema, valorizando-se dessa forma o desenvolvimento simbiótico e logo sustentável, estaremos a falar de um ecossistema.
Se, por um lado, ao vivermos cada vez mais num ambiente socioeconómico global e sistémico totalmente interdependente precisamos de garantir que existe a criação e o desenvolvimento de consciência sistémica por cada uma das suas entidades constitutivas, de forma a preservar a sustentabilidade do todo, por outro lado, o próprio crescimento dessa mesma consciência sistémica envolve e exige o desenvolvimento de uma nova estrutura institucional, não de orientação top-down, mas sim de orientação bottom-up.
Senão vejamos, que a criação e o desenvolvimento de consciência sistémica passa necessariamente por três princípios de elementar simplicidade: um primeiro, que nos convida a entender que numa realidade global e sistémica nenhuma entidade é uma ilha isolada, logo a compreensão do ecossistema é fundamental para avaliar os impactos das externalidades das potenciais iniciativas de uma determinada entidade; um segundo, que a criação e o desenvolvimento de relações de qualidade com as entidades circundantes - de forma a melhor compreender o meio ambiente - é uma condição primária para a evolução e para a sustentabilidade do ecossistema; e por fim, um terceiro princípio, que aponta para a necessária avaliação dos impactos de todas as iniciativas de uma determinada entidade, de forma a apenas lançar aquelas que aportam valor positivo para o ecossistema como um todo, e que, seguindo estes princípios, que poderão ser designados por princípios da consciência sistémica, as entidades constitutivas de uma determinado ecossistema deixam de ser compatíveis com uma estrutura de governo, consubstanciada em instituições de cariz vertical e orientação top-down e passam a exigir uma estrutura de serviço, de cariz colaborativo e orientação bottom-up.
Por outras palavras, através da criação e do desenvolvimento de consciência sistémica capacita-se a entidade para o exercício da sua liberdade de forma responsável em relação ao meio ou ecossistema circundante, deixando esta de ser compatível com uma estrutura hierárquica de governo, passando a exigir das instituições uma prática de serviço. A resposta passa agora por inverter a habitual pirâmide governativa, transformando-a numa estrutura de suporte e de serviço aos interesses e vontades das entidades conscientes, agrupadas em ecossistemas multissetoriais e polifuncionais, que promovem a total transparência face às suas dimensões internas e externas, e consubstanciam o seu modelo de decisão na unidade, na harmonia e na democracia participativa e responsável.
É claro, que as necessidades de especialização e de escala levantam desafios de eficiência e de eficácia, nomeadamente na harmonização desta perspetiva de orientação bottom-up com as desejáveis integrações macro de serviços não compatíveis com ecossistemas de dimensão média ou reduzida. Mas sendo que e mais uma vez, uma nova agregação - não agora de entidades mas sim de sistemas - poderá vir a assegurar a manutenção da orientação subjacente a um modelo bottom-up, com base na consciencialização da entidade.
Por fim, na determinação de quais as oportunidades de desenvolvimento sustentável numa determinada região, o ecossistema é agora mais do que o interlocutor privilegiado na determinação de políticas sociais, económicas ou financeiras, é o próprio motor de criação e de desenvolvimento dessas mesmas políticas, sendo que a estrutura institucional se deverá apresentar ao seu serviço e ao seu suporte de forma atenta e colaborativa. A todo este movimento de consciência, de transição e de libertação poderemos dar o nome de “Revolução dos Ecossistemas”, acreditando ser esta a possível base da reconstrução - saudável e sustentável - de uma realidade social, económica e financeira tão maltratada nestes últimos anos, por todo o mundo ocidental e ocidentalizado.
JOÃO GIL PEDREIRA, PARTNER DA BRIDGES ADVISORS
2014/10/03 00H15
OJE.pt
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