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A praga dos sub-chefes
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A praga dos sub-chefes
Pior do que um mau líder, só mesmo um mau chefe que ainda não percebeu que de chefe não tem nadinha
Dois ministros deste governo já se deveriam ter demitido. Como diz o sociólogo António Barreto, na entrevista que poderá ler, sábado, nas páginas do Dinheiro Vivo e ouvir, no mesmo dia, na TSF (após o noticiário das 13h00), o que se tem passado na Educação e na Justiça já é do domínio do "psicadélico".
Mas pedir a saída de Nuno Crato e de Paula Teixeira da Cruz é, apenas, o mais fácil. A substituição destes dois governantes não seria garantia do fim do drama que se instalou em duas áreas tão importantes das nossas vidas. Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz são (ou não) os líderes e, por isso, os responsáveis pelo caos que afeta escolas e tribunais, mas o mero afastamento destes dois ministros não seria uma solução milagrosa.
Os ministérios da Educação e da Justiça vivem, como todo o país, aliás, atolado em chefes intermédios, sub-chefes e chefes-adjuntos. Todos eles chefes, claro. Estes dois ministros, responsáveis por máquinas tão pesadas, estão nas mãos dos serviços, e, por força da empreitada que lideram, dependem dos serviços. Ora, é fácil de concluir que a incompetência e irresponsabilidade não foi exclusivamente de Crato e de Paula Teixeira da Cruz.
Tão ou mais importante do que substituir líderes incompetentes - num governo, ou numa empresa - é localizar os outros chefes - e há tantos por aí - que não fizeram bem o seu trabalho, seja por incompetência, irresponsabilidade, ou, como acontece tantas vezes, por estratégia pessoal. Quem nunca sofreu na pele o peso das chefias intermédias, que em vez de aproximar gestores e trabalhadores, funcionam como forças de bloqueio? Era Tom Peters, o guru da gestão, que dizia ser impossível admitir que as chefias intermédias tornassem mais lentas as organizações. Uma verdade ainda maior, quando estão em causa situações de conflito, ou de mudança.
Um governo, ou uma empresa funciona tanto melhor quanto mais competentes e saudáveis forem as chefias intermédias, que além da execução de outras tarefas, têm, em muitos casos, a responsabilidade da comunicação - interna e externa -, bem como a gestão de pessoas e relações humanas.
Por isso, se existirem imperativos políticos, para não lhes chamar outra coisa, que pouparão aqueles dois, ao menos que os mesmos dois comecem, de uma vez por todas, por fazer o que deve ser feito. Vasculhem todos os processos, cada fase, detetem falhas, erros e, mais importante, substituam os intermédios, que de chefes não têm nada. Pode parecer injusto que só alguns, quase sempre os mesmos, sejam sacrificados, mas pior do que um mau líder, só mesmo um mau chefe que ainda não percebeu que de chefe não tem nadinha.
Por Sílvia de Oliveira
09/10/2014 | 00:00 | Dinheiro Vivo
Dois ministros deste governo já se deveriam ter demitido. Como diz o sociólogo António Barreto, na entrevista que poderá ler, sábado, nas páginas do Dinheiro Vivo e ouvir, no mesmo dia, na TSF (após o noticiário das 13h00), o que se tem passado na Educação e na Justiça já é do domínio do "psicadélico".
Mas pedir a saída de Nuno Crato e de Paula Teixeira da Cruz é, apenas, o mais fácil. A substituição destes dois governantes não seria garantia do fim do drama que se instalou em duas áreas tão importantes das nossas vidas. Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz são (ou não) os líderes e, por isso, os responsáveis pelo caos que afeta escolas e tribunais, mas o mero afastamento destes dois ministros não seria uma solução milagrosa.
Os ministérios da Educação e da Justiça vivem, como todo o país, aliás, atolado em chefes intermédios, sub-chefes e chefes-adjuntos. Todos eles chefes, claro. Estes dois ministros, responsáveis por máquinas tão pesadas, estão nas mãos dos serviços, e, por força da empreitada que lideram, dependem dos serviços. Ora, é fácil de concluir que a incompetência e irresponsabilidade não foi exclusivamente de Crato e de Paula Teixeira da Cruz.
Tão ou mais importante do que substituir líderes incompetentes - num governo, ou numa empresa - é localizar os outros chefes - e há tantos por aí - que não fizeram bem o seu trabalho, seja por incompetência, irresponsabilidade, ou, como acontece tantas vezes, por estratégia pessoal. Quem nunca sofreu na pele o peso das chefias intermédias, que em vez de aproximar gestores e trabalhadores, funcionam como forças de bloqueio? Era Tom Peters, o guru da gestão, que dizia ser impossível admitir que as chefias intermédias tornassem mais lentas as organizações. Uma verdade ainda maior, quando estão em causa situações de conflito, ou de mudança.
Um governo, ou uma empresa funciona tanto melhor quanto mais competentes e saudáveis forem as chefias intermédias, que além da execução de outras tarefas, têm, em muitos casos, a responsabilidade da comunicação - interna e externa -, bem como a gestão de pessoas e relações humanas.
Por isso, se existirem imperativos políticos, para não lhes chamar outra coisa, que pouparão aqueles dois, ao menos que os mesmos dois comecem, de uma vez por todas, por fazer o que deve ser feito. Vasculhem todos os processos, cada fase, detetem falhas, erros e, mais importante, substituam os intermédios, que de chefes não têm nada. Pode parecer injusto que só alguns, quase sempre os mesmos, sejam sacrificados, mas pior do que um mau líder, só mesmo um mau chefe que ainda não percebeu que de chefe não tem nadinha.
Por Sílvia de Oliveira
09/10/2014 | 00:00 | Dinheiro Vivo
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