O investidor informado

Não é que estas alternativas não existam. Existem. Mas são menos evidentes para os investidores, habituados a um espectro de ativos mais tradicional onde não se contemplam as alternativas mais vanguardistas.

Para os investidores menos proativos na pesquisa de instrumentos financeiros podem escapar oportunidades que no atual cenário de mercado sejam interessantes. Pois existem alternativas que, cumprindo com as premissas dos seus perfis de investimento, ou seja, que proporcionam a liquidez adequada, tenham um horizonte temporal de investimento alinhado com o objetivo do investidor e um nível de risco esperado que não exceda nem seja demasiado conservador para o conforto do investidor; podem adicionar valor às suas carteiras de investimentos.

Nesse sentido, é importante ter acesso à quantidade adequada de informação, que seja fiável, transparente e acessível, para que as análises conduzidas e as alternativas encontradas permitam incrementar os retornos das carteiras de investimento, mantendo o risco controlado e dentro dos padrões habituais.

Com efeito, encontrar o investimento ideal vai para além de uma análise do instrumento financeiro em si. Exemplo: o melhor fundo de investimento para determinada categoria pode não ser aquele que melhor se ajusta às necessidades de um investidor em particular; outro fundo, embora não esteja no topo das métricas de risco/retorno e não seja superior à concorrência nas práticas de gestão – uma análise que é, per si, subjetiva – pode identificar-se melhor com os objetivos desse mesmo investidor.

Assim, os investidores devem ter acesso, de forma prática, a um conjunto de informação completa e concisa, com critérios de qualidade elevados, para poder tomar as melhores decisões e em simultâneo encontrar as alternativas necessárias e adequadas ao seu perfil e à conjuntura de mercado vigente.

Nos dias de hoje, devido ao problema bicéfalo supra mencionado, este objetivo e ambição assumem um papel ainda mais relevante, pois a pesquisa por retorno (search for yield) assim o obriga: os investidores têm de ter, a cada momento, a capacidade para escolher e compor os seus investimentos de forma informada e coesa.


Um investidor informado precisa de acesso à melhor informação e tem, também, de estar disposto a procurar as melhores alternativas para os seus investimentos, saindo, por vezes, da sua zona de conforto. Mas isto não implica um “salto de fé”. Muito pelo contrário, implica maior profundidade de análise de informação – com qualidade e completa – e maior segurança das decisões tomadas.

DUARTE MALAGUERRA NUNES, DIREÇÃO DE INVESTIMENTOS DO BANCO BEST 
2014/10/16 00H30
OJE.pt