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Nacionalismo económico
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Nacionalismo económico
O PS está-se a iniciar no caminho trilhado já pelo PCP do apelo primário ao nacionalismo.
Primário porque irracional, como se gostar de Portugal fosse pretexto para escolher mal. Pior: como se o amor a Portugal fosse pretexto para dar, aos decisores políticos, carta branca para decidir da pior forma possível.
Não é a primeira vez que tal sucede. O Estado Novo foi construído nessa premissa. É interessante reparar como, à medida que o actual regime se vai embrulhando em problemas cada vez mais complexos, a tentação do nacionalismo, nomeadamente de cariz económico, sobe de tom.
Não há português que não goste de Portugal. Mas gostar de um país, não é o mesmo que destruí-lo à conta da irracionalidade. Não será, certamente, confundi-lo com uma classe política que mistura o governo do Estado com o rumo de Portugal. Que não distingue limites na sua função enquanto agentes políticos que visam alcançar o poder.
Gostar de um país é sentirmo-nos em casa nele. É a ligação instantânea, próxima e imediata que cada um de nós sente uns pelos outros apesar de não nos conhecermos e, o mais provável, nunca nos cruzarmos nesta vida. É algo que permite que um Estado de Direito, e a lei que dele emana, seja por todos aceite; seja por todos recebida como um ganho e não uma perda de liberdade.
No entanto, aquilo a que a esquerda se está alicerçar, e que temo o PS venha a abraçar, não é este sentimento salutar. É antes algo que alimenta a desconfiança perante o exterior, entende independência como isolacionismo e separação. Vê na troca de experiências, não um ganho, mas um prejuízo. Um dano não só para a sua ideologia e dogmas político-económicos, mas para o país, cujo destino poucos separam das suas crenças particulares.
Foi o nacionalismo económico que publicamente justificou a oposição política de Sócrates à OPA, que Belmiro de Azevedo lançou em 2006, contra a PT, e que prejudicou seriamente aquela empresa, sem falar nos consumidores. Foi esse nacionalismo que cegou o país para a utilização política que se fez de uma empresa que, não devendo ter outro papel que a satisfação dos seus clientes, se destruiu ao aceitar que a política se sobrepusesse à economia.
Porque é disto que se trata: de política e de economia. De dirigismo central versus decisões individuais tomadas em liberdade. De seguidismo e inteligência. Os episódios do BES e da PT, a instrumentalização que o primeiro fez do poder político por falta de credenciais económicas, possível por inexistência de um mercado livre, é um alerta. Mas será também um teste. Um teste à nossa capacidade enquanto povo, pessoas que partilham o mesmo espaço cultural, de resistir à confusão populista que é o nacionalismo, de aprender com o passado e não cometer os mesmos erros no futuro.
André Abrantes Amaral
00.05 h
Económico
Primário porque irracional, como se gostar de Portugal fosse pretexto para escolher mal. Pior: como se o amor a Portugal fosse pretexto para dar, aos decisores políticos, carta branca para decidir da pior forma possível.
Não é a primeira vez que tal sucede. O Estado Novo foi construído nessa premissa. É interessante reparar como, à medida que o actual regime se vai embrulhando em problemas cada vez mais complexos, a tentação do nacionalismo, nomeadamente de cariz económico, sobe de tom.
Não há português que não goste de Portugal. Mas gostar de um país, não é o mesmo que destruí-lo à conta da irracionalidade. Não será, certamente, confundi-lo com uma classe política que mistura o governo do Estado com o rumo de Portugal. Que não distingue limites na sua função enquanto agentes políticos que visam alcançar o poder.
Gostar de um país é sentirmo-nos em casa nele. É a ligação instantânea, próxima e imediata que cada um de nós sente uns pelos outros apesar de não nos conhecermos e, o mais provável, nunca nos cruzarmos nesta vida. É algo que permite que um Estado de Direito, e a lei que dele emana, seja por todos aceite; seja por todos recebida como um ganho e não uma perda de liberdade.
No entanto, aquilo a que a esquerda se está alicerçar, e que temo o PS venha a abraçar, não é este sentimento salutar. É antes algo que alimenta a desconfiança perante o exterior, entende independência como isolacionismo e separação. Vê na troca de experiências, não um ganho, mas um prejuízo. Um dano não só para a sua ideologia e dogmas político-económicos, mas para o país, cujo destino poucos separam das suas crenças particulares.
Foi o nacionalismo económico que publicamente justificou a oposição política de Sócrates à OPA, que Belmiro de Azevedo lançou em 2006, contra a PT, e que prejudicou seriamente aquela empresa, sem falar nos consumidores. Foi esse nacionalismo que cegou o país para a utilização política que se fez de uma empresa que, não devendo ter outro papel que a satisfação dos seus clientes, se destruiu ao aceitar que a política se sobrepusesse à economia.
Porque é disto que se trata: de política e de economia. De dirigismo central versus decisões individuais tomadas em liberdade. De seguidismo e inteligência. Os episódios do BES e da PT, a instrumentalização que o primeiro fez do poder político por falta de credenciais económicas, possível por inexistência de um mercado livre, é um alerta. Mas será também um teste. Um teste à nossa capacidade enquanto povo, pessoas que partilham o mesmo espaço cultural, de resistir à confusão populista que é o nacionalismo, de aprender com o passado e não cometer os mesmos erros no futuro.
André Abrantes Amaral
00.05 h
Económico
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