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Redução do preço dos combustíveis é péssima notícia!
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Redução do preço dos combustíveis é péssima notícia!
Há muito tempo que o preço do petróleo nos mercados internacionais é um barómetro bastante fiável da situação política mundial e das suas perspectivas económicas. Apesar de o preço ser estabelecido por políticos, sempre obedeceu à mais elementar teoria económica que uma queda no preço estimula e aumenta a procura. Até agora.
A economia mundial continua a estar fortemente dependente de combustíveis fósseis, não renováveis, como é o caso do petróleo e seus derivados. Da mesma forma, a situação política mundial desde a 2ª Guerra Mundial continua a estar muito dependente do equilíbrio geo-estratégico sempre difícil entre países consumidores e países produtores de petróleo. Entre o Ocidente e o Médio Oriente. Entre Americanos/Europeus e Árabes.
Para isso contribui significativamente o facto de as maiores empresas petrolíferas mundiais serem Americanas e Europeias, enquanto os maiores produtores mundiais de petróleo são a Arábia Saudita, o Irão, o Iraque, o Kuwait e a Venezuela, fundadores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo ("OPEP").
Todas as 5 crises petrolíferas foram causadas por aumentos significativos do preço do petróleo por parte da OPEP, liderada pela Arábia Saudita, com objectivos mais ou menos políticos (assumir o controlo da produção, aumentar a influência/pressão dos países produtores nas relações mundiais e reforçar o poder sobre as petrolíferas e os seus países de origem) e com racional mais ou menos económico (gestão da relação entre oferta e procura com o maior lucro possível). Mas isto é história.
A recente quebra de 25% do preço do petróleo em menos de 3 meses é anormal e preocupante.
Num mercado político como o petrolífero, muitos acreditam que alguém, nalgum lugar, terá tomado a decisão política de reduzir o preço do petróleo. A teoria da conspiração mais popular defende que foram os Estados Unidos da América que, em conjunto com a Arábia Saudita, decidiram forçar a diminuição de ganhos aos seus maiores adversários Rússia e Irão, para forçá-los a negociarem sobre a invasão da Ucrânia e as ambições nucleares do Irão, respectivamente.
Embora esta teoria seja bastante plausível, a verdade é que a situação económica mundial de estagnação tem criado um declínio na procura e um consequente excesso de oferta, resultando numa redução de preços. Mas isto é elementar teoria económica.
Mas se a história prova que a OPEP sempre dominou e instrumentalizou a regra da oferta e da procura para manipular o preço, porque não o faz agora também?
O risco para a indústria petrolífera e para os países dependentes das receitas da produção de petróleo é que a Arábia Saudita tenha perdido o controlo do mercado. Se os preços continuarem a descer, as consequências negativas podem gerar (ainda!) mais instabilidade no Médio Oriente e pôr em causa a produção futura, através da redução de manutenção e de investimentos.
Ao contrário do que aconteceu no passado, a redução de preços nos últimos 3 meses não foi acompanhado por uma redução da produção, numa tentativa descontrolada de manter as receitas através de maior volume de vendas. O que leva a maior redução de preços.
A incapacidade ou indisponibilidade da Arábia Saudita e dos países membros da OPEP cortarem a produção para segurar o preço do petróleo, como sempre fizeram no passado, é preocupante e muito perigosa.
Com a instabilidade regional nos países árabes ao rubro, a extrema necessidade e dependência das receitas do petróleo para sustentar o estilo de vida árabe e a sua fraca coesão social é uma péssima notícia e um factor de instabilidade mundial. E sinal que o mundo mudou.
Paulo Barradas |
7:00 Terça feira, 21 de outubro de 2014
Expresso
A economia mundial continua a estar fortemente dependente de combustíveis fósseis, não renováveis, como é o caso do petróleo e seus derivados. Da mesma forma, a situação política mundial desde a 2ª Guerra Mundial continua a estar muito dependente do equilíbrio geo-estratégico sempre difícil entre países consumidores e países produtores de petróleo. Entre o Ocidente e o Médio Oriente. Entre Americanos/Europeus e Árabes.
Para isso contribui significativamente o facto de as maiores empresas petrolíferas mundiais serem Americanas e Europeias, enquanto os maiores produtores mundiais de petróleo são a Arábia Saudita, o Irão, o Iraque, o Kuwait e a Venezuela, fundadores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo ("OPEP").
Todas as 5 crises petrolíferas foram causadas por aumentos significativos do preço do petróleo por parte da OPEP, liderada pela Arábia Saudita, com objectivos mais ou menos políticos (assumir o controlo da produção, aumentar a influência/pressão dos países produtores nas relações mundiais e reforçar o poder sobre as petrolíferas e os seus países de origem) e com racional mais ou menos económico (gestão da relação entre oferta e procura com o maior lucro possível). Mas isto é história.
A recente quebra de 25% do preço do petróleo em menos de 3 meses é anormal e preocupante.
Num mercado político como o petrolífero, muitos acreditam que alguém, nalgum lugar, terá tomado a decisão política de reduzir o preço do petróleo. A teoria da conspiração mais popular defende que foram os Estados Unidos da América que, em conjunto com a Arábia Saudita, decidiram forçar a diminuição de ganhos aos seus maiores adversários Rússia e Irão, para forçá-los a negociarem sobre a invasão da Ucrânia e as ambições nucleares do Irão, respectivamente.
Embora esta teoria seja bastante plausível, a verdade é que a situação económica mundial de estagnação tem criado um declínio na procura e um consequente excesso de oferta, resultando numa redução de preços. Mas isto é elementar teoria económica.
Mas se a história prova que a OPEP sempre dominou e instrumentalizou a regra da oferta e da procura para manipular o preço, porque não o faz agora também?
O risco para a indústria petrolífera e para os países dependentes das receitas da produção de petróleo é que a Arábia Saudita tenha perdido o controlo do mercado. Se os preços continuarem a descer, as consequências negativas podem gerar (ainda!) mais instabilidade no Médio Oriente e pôr em causa a produção futura, através da redução de manutenção e de investimentos.
Ao contrário do que aconteceu no passado, a redução de preços nos últimos 3 meses não foi acompanhado por uma redução da produção, numa tentativa descontrolada de manter as receitas através de maior volume de vendas. O que leva a maior redução de preços.
A incapacidade ou indisponibilidade da Arábia Saudita e dos países membros da OPEP cortarem a produção para segurar o preço do petróleo, como sempre fizeram no passado, é preocupante e muito perigosa.
Com a instabilidade regional nos países árabes ao rubro, a extrema necessidade e dependência das receitas do petróleo para sustentar o estilo de vida árabe e a sua fraca coesão social é uma péssima notícia e um factor de instabilidade mundial. E sinal que o mundo mudou.
Paulo Barradas |
7:00 Terça feira, 21 de outubro de 2014
Expresso
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