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O Centrão (PS-PSD) teima em ser igual
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O Centrão (PS-PSD) teima em ser igual
Muito bem: depois das criticas gerais, o PSD obrigou Passos Coelho a recuar, e foi retirada a Proposta de Lei que repunha as subvenções vitalícias dos políticos com mais de 2 mil euros de euros mensais de rendimentos actuais.
Mas a Proposta foi mesmo apresentada pelo PS e PSD (assinada por José Lello, do PS, e Couto dos Santos, do PSD). E, embora os seus primeiros subscritores possam pertencer à pior tralha dos 2 partidos, os jornalistas mais bem informados asseguraram que ela avançara com o aval dos seus mais altos dirigentes.
O próprio Vieira da Silva, do lado socialista, veio assegurar que não a inviabilizaria, apesar do desconforto manifestado por vários dos seus deputados (obrigados aqui, ao que parece, à disciplina de voto). E do lado do PSD, terá sido preciso os deputados oporem-se determinadamente à orientação do Executivo favorável à Proposta.
Aparentemente, a ideia era aprovar discretamente a coisa numa comissão parlamentar. Mas a Oposição veio para a rua clamar contra a iniciativa (que mais uma vez pretendia deixar os políticos à margem da crise actual), e o PCP exigiu mesmo a votação em Plenário. E o PSD lá desistiu.
Mas o que aqui nos fica, como drama, é ver que o PS, neste aspecto das mordomias politicas, não difere do PSD. A austeridade deve, segundo eles, afectar o mínimo possível os partidos, e os legisladores. É a tal ideia exclusivamente portuguesa (e muito populista) dos ‘custos da democracia’, que já faz com que Portugal seja o único Pais do Ocidente democrático em que um ministro (e até um secretario de Estado!) ganha mais do que um director-geral ou de Serviço ou chefe de Repartição da Função Pública. Se alguém está mal pago em Portugal, não são seguramente os políticos – ou se o forem também, têm muita gente à frente deles a necessitar de melhorias.
E deviam reparar nos países mais ricos do Norte, e com menos desemprego, e com mais regalias sociais, que usam as politicas salariais, fiscais e sociais para redistribuírem a riqueza – sem haver grandes liberalismos ou outros descontentamentos egoístas que o contestem muito. E sem os políticos terem mordomias (até os governantes andam nos transportes públicos).
Já nem falo do apoio do PS ao chefe dos serviços secretos, depois de estes terem andado metidos em todos os escândalos que sabemos.
Pedro d'Anunciação | 24/11/2014 13:32:45
SOL
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