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Tudo é igual a nada
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Tudo é igual a nada
Não duvido da capacidade política e da seriedade do nosso primeiro-ministro, mas olho com grande desconfiança para esta política que tudo dá, tudo muda, tudo revoga. Pode parecer que é a maravilhosa reinvenção do parlamentarismo ou o fantástico avanço conseguido com as concordâncias das esquerdas. A mim, começa-me a parecer que há demasiado sindicalismo e excessivo corporativismo que não foram mandatados pelo povo para influenciar a governação. No estado de graça em que está o governo pode parecer que tudo vai correr bem, mas basta olhar para o que se passa na Europa e no mundo, para o que o governo oferece e o dinheiro que tem e facilmente concluímos que o mais provável é que tudo volte a correr mal.
E a caminho de Belém vai alguém que participa na mais pobre campanha eleitoral de que há memória. Estão lá todos, são dez, mas o povo olha-os como se não estivesse lá ninguém, porque podemos pensar que a democracia se fortalece com tantos candidatos, mas sabemos que se assim fosse haveria uma grande participação no dia 24 de Janeiro e isso não vai acontecer. Prevendo que Marcelo Rebelo de Sousa será o próximo presidente, sabemos também que será chefe de Estado ao sabor das conveniências e das sondagens. E, se Marcelo falhar, houver uma segunda volta e ganhar Sampaio da Nóvoa, sabemos que estará preso à lógica do tempo novo, expressão que plagiou do discurso de posse de António Costa.
Dizem-nos que vivemos tempos novos, como se não fôssemos capazes de perceber que, nunca como agora, o que faz falta são tempos velhos. Tempos em que a democracia por toda a Europa se construía à volta de duas grandes famílias políticas, em que direita e esquerda se distinguiam muito bem, mas em que uma e outra procuravam não desiludir o povo que vota. O tempo em que socialismo, social-democracia ou democracia-cristã ofereciam confiança, porque se construía um Estado social que fazia sentido. Agora, a esquerda anda perdida nas esquerdas e a direita padece moribunda a um canto. Quando se olha para a maioria que temos e a campanha presidencial que vivemos, sabemos que nos podem prometer tudo porque eles já não acreditam em nada.
Não é pessimismo, é realismo e, por isso, insisto. Estamos perante a probabilidade de as coisas voltarem a correr mal e vamos colocar alguém no Palácio de Belém que, também com grande probabilidade, não terá grandes condições de nos ajudar a resolver os problemas, enquanto formos capazes de os resolver sozinhos. Nenhum sistema será melhor que o que impõe que o poder seja exercido em nome do povo e isso já acontece em Portugal, só falta garantir que é também no interesse do povo que esse poder é exercido. Não apenas em seu nome, mas em seu benefício.
17 DE JANEIRO DE 2016
00:00
Paulo Baldaia
Diário de Notícias
E a caminho de Belém vai alguém que participa na mais pobre campanha eleitoral de que há memória. Estão lá todos, são dez, mas o povo olha-os como se não estivesse lá ninguém, porque podemos pensar que a democracia se fortalece com tantos candidatos, mas sabemos que se assim fosse haveria uma grande participação no dia 24 de Janeiro e isso não vai acontecer. Prevendo que Marcelo Rebelo de Sousa será o próximo presidente, sabemos também que será chefe de Estado ao sabor das conveniências e das sondagens. E, se Marcelo falhar, houver uma segunda volta e ganhar Sampaio da Nóvoa, sabemos que estará preso à lógica do tempo novo, expressão que plagiou do discurso de posse de António Costa.
Dizem-nos que vivemos tempos novos, como se não fôssemos capazes de perceber que, nunca como agora, o que faz falta são tempos velhos. Tempos em que a democracia por toda a Europa se construía à volta de duas grandes famílias políticas, em que direita e esquerda se distinguiam muito bem, mas em que uma e outra procuravam não desiludir o povo que vota. O tempo em que socialismo, social-democracia ou democracia-cristã ofereciam confiança, porque se construía um Estado social que fazia sentido. Agora, a esquerda anda perdida nas esquerdas e a direita padece moribunda a um canto. Quando se olha para a maioria que temos e a campanha presidencial que vivemos, sabemos que nos podem prometer tudo porque eles já não acreditam em nada.
Não é pessimismo, é realismo e, por isso, insisto. Estamos perante a probabilidade de as coisas voltarem a correr mal e vamos colocar alguém no Palácio de Belém que, também com grande probabilidade, não terá grandes condições de nos ajudar a resolver os problemas, enquanto formos capazes de os resolver sozinhos. Nenhum sistema será melhor que o que impõe que o poder seja exercido em nome do povo e isso já acontece em Portugal, só falta garantir que é também no interesse do povo que esse poder é exercido. Não apenas em seu nome, mas em seu benefício.
17 DE JANEIRO DE 2016
00:00
Paulo Baldaia
Diário de Notícias
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