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O profissional
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O profissional
No tempo em que a política profissional é posta em causa como nunca, nunca nenhum meio de comunicação social colocou em evidência este aparente pecadilho
Pode um peixe viver fora da água muito tempo?
Não, sufoca.
Poderá o dr. Costa viver sem a política? Pode, mas não é o mesmo.
Desde sempre se tornou um verdadeiro profissional, um dependente, um militante disponível para seguir ou integrar as muitas direcções que presidiram aos destinos do Rato.
No tempo em que a política profissional é posta em causa como nunca, nunca nenhum meio de comunicação social colocou em evidência este aparente pecadilho.
Fizeram-se ataques pessoais a muitos, multiplicaram-se processos de intenção a outros, imaginaram-se insultos.
Sobre o dr. Costa, nem uma linha.
Regressa a máxima de Orwell: "Todos os políticos profissionais são iguais, mas há uns mais iguais que outros."
E nem a sua tradicional apetência para concorrer a várias autarquias, curiosamente, despertou a atenção. Pelo contrário, há muito pouco tempo, vários foram os condenados em público pelo facto de concorrerem a outras autarquias quando de alguma outra saíam. Foi tema nacional.
O dr. Costa, calmamente, esteve disponível para a câmara de Loures. Embora o eleitorado o não quisesse, animou a campanha com um singular evento. Ficará para a história, não o seu pensamento sobre Loures, mas a capacidade de criar um espectáculo, de inovar na política mediática.
A corrida ente o burro e o Ferrari foi o "must" do dr. Costa. Tanto tempo depois, nem o burro pode entrar em Lisboa, nem o condutor do Ferrari quererá ser burro em hora de ponta.
Esquecida Loures, pensou em Sintra. Desistiu, é certo.
Entretanto, procurou outro caminho no governo. Por três vezes, desde Guterres a Sócrates.
Nos media são inúmeros os exemplos dos comentários jocosos a quem se disponibiliza para ser ministro de várias pastas, ser ministro profissional.
Sobre o dr. Costa, nem um pio.
Foram os governos nos quais participou exemplo para o país? Não.
Um criou condições para o desperdício de dinheiros públicos, outro executou essa política de forma exemplar.
Em 2007 emigraram do país cerca de 90 mil pessoas. Em 2011, o desemprego atingiu uma taxa de 12,7%.
Para o dr. Costa, estes eram números dentro da normalidade. Os números de hoje são em tudo semelhantes, mesmo após a pesada crise, mas a opinião do dr. Costa é, hoje, outra.
À cautela, regressou ao mundo das autarquias. Escolheu Lisboa, desta feita. Com êxito.
Remeteu-se, desde então, à categoria de reserva da República. Mudo e quedo, assistiu ao desmoronar do país. Quedo e mudo contribuiu para o penar de António José Seguro.
Até que viu chegado o seu momento.
O dr. Costa passou de profissional da política a político profissional. Mudança substancial, dirão. E resolveu falar de tudo quanto serenamente calou durante anos.
Hoje condena tudo e todos, traça o cenário mais negro, proclama a sua estupefacção com as consequências da crise.
O dr. Costa apresentou-se aos portugueses como ungido para primeiro-ministro.
Durante muito tempo cultivou essa imagem, dando de barato que nada mais precisava fazer do que passear-se, sorrir, dar uma palavra de circunstância. Fê-lo mais recentemente no Carnaval de Torres Vedras, para atirar mais uma promessa fundamental para os portugueses.
Ao fim de todos estes meses passados, o PS não sai do sítio, não dispara nas intenções de voto, não salta. Só mesmo aos olhos do dr. Soares.
Ouvem-se sussurros de incomodidade dentro do Partido Socialista. Dão-se os portugueses conta de estar tudo na mesma.
E o dr. Costa começou a dar sinais de nervosismo.
São claras as incongruências do discurso a que se vê forçado. Tanto quer dizer que se atropela. Denuncia não terem sido abertos concursos para os fundos da União Europeia. Sabe-se depois que alguns, tendo como proponente a câmara de Lisboa, já tinham sido encerrados.
Disse ainda que Portugal devia ter executado o QREN até Dezembro de 2013, quando este só terminava em 2015. Tentou voltar ao tema, referindo que Portugal tem uma execução baixa dos fundos comunitários. Mais uma vez leu mal a tabela, talvez ao contrário, uma vez que Portugal, a par da Polónia, é um dos dois países que tem a melhor execução europeia.
São evidentes as suas debilidades, como resulta das sucessivas tomadas de posição sobre a Grécia. Sabe que, alinhando à esquerda, perde centro, e deslocando-se para o centro perde esquerda. Está na corda bamba.
Sendo seu interesse fixar-se no contraponto ao primeiro-ministro, decide atacar o ministro Maduro, aconselhando-o mesmo a sair de Lisboa para conhecer o país. Erro essencial. Alguém lhe veio dizer a Lisboa que esse ministro visitou mais de 100 municípios (sendo 48 destes territórios de baixa densidade) nos últimos meses e trabalha. Reagiu como presidente da câmara da capital ao um ministro que conhece como ninguém o interior.
Talvez não saiba, dr. Costa, que o ministro Poiares Maduro é de Mira, não é de Lisboa.
O povo não quer saber dos problemas existenciais do dr. Costa, da sua crise.
Esperavam muitos a manhã de nevoeiro. Ela aí está. Só que o dr. Costa não se chama Sebastião.
Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira
Por Nuno Encarnação
publicado em 20 Fev 2015 - 08:00
Jornal i
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