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É o que temos
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É o que temos
Não me interpretem mal. A conferência "Lisbon Summit 2015", da revista britânica "The Economist" em parceria com o "Diário Económico", pretendia ser um momento de reflexão em torno de questões centrais para Portugal.
E bastava isso para merecer todos os aplausos. Mas, sejamos claros, o lote de conferencistas convidados, salvo honrosas excepções, deixou muito a desejar e brindou-nos com uma série de intervenções absolutamente banais e pouco consistentes que em nada contribuíram para a qualidade da reflexão pretendida. Paciência. É o que há. Como diz o povo na sua imensa sabedoria "quem não tem cão caça com um gato"! Aqui, como por toda a europa, a ausência de políticos carismáticos deixa-nos à mercê de segundas e terceiras linhas e de uma certa forma de fazer política.
Quem não tem Margaret Thatcher, Helmut Kohl, François Mitterrand, Olof Palme, Felipe González, Mário Soares, Álvaro Cunhal ou Sá Carneiro, para citar apenas alguns exemplos, está condenado a enfrentar a crise com um banco de suplentes de qualidade muito duvidosa. O resultado está à vista. A União Europeia corre um risco sério de desagregação às mãos de Angela Merkel, François Hollande, David Cameron, Mariano Rajoy, Passos Coelho ou até de António Costa.
A conferência "Lisbon Summit 2015" teve o mérito de centrar o problema ao questionar o caminho que Portugal deve seguir para alcançar a prosperidade em 2030 e ao reconhecer que as decisões políticas tomadas hoje vão influenciar o futuro do País nos próximos 50 anos. Aliás, o mote da reflexão foi dado quando se questionou se Portugal devia destinar uma fatia relevante do investimento de forma a garantir um ambiente de sustentabilidade no futuro ou se devia apostar no investimento em projectos de infra estruturas. Por outro lado, sugeria-se também uma reflexão em torno dos parceiros económicos prioritários no futuro. Ou seja, importa perceber se Portugal deve continuar a dar prioridade às relações com os vizinhos europeus ou se deve apostar no relacionamento com as antigas colónias.
Trata-se, na verdade, de um conjunto de decisões, a par de outras igualmente relevantes, com que o País vai ter que lidar no curto prazo. No entanto, considerando o elevado grau de incerteza e instabilidade dos tempos que vivemos, perspectivar uma meta a atingir em 2030 é, nesta altura, um mero exercício de adivinhação. Principalmente, num País que está habituado a visões de curto prazo e a negligenciar o pensamento estratégico e o compromisso como alicerces de políticas estruturantes e duradouras.
Basta ver o que se tem passado com a Educação que, de paixão em paixão, tem sido relegada para o enorme baú das decisões conjunturais, efémeras e inconsistentes. Um País assim não augura nada de bom no próximo ano, quanto mais em 2030.
Fausto Coutinho
00.05 h
Económico
E bastava isso para merecer todos os aplausos. Mas, sejamos claros, o lote de conferencistas convidados, salvo honrosas excepções, deixou muito a desejar e brindou-nos com uma série de intervenções absolutamente banais e pouco consistentes que em nada contribuíram para a qualidade da reflexão pretendida. Paciência. É o que há. Como diz o povo na sua imensa sabedoria "quem não tem cão caça com um gato"! Aqui, como por toda a europa, a ausência de políticos carismáticos deixa-nos à mercê de segundas e terceiras linhas e de uma certa forma de fazer política.
Quem não tem Margaret Thatcher, Helmut Kohl, François Mitterrand, Olof Palme, Felipe González, Mário Soares, Álvaro Cunhal ou Sá Carneiro, para citar apenas alguns exemplos, está condenado a enfrentar a crise com um banco de suplentes de qualidade muito duvidosa. O resultado está à vista. A União Europeia corre um risco sério de desagregação às mãos de Angela Merkel, François Hollande, David Cameron, Mariano Rajoy, Passos Coelho ou até de António Costa.
A conferência "Lisbon Summit 2015" teve o mérito de centrar o problema ao questionar o caminho que Portugal deve seguir para alcançar a prosperidade em 2030 e ao reconhecer que as decisões políticas tomadas hoje vão influenciar o futuro do País nos próximos 50 anos. Aliás, o mote da reflexão foi dado quando se questionou se Portugal devia destinar uma fatia relevante do investimento de forma a garantir um ambiente de sustentabilidade no futuro ou se devia apostar no investimento em projectos de infra estruturas. Por outro lado, sugeria-se também uma reflexão em torno dos parceiros económicos prioritários no futuro. Ou seja, importa perceber se Portugal deve continuar a dar prioridade às relações com os vizinhos europeus ou se deve apostar no relacionamento com as antigas colónias.
Trata-se, na verdade, de um conjunto de decisões, a par de outras igualmente relevantes, com que o País vai ter que lidar no curto prazo. No entanto, considerando o elevado grau de incerteza e instabilidade dos tempos que vivemos, perspectivar uma meta a atingir em 2030 é, nesta altura, um mero exercício de adivinhação. Principalmente, num País que está habituado a visões de curto prazo e a negligenciar o pensamento estratégico e o compromisso como alicerces de políticas estruturantes e duradouras.
Basta ver o que se tem passado com a Educação que, de paixão em paixão, tem sido relegada para o enorme baú das decisões conjunturais, efémeras e inconsistentes. Um País assim não augura nada de bom no próximo ano, quanto mais em 2030.
Fausto Coutinho
00.05 h
Económico
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