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Energia
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Energia
Se há preocupação que deve nortear a política a adoptar no sector da energia é a da conciliação dos recursos disponíveis com o objectivo da maximização da Função Bem -Estar Social, tendo-se presente que não faz sentido enveredar por análises fundamentalistas, antes se procurando estar consciente de que vivemos numa pequena economia aberta, com todas as limitações daí decorrentes.
Ninguém põe em causa que as energias renováveis deverão desempenhar um importante papel numa estratégia desenvolvimentista da economia portuguesa, sendo, todavia, certo que não faz sentido que se omita a questão da intermitência ou as distorções provocadas pelas rendas excessivas.É, também, sabido que se apresentaria vantajoso para a economia nacional (e para a economia europeia) reduzir a dependência excessiva dos combustíveis fósseis. Mas, não faz sentido ignorar a relevância do ‘ shale gas', bem como os progressos tecnológicos alcançados pelos americanos no que respeita à extracção de petróleo, com inegáveis efeitos positivos nos custos de produção.
Importa, por outro lado, reconhecer que se têm registado avanços nas condições de comercialização do carro eléctrico, procurando-se diminuir a dependência do sector dos transportes dos combustíveis fósseis. Contudo, será irresponsável não reconhecer que a indústria automóvel convencional tem conseguido importantes progressos, designadamente, em termos de consumo de combustível, não sendo, ainda, os carros eléctricos verdadeiramente competitivos. É, ainda, sabido que, em Portugal, se fez uma opção inteligente quando se procurou diversificar as nossas " dependências energéticas", recorrendo-se ao gás natural argelino e assegurando-se, simultaneamente, ao Porto de Sines condições de abastecimento (o que, aliás, não sucede com outros países europeus). Todavia, importa reconhecer que o gás natural apresenta uma evolução de preços "ligada" aos preços do petróleo, não apresentando, por conseguinte, as mesmas características que os bens substituíveis, o que não deixa de ter algumas implicações negativas.É, finalmente, sabido que as centrais nucleares apresentam riscos, sendo, ainda, de realçar que obrigam a avultados investimentos iniciais.Mas, manda a verdade reconhecer que as centrais de quarta geração apresentam melhores condições de segurança e que o custo da energia nuclear tende a ser inferior ao que resulta da utilização de combustíveis fósseis ou das próprias energias renováveis.
Sintetizando, as soluções a adoptar dependerão sempre dos recursos disponíveis, da situação geoestratégica e, por conseguinte, das características particularizantes de cada país. Sem fundamentalismos esterilizantes como os que levam a considerar que o reconhecimento de limitações às energias renováveis é a confissão de subserviência às grandes petrolíferas ou que a admissibilidade de se considerar interessante aprofundar o estudo das centrais nucleares de quarta geração corresponde a uma declaração de guerra às renováveis.As posições redutoras dos que gostam de reconduzir o campo das opções ao preto e branco devem ser substituídas por um estudo aprofundado das alternativas existentes para o nosso país, pensando-se nas parcerias estratégicas mais adequadas ao nosso modelo de desenvolvimento, no quadro de um Plano Plurianual de Desenvolvimento a aprovar futuramente.
A objectividade e a seriedade devem substituir a "cegueira fundamentalista" e os interesses " clientelares". Só assim será, genuinamente, possível pugnar pelo interesse nacional. Nem mais, nem menos...
António Rebelo de Sousa
00.05 h
Económico
Ninguém põe em causa que as energias renováveis deverão desempenhar um importante papel numa estratégia desenvolvimentista da economia portuguesa, sendo, todavia, certo que não faz sentido que se omita a questão da intermitência ou as distorções provocadas pelas rendas excessivas.É, também, sabido que se apresentaria vantajoso para a economia nacional (e para a economia europeia) reduzir a dependência excessiva dos combustíveis fósseis. Mas, não faz sentido ignorar a relevância do ‘ shale gas', bem como os progressos tecnológicos alcançados pelos americanos no que respeita à extracção de petróleo, com inegáveis efeitos positivos nos custos de produção.
Importa, por outro lado, reconhecer que se têm registado avanços nas condições de comercialização do carro eléctrico, procurando-se diminuir a dependência do sector dos transportes dos combustíveis fósseis. Contudo, será irresponsável não reconhecer que a indústria automóvel convencional tem conseguido importantes progressos, designadamente, em termos de consumo de combustível, não sendo, ainda, os carros eléctricos verdadeiramente competitivos. É, ainda, sabido que, em Portugal, se fez uma opção inteligente quando se procurou diversificar as nossas " dependências energéticas", recorrendo-se ao gás natural argelino e assegurando-se, simultaneamente, ao Porto de Sines condições de abastecimento (o que, aliás, não sucede com outros países europeus). Todavia, importa reconhecer que o gás natural apresenta uma evolução de preços "ligada" aos preços do petróleo, não apresentando, por conseguinte, as mesmas características que os bens substituíveis, o que não deixa de ter algumas implicações negativas.É, finalmente, sabido que as centrais nucleares apresentam riscos, sendo, ainda, de realçar que obrigam a avultados investimentos iniciais.Mas, manda a verdade reconhecer que as centrais de quarta geração apresentam melhores condições de segurança e que o custo da energia nuclear tende a ser inferior ao que resulta da utilização de combustíveis fósseis ou das próprias energias renováveis.
Sintetizando, as soluções a adoptar dependerão sempre dos recursos disponíveis, da situação geoestratégica e, por conseguinte, das características particularizantes de cada país. Sem fundamentalismos esterilizantes como os que levam a considerar que o reconhecimento de limitações às energias renováveis é a confissão de subserviência às grandes petrolíferas ou que a admissibilidade de se considerar interessante aprofundar o estudo das centrais nucleares de quarta geração corresponde a uma declaração de guerra às renováveis.As posições redutoras dos que gostam de reconduzir o campo das opções ao preto e branco devem ser substituídas por um estudo aprofundado das alternativas existentes para o nosso país, pensando-se nas parcerias estratégicas mais adequadas ao nosso modelo de desenvolvimento, no quadro de um Plano Plurianual de Desenvolvimento a aprovar futuramente.
A objectividade e a seriedade devem substituir a "cegueira fundamentalista" e os interesses " clientelares". Só assim será, genuinamente, possível pugnar pelo interesse nacional. Nem mais, nem menos...
António Rebelo de Sousa
00.05 h
Económico
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