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O tigre ibérico
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O tigre ibérico
A competitividade da economia portuguesa tem vindo a apresentar uma tendência decrescente nos últimos quinze anos, qualquer que seja o ‘ranking' que tomemos como referência.
Mas, há alguns dias, o primeiro-ministro de Portugal defendeu que o nosso país podia vir a ser "uma das nações mais competitivas do mundo", salientando que há muitas restrições e condições que não podem ser alteradas, mas que até 2020, com ambição, tal pode ser conseguido, se forem feitas as escolhas adequadas.
Apesar de não ter sido referido o que era entendido por competitividade assumimos que estava implícito o conceito clássico isto é, "o conjunto de instituições, políticas e factores que determinam o nível de produtividade de um país" (World Economic Forum). É um conceito complexo que inclui componentes estáticas e dinâmicas. Mas é a produtividade que irá determinar o nível de rendimento do país, a rendibilidade dos investimentos e explicar o crescimento potencial de uma economia.
Um país competitivo não é aquele que tem necessariamente salários baixos, impostos baixos, uma moeda desvalorizada, muitos recursos naturais ou uma grande dimensão. Mas é um país onde há crescimento económico e melhoria das condições de vida da população residente.
Neste momento, as previsões mais optimistas para o crescimento económico apontam para valores entre 1,5% e 2% em 2015. Contudo, as previsões do FMI colocam Portugal como o país da zona euro com o pior crescimento da economia até 2020. Se nos lembrarmos que desde o início deste século até ao aparecimento da crise financeira internacional o crescimento médio anual da economia portuguesa foi 0,6%, temos razões para estar preocupados e pensar que a ambição do primeiro-ministro é de saudar, mas a realização não é exequível no horizonte que ele aponta.
Como Porter esclareceu há alguns anos, não há prescrição universal para a competitividade. As políticas apropriadas dependem das circunstâncias particulares de cada país e do seu estado de desenvolvimento. E também esclareceu que a construção de uma economia competitiva requer décadas, pois o desenvolvimento económico é uma maratona não é um sprint.
No curto prazo é necessário ter um crescimento económico que em termos nominais seja superior aos encargos financeiros com a dívida em percentagem do PIB. Para o conseguir há opções a fazer. No médio prazo temos de ter uma estratégia de desenvolvimento credível e consensualizada.
Se a viabilização da conservação do lince ibérico em Portugal é uma tarefa difícil, então fazer da economia portuguesa um "tigre ibérico" é um projecto muito mais arrojado. Mas não é impossível.
VÍTOR DA CONCEIÇÃO GONÇALVES
00:05 h
Económico
Mas, há alguns dias, o primeiro-ministro de Portugal defendeu que o nosso país podia vir a ser "uma das nações mais competitivas do mundo", salientando que há muitas restrições e condições que não podem ser alteradas, mas que até 2020, com ambição, tal pode ser conseguido, se forem feitas as escolhas adequadas.
Apesar de não ter sido referido o que era entendido por competitividade assumimos que estava implícito o conceito clássico isto é, "o conjunto de instituições, políticas e factores que determinam o nível de produtividade de um país" (World Economic Forum). É um conceito complexo que inclui componentes estáticas e dinâmicas. Mas é a produtividade que irá determinar o nível de rendimento do país, a rendibilidade dos investimentos e explicar o crescimento potencial de uma economia.
Um país competitivo não é aquele que tem necessariamente salários baixos, impostos baixos, uma moeda desvalorizada, muitos recursos naturais ou uma grande dimensão. Mas é um país onde há crescimento económico e melhoria das condições de vida da população residente.
Neste momento, as previsões mais optimistas para o crescimento económico apontam para valores entre 1,5% e 2% em 2015. Contudo, as previsões do FMI colocam Portugal como o país da zona euro com o pior crescimento da economia até 2020. Se nos lembrarmos que desde o início deste século até ao aparecimento da crise financeira internacional o crescimento médio anual da economia portuguesa foi 0,6%, temos razões para estar preocupados e pensar que a ambição do primeiro-ministro é de saudar, mas a realização não é exequível no horizonte que ele aponta.
Como Porter esclareceu há alguns anos, não há prescrição universal para a competitividade. As políticas apropriadas dependem das circunstâncias particulares de cada país e do seu estado de desenvolvimento. E também esclareceu que a construção de uma economia competitiva requer décadas, pois o desenvolvimento económico é uma maratona não é um sprint.
No curto prazo é necessário ter um crescimento económico que em termos nominais seja superior aos encargos financeiros com a dívida em percentagem do PIB. Para o conseguir há opções a fazer. No médio prazo temos de ter uma estratégia de desenvolvimento credível e consensualizada.
Se a viabilização da conservação do lince ibérico em Portugal é uma tarefa difícil, então fazer da economia portuguesa um "tigre ibérico" é um projecto muito mais arrojado. Mas não é impossível.
VÍTOR DA CONCEIÇÃO GONÇALVES
00:05 h
Económico
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