Propostas económicas do PS

Não pretendo ser exaustivo, tantas são as medidas expansionistas (benéficas, no curto prazo, para o crescimento económico) que o estudo do PS sobre as perspectivas macroeconómicas portuguesas para os próximos anos propõe. Diminuição das contribuições dos trabalhadores, e mais tarde aumentos da dos patrões, para a segurança social. Reduções no IVA e no IRS. Reposição rápida dos cortes salariais dos funcionários públicos. Estímulos fiscais para o investimento. E, para não ser tudo mau, o documento prevê a reintrodução do imposto sucessório para as heranças mais elevadas, e medidas fiscais para tentar reduzir a rotatividade dos trabalhadores nas empresas.

Tudo isto seria ajudado por um crescimento do PIB de 2,6% ao ano. Como o crescimento do PIB foi de 0,9% o ano passado e está previsto que seja de 1,5% este ano, prever um crescimento anual de 2,6% nos próximos anos parece-me claramente excessivo.

Aumentos de despesa, quebras na receita, previsões de crescimento demasiadamente optimistas. Este é apenas um estudo preliminar, um contributo para o programa eleitoral do PS, que só será apresentado a 6 de Junho. Mas a estratégia de prometer mundos e fundos não me parece a melhor, porque muitas pessoas têm a intuição que o Estado não tem dinheiro para fazer tanta coisa. O PSD foi rápido a atacar o documento, afirmando que foi o excesso de despesa que nos levou à beira da bancarrota e à intervenção da troika em 2011. Na minha opinião, o argumento do PSD é válido. O PS, ao prometer tudo a todos, pode muito bem estar a dar um tiro nos próprios pés.

Eduardo Ferreira | 21/04/2015 17:17:50
SOL