Histórias da carochinha

Da análise das propostas eleitorais da coligação e do PS, verificamos que é muito mais aquilo que as une do que aquilo que as separa.

Nenhuma das duas fala de renegociação da dívida, e de ambas se depreende que esta tem de ser paga antes de se tomar qualquer medida de fundo. Isto porque ambos os partidos são fiéis seguidores das regras mais teutónicas da UE. A coligação acena com a cenoura da suposta previsibilidade política e económica, replicando o conteúdo do Programa de Estabilidade enviado a Bruxelas. 

Surge com os estandartes da saúde, da educação e do emprego, em contradição com as políticas demolidoras que tem aplicado nos últimos anos. Ignora uma vez mais a cultura, o ambiente e a agricultura. Por seu turno, o PS surge com os mesmos chavões, mas numa versão com nomes sonantes -"Simplex", "Programa semente", "Contrato-geração"- apenas diferindo da coligação na intenção de manter a TAP pública, no aumento do salário mínimo e pouco mais.

Os portugueses, reza a história, vão cair numa destas duas histórias da carochinha.

00:04 h
Marisa Lopes
Económico